Itanhaém - SP

CONFUSÕES DOUTRINÁRIAS QUE PERTUBAM A IGREJA - Bp. Lucas Eugênio

24/08/2012 15:02

 

Pois quero que saibais quão grande luta tenho por vós, e pelos que estão em Laodicéia, e por quantos não viram a minha pessoa;
para que os seus corações sejam animados, estando unidos em amor, e enriquecidos da plenitude do entendimento para o pleno conhecimento do mistério de Deus-Cristo,
no qual estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.
Digo isto, para que ninguém vos engane com palavras persuasivas.   
(Colossenses 2:1-4)

 

Há uma velha questão, difundida e complicada, ainda mais, pelos os chamados pais da igreja, que, cujas ideias e as grandes doutrinas, eram tidas, pela maioria cristã, como certas e definitivas. Com todo respeito, a todos, eu me oriento pela Palavra de Deus, sem dá uma de santinho, certinho.

O QUE É, E O QUE NÃO É DOUTRINA PARA A IGREJA MODERNA?

Como podemos olhar a Bíblia como um só livro, sem respeitarmos o tempo e o espaço, culturas e informações diversas.

Há muitas correntes doutrinarias, usando das mais diversas interpretações, obedecendo uma hermêneutica particular. Vivemos a fase das frases, em detrimento do texto. Contextos remotos e próximos, nem pensar. O sentido original, o pensamento do autor, a intenção e a necessidade encontrada por ele, para que se expressasse de certa maneira, são esquecidas; o negocio é a frase de efeito!

A inspiração não se discute, mas, como imprimir o que foi recebido passado de tempo em tempo, na distancia cronológica pelo o elemento humano, tem que ser considerado; ressaltando, diante de tudo, mesmo sendo de menor importância, as traduções.

Por exemplo, no caso do Apostolo Paulo, em seus ensinos vemos o reflexo da cultura romano/grego/judaico, que influenciou em muito o que ele pensava em relação aos costumes e modo de vida.

O que cria dificuldades e empecilhos no desenvolvimento do pensamento da  Igreja, que a cargo de pessoas simples e sinceras; ainda que sinceramente equivocadas, a confusão é enaltecida! A igreja é conduzida em sua estrutura organizacional por leigos, vidas comprometidas com Deus, indiscutivelmente, mas, limitadas na compreensão exata de certos termos e a devida colocação destes! Uma vez que privilegiam a experiencia pessoal/mística, em detrimento da preparação teológica. Tomam, honestamente, como certo, certas aplicações, sem considerar a época, a plateia (formada por quem!) e a região a quem o escritor bíblico estava se dirigindo!

O VALOR QUE NÃO TEM

Então, irmãos, não o valor do escrito que coloco em xeque, não! Falo da forma de interpretar certos textos; que têm, para muitos, valor doutrinário.

Exemplo: a questão de a mulher falar, exercer pastorado, dirigir uma congregação. Para alguns uma mulher ser considerada pastora, é uma aberração doutrinaria, e, recusam ao apresentar as tais a de chamarem-nas de pastoras, bispas, apostolas... É só um exemplo que estou passando! Dizer que na Bíblia não tem sacerdotisa, discípulas e pastoras, é simplificar demais algo tão importante. Se não temos mulheres - penso que tem - na liderança direta, e usar isto com o objetivo de procrastinar, no caso de algumas denominações, a atuação feminina direta na igreja é no mínimo uma temeridade. Se a na historia bíblica não temos a ordenação, não, no entanto a proibição. Sem usar o a citação pessoal de Paulo, em I Tim 2:11-13, que diz:

"  A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição.
Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio.Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva".


Não vou discutir isto, pois eu creio que é algo muito claro, que Paulo, deu uma posição pessoal, não usou o nome do Senhor, dizendo que Deus quer assim, mas, disse: Eu não permito. Em Atos do Apostolos  18, temos, não só Áquila, mas ainda Priscíla, sua esposa, discipulando à Apolo: Ela contrariou o ensino de Paulo? ...quando Priscila e Áqüila o ouviram, levaram-no consigo e lhe expuseram com mais precisão o caminho de Deus.(26)

DISCERNINDO O TEMPO

Os discípulos de Jesus não discernindo seu tempo, disse, ao ver o Mestre ser rejeitado em num povoado samaritano, falaram em fazer cair fogo do céu: “Ao verem isso, os discípulos Tiago e João perguntaram: “Senhor, queres que façamos cair fogo do céu para destruí-los”? “(Lucas 9:54). Noutras versões há um entre parêntesis, que diz: “ Como Elias também fez”?

Isto ocorre quando se interpreta a Bíblia fora do contexto do tempo da escrita, em outros variados casos! O que foi aplicado no passado como sendo uma demonstração de autoridade divina foi desnecessário em outra circunstancia!

A BIBLIA COMO UM TODO

Tenho grande dificuldade de ler a Bíblia como um todo; um livro só!

Ela é como o próprio nome diz uma coletânea, um conjunto de livros.

Eu vejo assim, com todo respeito: Como um grande lanche, com ingredientes diversos, que separados faz muito bem, mas, quando reunidos tornam-se uma bomba!

Se destrincharmos tudo corretamente tudo será mais compreensível. Fatores espirituais, emocionais, culturais, intelectuais e, até psicológico deve se levar em conta, antes de tudo!

A Bíblia deve ser interpretada no sentido literário/espiritual, só depois de ser localizar o texto em seu tempo!

Conversando com um irmãozinho, ele me disse no culto, em que ele ministrara, o fogo caiu!

Em vez de eu aceitar e entender o que ele colocara, fiz-lhe a pergunta: “Que fogo caiu lá, irmão? Ele disse: O do Espírito, oras bolas! Em vez de me calar, lhe perguntei: Qual espirito? Indignado ele me respondeu: O Santo! Eu disse: Certo! Eu então lhe afirmei: Irmão, o fogo não é símbolo do Espírito Santo, e, sim da purificação e de juízo. Ele me citou, João, em Lucas, que profetiza que Deus batizaria com o Espírito e com fogo!

...respondeu João a todos, dizendo: Eu, na verdade, vos batizo em água, mas vem aquele que é mais poderoso do que eu, de quem não sou digno de desatar a correia das alparcas; ele vos batizará no Espírito Santo e em fogo. (Lucas 3:16)

Eu lhe disse que se tratava de dois tempos, de uma cronologia diferente: Um primeiro de renovação, alegria e poder, e, o outro de julgamento e juízo: O fogo, lhe disse, é o do juízo, cobrança e condenação! A primeira é um incentivo, e a segunda é de exortação!

É claro o texto:

“A sua pá ele tem na mão para limpar bem a sua eira, e recolher o trigo ao seu celeiro; mas queimará a palha em fogo inextinguível. Assim, pois, com muitas outras exortações ainda, anunciava o evangelho ao povo”. (Lucas 3:17-18)

Ele me olhou como se eu fosse um herege, com a vontade de fazer cair um fogo do céu sobre mim! Eu fui embora, com raiva de mim mesmo, falando sozinho: Porque não ficar na minha e não criar confusão!

Vejo em pregações pentecostais, em sua maioria, o uso do tipo de circunstancias, de ontem para hoje, para fundamentar uma mensagem. É muito pregado sobre guerra, batalha contra o inimigo, por exemplo,  usando as guerras do Velho Testamento .  Os mais usados: Moisés contra os Amalequitas, Josué contra Jericó, Davi contra Golias, Saul e outros... Usando os bordões: Deus foi com eles, e será com você! O Senhor pelejará por nós!

Agora, no Novo Testamento, não se fala em grandes batalhas, nem em Deus pelejando em nosso lugar ou por nós!

Fala em armas da nossa milícia, fala em armadura para nós resistirmos, quem milita não se embaraça e o bom combate... Os termos são pessoais, em nós, particularmente batalhar. Lógico, subentendendo-se, que Deus nos deu (já nos deu!) poder para tal. Mas, não se transfere para Deus o batalhar! É nossa responsabilidade pessoal nos prepararmos para o dia mal.

Os termos batalha, luta, guerra no sentido que foram usados no V.T., não é acomodado no N.T.!

Essas coisas ocorrem, pele fato de pegarmos a Bíblia e a usarmos misturando-a, generalizando-a em todos os temas, quando não são.

Na medida em que a raça humana foi se se desenvolvendo, crescendo e amadurecendo, a forma de se comunicar com o homem, por parte de Deus, sofreu alteração também. Foi assim com Israel! Na saída do Egito, o comportamento de Deus em relação à ele foi de um jeito: Amparando, dando soluções, maná, água...Agora, na terra prometida, não haveria manar caindo do céu, água da rocha, etc. Israel, agora adulto na experiencia com Deus teria que batalhar pelo pão, plantar e colher, não haveria subsídio da parte de Deus.

A EVOLUÇÃO

Há uma clara diferença em um testamento e outro! Já a abordagem dos hermeneutas, exegetas e entendidos, não.

Fases foram “obedecidas” por Deus, e, nós como externadores de seus interesses e vontades, deveremos - ou deveríamos – acompanhar sua didática!

O homem é tratado, muitas vezes, com alguém débil. a igreja o cerca de proteção e preocupação, como se este não fosse capaz de entender o que lhe é pregado e colocá-lo em prática. Há uma ditadura ministerial muito forte. Creio que não podemos nos omitir como líderes, mas, a aplicação ou não do ensino, fica a cargo do crente, que já sabe dos benifícios da obediencia e consequências ruins da desobediência. Pastor não é pajem!

OS ENSINOS DE JESUS

Na mesma abordagem, mas avançando na compreensão, ocorre um grande erro, de nossa parte na aplicação ampla que damos nos ensinos de Jesus.

1 - Desconhecemos que se trata, não escritos, diretamente inspirados, uma vez que se trata de relatos (notícias) da vida e obra do Cristo. Se cada um através da escrita e oralmente foi passando, os acontecimentos, os fatos e palavras do Mestre, poderíamos dizer que foram divinamente conservados, já a inspiração direta é comprometida!

2 – O alvo específico da mensagem do Cristo. Jesus falava com Judeus, como Ele, a intenção era ser ouvido e entendido pelos seus iguais, que sabemos não o entenderam. Sua proposta foi circunscrita ao espaço territorial entre a Judéia e a Galileia. Embora pudesse sair e adentrar em outros territórios, Ele se restringiu aos lugares, onde vivia sua gente. Não se recusou, quando procurado por um romano (Mt. 8:5-10), uma sírio-fenícia ( Mc 7:24-30), uma mulher samaritana ( Jo. 4) e atender em suas petições, mas, num caso ele deixou claro, que viera especificamente, para as ovelhas perdidas de Israel. Este era sua missão especial, embora, sua mensagem atingiria por sua igreja e discípulos ao mundo todo. Existia algo de específico para os Judeus e uma mensagem para todas as gentes. Ele veio para os que eram seus, e, estes, não o receberam! Jesus teve uma mensagem objetiva e direta, pelo tempo que tinha. Suas postagens, usadas, por todos, como, até, doutrina, deveriam ser relacionadas aos Judeus, e nunca a nós, com exceções as de questões morais e espirituais: santificação, consagração, prostituição, idolatria; entre outras que seriam ratificadas pelos os apóstolos.

                      A recusa de seu povo possibilitou ampliar a mensagem aos gentios, que de outra forma, seriam alcançados pela graça da salvação.

 

O QUE ELE DIZ SOBRE CARREGAR A CRUZ

O carregar a cruz é um exemplo: Quando Jesus fala em carregar a cruz, ele fala para aqueles que o estava seguindo naquelas horas pré-crucificação. Era uma hora em que os verdadeiros seguidores de Cristo, deveriam se apresentar, estar com ele, cada um com sua cruz (entrega), e caminhar com Ele rumo ao calvário. Carregar a cruz não se tratou de uma ordem universal. Não foi atemporal; era uma convocação que não transcenderia seu tempo! Não poderíamos dar a ela uma característica de intemporal! A questão é que se trata de uma mensagem interessante para a igreja, pois é uma forma de responder a certas questões quando a resposta não é simples. É mais fácil dizer ao irmão que se trata de carregar a cruz, a razão de seu sofrimento do que buscar um questionamento sobre a dor, a perda, os porquês uns choram enquanto outros sorriem, dentro da mesma fé.

Não basta dizer, para que um texto bíblico tenha um tom doutrinário, que está escrito!

Os mais simples dizem: Mas está na Bíblia! Nem tudo que foi uma determinação de fé para os judeus, é uma ordem para nós, os gentios!

Jesus Cristo, na forma humana, voltou-se para os Judeus, e deixou isto claro.

O Cristo ressuscitado exercita seu ministério universal, voltado para todo aquele que nele crê.

Outra questão, neste sentido, é de se entender o ensino escatológico de Jesus, voltado a priori ao seu povo.

Quando ele fala da doutrina das ultimas coisas, afirmo que ele fala com os Judeus.

Outro irmãozinho tem um monte deles em minha volta, citou o amor que esfriará como se fosse hoje em dia. Muito amor pode estar esfriando, mas, ali onde Jesus coloca fala das dores, quando a igreja não estará mais aqui, mas exatamente, da primeira parte do período da grande tribulação, se você for pré-tribulacionista, como a esmagadora maioria. Aí inclui também, a o famoso argumento anti-calvinista de quem persevera até o fim será salvo; também mensagem para os Judeus e para quem estiver aqui pós- arrebatamento.

Só para exemplificar:

Quando Jesus fala:

Então sereis entregues à tortura, e vos matarão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome...

Em falsos profetas enganando...

Sinais que enganariam até aos escolhidos...

Iniquidade se multiplicando...

Perseverar até o fim...

Sinal no céu...

Não passará esta geração sem se cumpra...

(geração do acontecimento...).

Azeite, virgens, nescias...

Ovelhas, bodes, cabritos...

Esses termos da mensagem escatológica de Jesus não se refere à Igreja, e sim a Israel.

Ouvi um desses tele apóstolos, citando Mateus 25:32-35, dizendo que a igreja seria o grupo de ovelhas e o outro de pecadores, os bodes...

...e diante dele serão reunidas todas as nações; e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos à esquerda.

Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde benditos de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;

Não pode ser os salvos em Cristo, pois a igreja que estará com Cristo:

No momento em que Cristo Jesus descer à Terra com todos os Seus anjos e com a Sua Igreja glorificada, Ele pousará Seus pés no Monte das Oliveiras e exercerá juízo contra as nações reunidas ali no Armagedom.

 

Então, nesse momento podemos ver claramente os dois grupos de pessoas simbolizados pelo Senhor na passagem de Mateus 25:31-46 como "bodes" e "ovelhas". De um lado, a maior parte dos habitantes da Terra, representando todas as nações, reunidos contra Jerusalém. Pessoas que estarão ali sob as ordens espirituais malignas da besta, do falso profeta e de satanás com o intuito de destruir definitivamente Israel e levantar-se contra Deus (Apocalipse 16:12-16). Pessoas que receberam o sinal da besta e a adoraram. De outro lado, a Igreja de Cristo, reunida por Ele próprio e por Seus anjos nos ares imediatamente antes.

 

Irmãos, nós devemos entender e localizar os ensinos bíblicos e distinguimos do que é ensino universal, do localizado, voltado para os Judeus. Do que é para a igreja, N.T. do que ficou no passado para os Judeus, V.T.

Uma coisa é certa: os discípulos no início do cristianismo, em virtude da forte marca do judaísmo até então na Igreja, se reuniram para decidirem o que era mandamento, ensino do judaísmo e do que era ensino para a igreja gentílica, em virtude de alguns estarem perturbando a neo-igreja com palavras não ordenadas pelos pastores da Igreja. Decidiram, chegaram a um acordo, chancelado pelo Espírito Santo:  

“Porque pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas necessárias: Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da prostituição; e destas coisas fareis bem de vos guardar. Bem vos vá”.

(Atos 15:28-29)

O problema, com má intenção ou não, alguns perturbam a igreja ainda, com ensinos, bonitos, na verdade, mas destituídos confirmação divina. As dificuldades enfrentadas pela igreja primitiva e pelo Apostolo Paulo, enfrentamos em nossos dias também, onde a Palavra é atropelada por costumes e tradições com tons doutrinários; como se fora Deus quem determinara!

Prego o debate, a discussão no mais alto nível para que a Igreja recupere seu interesse por aquilo que Deus, realmente, nos deixou. Para a prática da Palavra e obediência aos ensinos de Cristo, como eles na verdade os são; para nós, para a igreja moderna, para os salvos em Jesus!

Se morrestes com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos sujeitais ainda a ordenanças, como se vivêsseis no mundo... (Colossenses 2:20)

 

"as quais coisas todas hão de perecer pelo uso}, segundo os preceitos e doutrinas dos homens?

"As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria em culto voluntário, humildade fingida, e severidade para com o corpo, mas não têm valor algum no combate contra a satisfação da carne" .  ( Col. 2: 22,23)

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