
Itanhaém - SP
DEUS NOS PROVA? - Bp Lucas Eugênio
A provação, no sentido em é falado, acima de tudo de uns (trinta) 30 anos para cá, não tem uma base bíblica firme para sustentá-la.
Nós ouvimos muito absurdos, que fazem nossos ouvidos arderem. E, quando contestamos já vão buscar na memória exatamente o versículo que diz-nos o contrário.
Em tempos de graça, muito do que lemos no Velho Testamento, ficou condicionado ao passado ou, para nós, vem como uma referencia do modo que Deus agiu para disciplinar Seu povo, nunca usando os mesmos métodos. Toda provação imposta aos povos antigos vinham:
1 - Em conseqüência de não obedecerem aos mandamentos (entendendo que era algo totalmente novo para eles)!
2 - Como forma de conhecimento das próprias limitações (para saber o que havia nos corações)
3 - Como preparação. Aprenderem, para que assim que entrassem na terra, que toda desobediência traria correção.
4 - Preventiva (Sabendo disso, evitariam se assemelharem com os povos que estavam sendo expulsos da terra que ele herdariam, por serem maus). Assim não aconteceria o mesmo. Para que não se esquecessem e adorassem aos deuses das nações desapropriadas.
Muitos artigos da lei mosaica, por exemplo, foram dados para um povo que nasceu escravo, num ambiente politeísta, ou seja, onde havia a crença em muitos deuses. Aquele povo sairia, agora, do Egito, e, conheceria o Deus de seus pais, (Abraão, Isaque, Jacó, José) o Deus de quem haviam ouvido falar: Um Deus que trataria diretamente com eles, assim como fizera com os heróis do passado.
Ao lermos, entre outros textos, Deuteronômio, (DeVEIRIM, palavras: são essas as palavras que Moisés falou, o título Judeu chama atenção para caráter do livro), Cap. 8: 1-10.
Observamos que foi período de exames (para te provar) a geração sobrevivente do deserto.
O objetivo das disciplinas impostas foi para contribuir com as bênçãos definitivas. Era necessário para aquela geração reconhecer a dependência de Deus. Veio a privação para haver provisão. Note: Deus estava tratando com um povo que não podia prescindir de seus atos sobrenaturais. Os mais velhos da primeira geração do deserto estavam morrendo. E a nova geração assumiria a condição de protagonista na historia de então. Descobririam através de situações vividas, a maneira de Deus trabalhar e o cuidado paternal do Senhor. Duas coisas têm que se notar aí: Disciplina e Provação; são coisas distintas.
Provação é castigar, disciplina e ensinar com a circunstância. Disciplina é para evitar o castigo.
Em vez de Deus tirar, levar o povo ao extremo, a exaustão e pronto. Por amor, ao fazer isso, Ele explicava e orientava de como a futura nação poderia evitar as conseqüências desagradáveis.
Agora era assim, Deus possibilitava os fatos, para deles - fatos -tirar lições para todos.
Foi Ele que os levou pelo deserto, quarenta anos. Foi Ele que os deixou passar fome; com qual intenção? Para saber o que havia nos corações. Como assim? Deus não é onisciente? Sim. É.
Mas o texto tem outro sentido:
O de mostrar para o povo sua condição. Para que, quando Ele agisse, soubessem que era com o objetivo de arrancar as coisas ruins herdades no deserto e para alguns, ainda do Egito, essas que contribuiriam para o afastamento dos propósitos divinos. Pois já era evidente que alguns haviam saído do Egito, mas o Egito não havia saído de muitos. Não foi o diabo, ou grandes pecados que produziram as provações. O deserto na verdade era a sala de aula do Pai.
O deserto exporia o pior de cada um!
Mas vejam que toda provação, antecedia a posse da terra prometida. E ficava o alerta, o porquê de Deus está expulsando os povos das terras que daria a Israel, porque eram maus, não por ser Israel, bom. Na verdade Moisés os chamara de teimosos!
Tudo foi uma questão de promessas feitas aos antepassados; os patriarcas.
Toda provação tinha um intuito: Abençoar. (Deut. 8:16-20).
A PROVAÇAO DE JÓ.
Uns incautamente usam o sofrimento de Jó, como referencia para sua dor. Dizem> Estou na prova de Jó! Meu Deus. Ninguém passa hoje a prova de Jó. Ninguém teria o mesmo testemunho, do próprio Deus, como ele teve. Não existe prova de Jó, para ninguém.
Ali foi uma “disputa” pela vida daquele homem. Satanás, dizia que Jó, só da maneira que era por ser ele um protegido de Deus. Este dizia que era por ser ele um home temente.
Deus possibilitou que o inimigo agisse contra seu servo. Indicando que não uma questão de interesse, sua fidelidade, sua honestidade. Jó era um ser humano de caráter. Era bom com todos; independente do que poderia ter em troca; até porque, ele já possuía o suficiente.
Jó entendeu que tudo que passava vinha de Deus. Sua mulher não compartilhava de sua fé.
Outra coisa que pensão diferente dos demais: Jó não pecou enquanto não abriu a boca, depois... Soltou o verbo. Ainda suportou mais sete (7) dias em silencio com seus amigos.
6:4 – Com seus ataques Deus tem me enchido de terror.
“:16 – Detesto a vida não quero mais viver, deixe-me em paz.
“:19-21 – “ Quando deixarás de olhar para mi, a fim de que eu tenha um momento de sossego?
Se pequei, que mal eu fiz a ti, ó vigias das pessoas? Por que fizestes de mim um alvo de tuas flechas? Por que na perdoas o meu pecado e apagas a minha iniqüidade?
O caso de Jó, não foi castigo e nem disciplina. Mas uma luta de satanás para provar que o homem em si, não é capaz de amar a Deus, sem que para isso, em contra partida, Deus não lhe cubra de benção. Jó representa a parcela de pessoas que continuam, apesar dos questionamentos por causa da dor, mantendo a esperança de que com o amanhecer, virá a vitoria. Parte daqueles que não andam por vista e sim por fé.
Não podemos colocar a tribulação de Jó, no patamar de provas que pessoas normais (?) passam. Ali foi uma disputa por território, entre Deus e o diabo.
Deus autorizou, mas o agente foi o inimigo de todos nós. Na verdade, satanás tinha é inveja do desinteresse de Jó, por este adorar a Deus, sem fazer disso uma mercadoria de barganha.
A PROVAÇÃO NA NOVA ALIANÇA
Ao falarmos em prova em tempos de Nova Aliança, temos que entender o contexto da mesma.
Não podemos afirmar que não passamos por provas, somos provados, e, em muitos instantes.
Falei isto há muitos anos, e, escandalizei irmãos que não estavam em condições de beber o vinho novo. Tentei fazer remendos com tecido novo em panos velhos, não deu certo. (Mateus 9:16-17).
Em Tiago, 1:2-3, diz que devemos receber as provações com alegria, pois ao passarmos por diversas provações, nos tornamos servos maduros.
Agora: Porque, a quem, Tiago escreveu este conselho? A igreja perseguida, às doze tribos de Israel em dispersão. Para toda congregação do mediterrâneo. Trata-se de uma palavra de encorajamento. A prova (Gr. peirasmos) significa aqui “Adversidades Externas”. Mas este tipo de provação gera o poder de perseverança.
Havia uma necessidade premente, para que por causa da luta os irmãos, identificados assim por Tiago, não se desanimassem, e, o trabalho fosse perdido.
Então, não uma ação direta do diabo ou de Deus, Deus não prova, com dores seu filhos. Pelo contrario, eles os guarda na hora da tentação. Nos VS. 13, a provação é a tentação interna, nossos maus desejos querendo assumir o controle de nossos pensamentos. Ele tinha em mente aqui a doutrina judia do Yetzer ha ra, impulso do mal. Alguns Judeus arrazoavam com que Deus tem criado tudo, devia ter também criado o mal. No que o apostolo responde: “ Deus não pode ser tentado pelo mal, e Ele mesmo a ninguém tenta. Não era Deus, e, sim a cobiça que o atrai e seduz.
Aqui fica evidente, que embora sejamos provados, não o somos por Deus.
Bem como em I Pedro. 1:6-7, que o apostolo escreve aos espalhados nas províncias do Ponto, Galácia, Capadócia, Asia, e Bitínia, aos escolhidos de acordo com o propósito de Deus.
Note que a carta, assim como a de Tiago tem endereço e nome. Indica que a prova era justamente a perseguição sofrida por aqueles irmãos, pelo fato de anunciarem Jesus, como Salvador. Era a prova da fé, recebida com exultação, como Paulo e Silas, que embora feridos pelos castigos na prisão, cantavam louvores a Deus. A compensação, não só na vinda de Cristo e Sua revelação final, mas, como a revelação de Cristo na vida dos perseguidos!
Então irmãos, não devemos usar o argumento que a vida é assim mesmo, é prova, Deus está nos provando, para uma possível inoperância, indolência da fé. Muitos com esta historia de que é Deus na prova, se encostam, e não buscam a mais, esperando que assim que a prova passar tenham algum tipo de recompensa. Líderes usam este argumento para manter mentes cativas, em suas igrejas, com intermináveis campanhas, que na verdade serve para arrecadar fundos, não para o amadurecimento na fé, de seu rebanho.
Deus não nos prova! Até porque que Pai é este que impõe sofrimentos horríveis aos seus filhos, para depois os recompensá-los com algum tipo de presente.
Isto se aproxima da doutrina espírita de carma, sofrimento, para o aperfeiçoamento do indivíduo.
Somos, na atual dispensação, tratado como filhos, e, ao incorrermos em algum pecado, erros, tropeços, disciplinados, com o objetivo de nos tornarmos participantes da Santidade Divina.
Está no contexto, de Hebreus 12:05-11. Ele corrige a quem ama. E quando pecamos? Confessamos! Ele é fiel e justo (nos compreende) para nos perdoar e nos purificar de toda injustiça! (I João 1- 08-09; 2:01-02).
Quando passarmos por provas, nunca imponha à Deus a responsabilidade; Ele não nos prova!
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