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A CRISE DE JEREMIAS - Bp. Lucas Eugênio/Abba/Sp

31/05/2012 13:11

A CRISE DE JEREMIAS

 

Se te fatigas correndo com homens que vão a pé, como poderás competir com os cavalos? Se tão-somente numa terra de paz estás confiado, como farás na enchente do Jordão? (Jeremias 12:5)

 

Jeremias foi profeta em uma época das mais difíceis, além do povo, como sempre foi, está afastado de Deus, havia para contrapor a mensagem verdadeira transmitida por ele à nação, um grupo de profetas que via o que Deus não mostrava, revelava o que Deus não revelava e profetizava mentiras para confundir o povo.

 

Este estado de coisa para o profeta verdadeiro, é desmotivador.

 

Além do mais, havia a prosperidade dos ímpios, os rebeldes que cresciam como uma erva daninha, o que provocou crise existencial profunda na vida do profeta: Sua vida parecia fora do eixo, confusão de pensamentos e visão conturbada de tudo em sua volta. Questionamentos internos, algo pequeno que toma dimensões impensadas; são obstáculos ao ver de quem vive esta crise; são intransponíveis!

 

                                                                                                        Assim estava o grande profeta.

 

Ele vai para Deus e indaga o porquê de tudo aquilo, leia:

“... Por que prospera o caminho dos ímpios, e vivem em paz todos os que procedem aleivosamente? Plantaste-os, e eles se arraigaram; crescem, dão também fruto; chegado estás à sua boca, porém longe dos seus rins”. (Jeremias 12:1-2)

 

Na resposta de Deus a Jeremias, vejo um pouco de ironia, na tentativa de fazê-lo ver que tudo aquilo era uma tempestade em copo de água. Usando a figura de homens e cavalos, Deus revela ao profeta; que se ele estava tendo dificuldades de lidar com questões simples, o que faria, vindo as piores?

Se na disputa mais simples, nada muito assustador, ele já entrara em parafuso, o que faria quando enfrentasse as situações mais perigosas, ameaças concretas e homens mais preparados?

Se te fatigas correndo com homens que vão a pé, como poderás competir com os cavalos?

 

Encontrava-se em dificuldades, num terreno plano, sem desníveis e pedras; o que faria na cheia do Jordão, num lugar de vegetação espessa e rasteira, habitação de animais ferozes, como o leão, por exemplo? (49:19 e 50:44)

                                                                                            Na verdade o profeta estava tropeçando em chão liso

 

Se tão-somente numa terra de paz estás confiado, como farás na enchente do Jordão? (Jeremias 12:5).

Jeremias olha para si, e vê o que conquistara, e da maneira como vivia, comparando-se com os ímpios, era muito para ele!

 

NÃO ERA NADA AINDA

Pequenas coisas, grande aprendizado.

 

Deus, permitindo tudo o que acontecia com Jeremias, o estava preparando para algo maior. Era um exercício de paciência para que este enfrentar os problemas futuros.

Assim somos nós. Não vemos que passamos, às vezes, por dor e sofrimento, que um espirito de rejeição, não enxergamos o que aquilo está a nos ensinar.

Achamos que já vimos e passamos por tudo, e, nos surpreendemos, com fatos e condições novas!

Numa linguagem diferente, Deus dizia ao profeta que o clima iria piorar ainda.

Que se preparasse; a corrida ministerial não seria com meros homens. Uma força maior e mais disposta viria para desafiá-lo. Uma luta em um ambiente diferente para ele, mas, que para os seus inimigos era familiar; em um pântano, na enchente do Jordão!

 

Desafios vêm para nos tirar do lugar comum

A vida é desenvolvida como uma grande historia, com uma série de pequenas historias em seu interior, onde desenvolvemos nossa vida. Deus como autor, conhece o começo, o meio e o fim. Nós, como personagens, vamos conhecendo-a na medida em que vamos lendo ou vivendo-a, e porque não, a interpretando. Desta forma é que vamos compreendendo os propósitos do criador. Se desistirmos da historia, sem nada construir para mudanças, não saberemos os seus por quês. Assistiremos  a vitória do lado de fora, aplaudindo aos vencedores.

Jeremias teria que escolher, ou fazia a historia ou a assistia.

 

Deus nos convida a insistir, ir em frente, confiar Nele e no que ele faz, ainda que para nós seja tudo estranho; mas Ele espera que confiemos em seu propósito.

Pessoas, como os irmãos de Jeremias, não aceitavam sua profecia, que dizia do castigo e juízo de Deus.

Viam gritando atrás dele, tratando-o como um criminoso comum, incentivando a massa, para um linchamento público.

 

Até mesmo os seus irmãos e a sua própria família traíram você e o perseguem aos gritos. Não confie neles, mesmo quando lhe dizem coisas boas. (Jeremias 12:6)

A intenção de muitos, é nos desmobilizar, para que não façamos o que Deus espera de nós. Apresentam-se com tons e ações ameaçadoras para que calemos nossa voz profética.

"Não profetize em nome do Senhor, se não nós o mataremos...” (Jeremias 11:21)

 

Nem sempre nossos inimigos se declaram como tal. Às vezes convivem conosco, compartilham de nossas vidas, estão dentro de casa.

Nem sempre tem uma forma ostensiva; às vezes a fala é mansa.

Vem em tom de conselho, nada provocador, num primeiro instante.

Revelam, sorrateiramente, uma insatisfação com alguma coisa, com alguém, e cria uma situação de irritação, sem que percebamos de relance.

Não confie, fique com a proposta de Deus para tua vida. Não se cale, profetize, através dos louvores, das palavras e do seu testemunho pessoal. Não fujas.

Trabalhe em sua vida as pequenas crises, e serás sábio quando lidares com as maiores, que invariavelmente virão.

Deus queria que o profeta Jeremias fizesse melhor do que lamentar as contradições de seu tempo. E fosse, como o foi, um instrumento no qual o Senhor pudesse confiar revelações que extrapolassem o seu mundo, foi o que aconteceu, tanto que estamos comentando uma ínfima parte de seu produtivo e extensivo ministério.

Nosso Pai celestial não espera menos de sua Igreja, agora!

Toda paz.

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