ONDE ESTÁ A GRAÇA ? - Bp Lucas Eugênio

...não recebais a graça de Deus em vão.  (II Cor. 6:01)

Entendo este versículo da seguinte forma: Nós precisamos valorizar a graça, o dom que Deus nos entregou, não só para vivermos, mas para ensinarmos eloquentemente também.

Noventa e nove por cento das igrejas falam em GRAÇA DE DEUS de relance ou de maneira incompleta.  É assustador como os maiores ministérios  - com os meios que têm -  desconsideram este que é um dos maiores temas da Bíblia;  de maneira irresponsável!

A graça é ruim de falar, pois faz com as pessoas andem no caminho oposto aos dos líderes: A graça liberta! Tira-nos na inocência espiritual! Descortina diante de nós um mundo desprovido de medo e insegurança. O tom ameaçador da maioria de suas mensagens perde o efeito, torna-se insignificante, uma vez, que, com a o conhecimento da graça, a pessoa descobre que sua salvação não é meritóri;  não é pelo o que ela faz, e, sim, é pelo o que Jesus, O salvador fez, de Seu batismo a cruz! O que somos e nosso desenvolvimento futuro é um ato da presença da graça em nós. A graça, da maneira que é praticada hoje, faz dela uma presença vã; uma vez que ela disputa a presença com as regras denominacionais!

“Mas, em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens”. (Mateus 15:09)

A graça não vivida é como um remédio; não importa o quanto bom ele seja, na prateleira não faz efeito algum. Se quisermos ser o que Deus idealizou, temos que fazer da graça uma presença em nós.

“Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus, que está comigo” (I Cor. 15:10)

A verdade liberta. Ouve-se esta pregação, só que incompleta: A verdade liberta, também, da escravidão teológica/espiritual, da dependência da igreja tal (uma vez que alguns acham que só a sua igreja é a ideal para a salvação), da dependência de profetas oportunistas, com “recados” de última hora! Das promessas de meia verdade, que prendem um pessoa, ou vítima, em intermináveis campanhas para se obter o já alcançado em Cristo, e, paga-se caro por tal benção, trata-se de fraude – uma vez que tal pessoa, no fim, acaba por pagar algo impagável no âmbito humano, mas que pensa fazer parte do ritual de cura ou de libertação!

Graça é isto, também, nos coloca responsável por viver a vida que por ela nos é ensinada, tirando dos ombros de alguém, aparentemente de um nível superior, a obrigação de responder por uma vacilada nossa.  Com tal pensamento, o de ser responsável por nós, esses acham-se no direito de nos perdoar, de nos liberar de uma possível pena ou uma eventual consequência, que faria deles semideuses! 

A graça nos iguala, nos faz livres para irmos diante de Deus, sem intermediários físicos, e nEle encontrarmos a misericórdia; marca ausente em muitos homens e denominações. Na graça, não necessidade  que ninguém coloque as mãos sobre nós afirmando que somos santificados por sua oração! A graça não faz distinção de cargos, no que tange o relacionamento com Deus. Ao mesmo tempo nos aponta  Jesus, que embora sendo Deus submeteu-se a uma condição de vida em submissão ao Pai, nos salvando, não pela onipotência mas por fraqueza. Aceitando que estava aqui como servo! Com tudo isto, a graça nos ensina a viver em obediência aos parâmetros bíblicos, reconhecendo a unção de cada um. A graça não nos humilha, mas, nos dá condições para vivermos a humildade, tendo Jesus como referencia. A Bíblia nos mostra a necessidade de nos humilhar – não de sermos humilhados – sob as mãos de Deus.

“Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte...        ( I Pe 5:06)

Entendemos como está escrito, que a humildade precede (vem antes...) a honra.

“O coração do homem se exalta antes de ser abatido e diante da honra vai a humildade”.

(Prov. 18:12)

 IGREJA SEM GRAÇA

Não existe igreja verdadeira, sem a graça, que sem ela, a igreja tratar-se-á de um amontoado de gente, que busca uma palavra de conforto, o que, se é só para isto, a igreja torna-se desnecessária. A igreja é relevante por ter em sua grade de ensino a graça libertadora e operante. As pessoas não serão o que pregamos sem misturarmos a fé e a sabedoria com a graça.

Teremos uma igreja melhor, de gente convertida, não convencida, na medida em que a mensagem da graça vai se desenvolvendo!

A igreja, diferentemente de Israel, está debaixo da graça, e, só assim, usufruirá de suas benesses!

A igreja é muito questionada por ter deixado a mensagem de Jesus se transformando em um negocio lucrativo. Para que este estado de coisas permaneça, há que se fazer concessões, sem as quais as pessoas perdem o interesse. Esses loucos das gravatas,  nada contra a gravata, não sabem que Deus pode a qualquer momento os chamar dzendo: Loucos esta noite pedirei as vossas almas e o que tens para quem será? As pessoas admiravam a Jesus por Ele ter uma mensagem diferenciada dos religiosos...

“E todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que saíam da sua boca; e diziam: Não é este o filho de José?” (Lucas 4:22)

Um  fator preponderante na igreja primitiva  era a visibilidade da graça! (falarei sobre isto em outro artigo).

Mas, leia: “qual, quando chegou, e viu a graça de Deus, se alegrou, e exortou a todos a que permanecessem no Senhor, com propósito de coração”... (Atos 11:23)A presença da graça naquela comunidade encheu de alegria o coração do velho apóstolo, o que o motivou a dar esta palavra!

Então, irmãos, a mensagem da graça precisa ter a primazia em nossos cultos. Ainda que isto nos custe um preço, de inicialmente as pessoas não entenderem. Mas um dia, ao se aproximar a eternidade, irão louvar a Deus pelo o que viram e ouviram!

Ao se despediram da igreja em Antioquia, os apóstolos enviados até aquela igreja, foram cercados por diversas pessoas dali e de outros lugares, o que vendo, recomendaram algo especial:

...os exortavam a que permanecessem na graça de Deus (Atos 13:43)

Talvez não posso dizer para que permaneçam hoje me dia na graça, mas, que a busquem intensamente, colocando-a em seu devido lugar na Igreja. Com certeza os milagres viram e aconteceram em vidas preparadas e salvas, para que além da benção do presente, recebam as benção futura, com confirmação da salvação de cada um.