Itanhaém - SP

 

 

 

Salvo Pela Graça

 


Por John Edmiston

"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé. Isto não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas."

Efésios 2.8-10





Venho novamente falar sobre esses versos, porque eles são muito incompreendidos; a toda hora eu ensino sobre eles para alguém e sempre escuto dizerem: "eu nunca soube disso!".

Esses versos dizem claramente que:

1 - Somos salvos pela graça;
2 - A graça opera por meio da fé;
3 - A fé não vem de nós mesmos – ela é um dom;
4 - Não é através de obras que as pessoas são salvas. Por isso, ninguém pode ser orgulhoso quanto à sua salvação;
5 - Não fomos nós quem nos criamos, mas Deus;
6 - Somos criados em Cristo Jesus;
7 - Essa nova criação implica boas obras. A nova natureza que ganhamos quando somos salvos nos levará a fazer boas obras;
8 - Não escolhemos essas boas ações; Deus preparou-as antes mesmo que nós pudéssemos andar nelas.



Primeiramente, a graça nos alcança porque Deus nos dá a fé para receber essa graça; somos, então, salvos. Não merecemos a nossa salvação; ela foi comprada por nós na cruz.



Se pudéssemos merecer a salvação pelas boas obras, Jesus não precisaria ter morrido – Deus poderia apenas ter enviado um homem que nos motivasse a praticar bons atos. Em vez disso, Ele propiciou um resgate pelo pecado. Nenhuma motivação ou boa obra pode restaurar nossa natureza caída ou livrar o homem da pena que ele merece. O sacrifício de Jesus – depois de recebido pelo homem – significa o início de uma nova natureza e de uma vida livre de culpa. Nós apenas recebemos esse perdão – não merecemos. Não contribuímos para a nossa salvação em nada.



Essa é a primeira metade da história ! Uma vez salvos, precisamos produzir frutos. Não somos salvos para "adormecermos na luz", mas para praticarmos "as boas obras que Deus preparou de antemão". A vida cristã não existe sem as boas obras ! As boas ações não nos colocam no céu, mas determinam o galardão que receberemos quando lá chegarmos !



Aquele que vive de maneira errada pode ainda ser salvo, mas irá perder seu galardão. O mundo pode roubar-nos as eternas recompensas.



"Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei eu, como sábio construtor o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele. Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento levanta um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; pois aquele dia demonstrará, porque será revelada no fogo; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se permanecer a obra que alguém sobre ele edificou, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele prejuízo; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo."

1 Coríntios 3.10-15



Portanto somos salvos pela graça através da fé – que nos colocará no céu "ainda que pelo fogo". Nossas boas obras praticadas sobre o fundamento – que é Jesus Cristo – em pureza e fidelidade nos garantirão as heranças celestiais.



Oração



Senhor, agradeço-Te pela Tua maravilhosa graça demonstrada para comigo na cruz de Jesus, e pela fé, através da qual tenho acesso a essa graça.



Senhor, que eu não seja negligente com Tua graça;

Que eu não a despreze e nem abuse dela.



Permita-me trabalhar incessantemente para Ti

e para a Tua glória.



Que eu possa Ter uma vida espiritual forte

Pela Tua graça.



Senhor, que eu venha andar em TODAS as obras que preparaste para mim, a despeito da minha fraqueza e insensatez.



Livra-me de pecar, Senhor, para que eu obtenha minha recompensa naquele Dia.



Sim, Senhor, faça a minha vida brilhar para Ti.



Amém.

Fonte: Scribd

 

 

 

 

 

 

 

 

Freqüentemente quando vamos à Igreja, pegamos uma rodovia bem famosa em São Paulo, a Via Anchieta. Certa manhã cruzamos com um grupo de rapazes pilotando umas motos de grande cilindradas, o sonho de qualquer garoto. 

Disse para minha esposa: - Olha só! Não passam de garotos crescidos que mudaram de brinquedo!

 

Homens são assim, crianças grandes que mudaram seus brinquedos, e lembrei do que Paulo disse:

 

"Quando eu era menino, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino." I Co 13.11 - O interessante é que esse versículo está no capítulo sobre a definição de amor.

 

Infelizmente a maioria dos homens, apenas evoluíram em seus brinquedos.

Antes eles brincavam de carrinho do tipo Hot Wheels, agora eles compram carros velozes, disputam corrida no trânsito e vão a corrida de fórmula 1. Antes eles jogavam bola na rua, agora compram uniformes e alugam quadras, onde passam o sábado, ou o domingo jogando bola - alguns vão a todos os jogos de seu time no estádio. Quando crianças, brincavam de luta, mas agora que cresceram, freqüentam academias de lutas marciais. Antes, quando sentiam-se ameaçados,  escondiam-se embaixo da cama; eram viciados em balas e guloseimas. Hoje alguns saem de casa por um tempo e são viciados na bebida. Na infância, eles não aprenderam a lidar com as meninas, e agora eles não sabem conviver com elas no casamento. Eles não mudaram muito, apenas avançaram em suas dificuldades e brinquedos.

 

Diferentemente da maioria das meninas, que trocaram seus brinquedos, porém estes são muito mais saudáveis. Antes elas brincavam de boneca e de casinha, hoje elas cuidam de filhos da casa.

 

O grande problema dos homens (e conseqüentemente das esposas), é que eles pulam I Co 13.11 de suas vidas, e as esposas têm que conviver com isso.

As brincadeiras dos meninos são infinitamente piores e às vezes bem mais prejudiciais do que as das meninas, que geralmente são saudáveis.

 

Pelo fato de alguns homens serem meninos é que acontecem os grandes problemas do casamento.

As esposas não querem meninos ao seu lado, mas homens, e então passam a exigir o crescimento de seus maridos, daí decorrem as brigas.

 

Muitas esposas agem como mães que cobram a responsabilidade de suas crianças. As mães cobram de seus filhos irem visitar os avós, fazerem a tarefa de casa, chegar cedo em casa, e outras coisas... Com algumas esposas não mudou muito, pois precisam cobrar o compromisso familiar, de fazerem os maridos chegarem cedo em casa para ficarem com elas e de fazerem suas tarefas da casa.

O problema é que você é esposa e não mãe dele. Não cabe a você a disciplina e correção de seu marido. Porém como ajudadora, Deus confia a ti a tarefa de ajudar seu marido a evoluir.

 

Mas como ajudar o seu menino a tornar-se no homem da sua vida?

Deverá deixá-lo ser o sacerdote, chefe e responsável do lar.

Primeiramente você tem que aceitar a pagar o preço dessa transformação, pois muitos homens continuam meninos por que ainda tem mães.

Algumas mulheres são meninas que cresceram e continuam brincando de casinha tendo o marido como filho, sendo assim mudam a ordem do lar assumindo papel errado.

 

Para mudar, é preciso ter sabedoria, amor e sacrifício.

Muitas vezes será preciso deixar os problemas acontecerem, senão os maridos serão como crianças, que sempre terão suas mães para direcioná-los e limpar as suas sujeiras. Eles precisam assumir responsabilidades.

 

Quando minha esposa ganhava mais do que eu e tomava conta da casa, eu era um menino impedido de crescer por causa de seu domínio. Ela gostava de decidir as coisas, comprar, pagar, etc., e eu não me incomodava com isso, pois era bem mais fácil para mim, pois tudo estava sob controle. Mas como esse não é o plano de Deus para o homem e para a mulher, chegou um tempo em que as coisas ficaram pesadas demais para ela. Cansada dessa situação, orou e pediu para que eu fosse o homem da casa. Deus tirou o seu emprego, e eu tive que assumir mais responsabilidades financeiras. Ela teve a atitude e pagou o preço de me deixar tomar as decisões me empurrando a tomar a responsabilidade da casa. Então eu cresci e passei a pensar como homem, e acabei com as coisas de menino.

 

"Quando eu era menino, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino." - I Co 13.11.

 

Enquanto você for mãe de seu marido, terá um filho. Mães lidam com filhos (crianças) e esposas com maridos (homens).

 

Sabemos que não será fácil, pois isso requer que você como esposa seja submissa.

É muito difícil ser submissa a uma pessoa que você não acha ser capaz de assumir responsabilidades, mas é extremamente necessário. A insubmissão produz filhos e não maridos.

Ajude seu marido a ter papel de homem. Deixe as contas para ele pagar. Deixe os filhos terem momentos com ele. Oriente seus filhos a tirarem dúvidas da lição da escola com ele - avise-o que vai fazer isso, senão ele mandará seu filho perguntar para você. Deixe ele prover as coisas em casa - mesmo que por um tempo ele falhe e falte coisas em casa. Deixe seu marido fazer as coisas do jeito dele - não existe jeito errado de se fazer as coisas, mas o jeito de cada um em fazer. Não queira ensinar seu marido a dirigir e nem diga que seu caminho é melhor do que o dele - nenhum homem gosta de ser comandado.

 

Enquanto ele não se achar responsável pela casa, não assumirá o papel de sacerdote e cabeça do lar, continuando a ser como é.

 

"A mulher sábia constrói o seu lar, mas a que não tem juízo o destrói com as próprias mãos." - Pv 14.1 - NTLH

 

Talvez seu marido precise de um "empurrãzinho"com sabedoria e amor.

Eu tive o meu e deu certo! 

 

Quando seu marido crescer, mudará seus hábitos e deixará seus "brinquedos" e "brincadeiras". Seus gostos e desejos mudarão. Ele sentirá a importância de estar mais presente em casa, pois saberá que o bom funcionamento dela casa depende dele. Tratará você como amante e não com mãe. 

 

Acho que as mães geram meninos, mas quem os tornam homens são as esposas (mulheres de Deus)!
 

 

 

 

 

DE QUEM É A CULPA ?- RONALDO CALIL - postado por Nildo Parentis-Rj

 

Você já reparou que sempre que acontece alguma no seu relacionamento amoroso, familiar, profissional, ou entre irmãos, a culpa nunca é sua? Algumas vezes não é mesmo, mas sempre precisamos ter sensibilidade para analisarmos as nossas falhas. O ser humano tem o costume de sempre enxergar o erro do outro, mas de esquecer o dele. Fazemos isso com nosso cônjuge, por isso sempre o julgamos, mas esquecemos que também temos erros. Isso é natural do homem desde o tempo bíblico:

 

“E o Senhor enviou a Davi o profeta Natã. Ao chegar, ele disse a Davi: "Dois homens viviam numa cidade, um era rico e o outro, pobre. O rico possuía muitas ovelhas e bois, mas o pobre nada tinha, senão uma cordeirinha que havia comprado. Ele a criou, e ela cresceu com ele e com seus filhos. Ela comia junto dele, bebia do seu copo e até dormia em seus braços. Era como uma filha para ele. "Certo dia, um viajante chegou à casa do rico, e este não quis pegar uma de suas próprias ovelhas ou dos seus bois para preparar-lhe uma refeição. Em vez disso, preparou para o visitante a cordeira que pertencia ao pobre". Então, Davi encheu-se de ira contra o homem e disse a Natã: "Juro pelo nome do Senhor que o homem que fez isso merece a morte! Deverá pagar quatro vezes o preço da cordeira, porquanto agiu sem misericórdia". Então Natã disse a Davi: "Você é esse homem! Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: ‘Eu o ungi rei de Israel, e livrei-o das mãos de Saul.” 2 Sm 12:1-7 – NVI.

 

Davi julgou e condenou o homem cruel da parábola de Natã, sem ter a capacidade de enxergar que fez o mesmo, na verdade, ele mesmo era o homem cruel da história. 
Davi condenou o cruel a restituir quatro vezes o homem pobre da parábola, pelo pecado que cometeu, mas mal sabia que estava condenando a si mesmo. 
Tudo o que desejamos de mal para o outro pode voltar para nós, principalmente se a condenação for para nosso cônjuge, pois somos uma só carne com ele. 
Ao observarmos a Bíblia, podemos contar que foram quatro as sentenças de Deus contra Davi, exatamente a mesma quantidade de condenações que Davi deu ao homem cruel da parábola:

 

“Por isso, a espada nunca se afastará de sua família, pois você me desprezou e tomou a mulher de Urias, o hitita, para ser sua mulher’. "Assim diz o Senhor: ‘De sua própria família trarei desgraça sobre você. Tomarei as suas mulheres diante dos seus próprios olhos e as darei a outro; e ele se deitará com elas em plena luz do dia. Você fez isso às escondidas, mas eu o farei diante de todo o Israel, em plena luz do dia’ ".

Então Davi disse a Natã: "Pequei contra o Senhor! " E Natã respondeu: "O Senhor perdoou o seu pecado. Você não morrerá. Entretanto, uma vez que você insultou o Senhor, o menino morrerá".” 2 Sm 12:10-14 – NVI.

 
Analise e conte as condenações:
1. a espada nunca se afastará de sua família;
2. De sua própria família trarei desgraça sobre você;
3. Tomarei as suas mulheres diante dos seus próprios olhos e as darei a outro
4. o menino morrerá;

Perceba que todas as condenações foram diretamente a família de Davi. Perceba também que pela misericórdia, Deus disse que Davi não morreria. Davi havia condenado o homem cruel da parábola a morte. 

Talvez se Davi tivesse misericórdia desse homem, a sentença de Deus seria mais branda. 

Davi não enxergou o seu erro, porém venceu o orgulho acatando as palavras de Natã, ele disse: "Pequei contra o Senhor! "
Natã estava abaixo de Davi, pois era seu servo, mas Davi mesmo sendo repreendido por alguém que estava abaixo de sua autoridade e com cargo inferior ao dele, acatou a exortação do amigo, abriu os seus olhos e se arrependeu. Por isso é chamado de um homem segundo o coração de Deus. 
Um homem ou uma mulher segundo o coração de Deus, é aquele que se arrepende. Para se arrepender, é preciso reconhecer o erro.

Você quer mudar o seu casamento? Então faça uma auto analise e reconheça aonde está errando, em vez de sempre enxergar o erro de seu marido ou esposa. Se arrependa, peça perdão e mude as suas atitudes. 

Pr. Ronaldo Calil

 
Alegria no Sofrimento - Vicente Cheung

Os seguidores de Jesus Cristo enfrentam muitas dificuldades neste mundo. Algumas delas são experiência comum de todos os homens; os cristãos, contudo, são um povo escolhido, salvo e iluminado por Deus, e por isso devemos interpretar nossas vidas à luz do evangelho. Os não cristãos sustentam uma filosofia que se opõe à justiça de Deus e ao caminho de Cristo. Negam as verdadeiras causas e soluções para os problemas da humanidade. Assim, independentemente das variações e revisões, todas as teorias não cristãs falham em chegar à verdade sobre a nossa situação. Em vez de tomar conselhos a partir das dificuldades e dores de cabeça, eles se tornam amargos e endurecem seus corações contra a mensagem da salvação. E, em vez de capitular sob o calor da ira de Deus, juntam-se para lhe resistir. Mas a rebelião aumenta seus problemas e causa estragos em suas almas.Jesus Cristo nos salva da amargura e da rebelião, e transforma nossas perspectivas e atitudes. De fato, ele nos apresenta a única perspectiva verdadeira e as únicas atitudes adequadas. Ele nos faz homens e mulheres superiores. Aqueles que ainda estão obstruídos pela incredulidade e por más tradições hesitam dizer isso acerca dos seguidores de Cristo, mas se você se recusa a dizer que agora é superior ao seu antigo eu, significa que também alega que o evangelho é impotente e que as reivindicações que ele faz sobre o poder de Cristo são fraudulentas. Mas se você admite que agora é superior, isto também deve significar que você se tornou superior aos não cristãos, já que eles não se beneficiaram da sabedoria e do poder de Deus. A lógica é inescapável, mas de praxe os teólogos não falam dessa maneira, pois a maioria continua escrava da falsa humildade e dos clichês religiosos. Somos superiores porque Jesus Cristo é superior, e ele nos fez superiores nele por sua graça. É um dom de Deus ao seu povo.

Os não cristãos estão fora de contato com a realidade. Sua visão do mundo é pura fantasia, segundo a qual são pessoas boas e úteis, homens e mulheres podem livrar a si mesmos da perversidade e da destruição e Deus não os punirá com fogo do inferno. Jesus Cristo nos mostra a verdade e a realidade. Revela-nos que Deus é justo e soberano, que a humanidade transgrediu o padrão divino e caiu em pecado, e que Cristo veio para nos salvar da ira que está para vir e que já agora está operando no mundo. Jesus nos mostra que, embora tenhamos um futuro glorioso nele, que embora o caminho dos justos brilhe cada vez mais, este mundo segue caído e corrompido, que ainda não somos aperfeiçoados e que o crescimento nas virtudes de Cristo envolve dificuldades duradouras nesta vida.

Em si mesmas, as dificuldades não são agradáveis nem encorajadoras, mas Jesus Cristo nos capacita a enfrentá-las com alegria porque compreendemos que, quando as abordamos à luz do evangelho, elas exercitam nossa paciência e aumentam nossa resistência. Para isso significar alguma coisa, devemos entesourar as virtudes de Cristo mais que os confortos deste mundo. Devemos ter em mente as coisas de Deus mais que as coisas dos homens, e devemos ter um apetite semelhante ao dos anjos em vez do das feras.

Aqueles que foram regenerados pelo Espírito de Deus receberam a sabedoria para enfrentar a vida com essa perspectiva. Queremos ser como Jesus Cristo, que persistiu não apenas em meio às dificuldades gerais de viver neste mundo, como também à incredulidade, calúnia, toda sorte de abuso e mesmo à morte, podendo assim honrar seu Pai e salvar seu povo, isto é, os crentes de todas as gerações. Se seguirmos seu exemplo, nosso sofrimento no Senhor não será em vão.

Contudo, isso não significa que não fazemos nada para resistir. Algumas tradições religiosas querem nos fazer crer que a paciência e a resistência se traduzem em capitulação, que deveríamos permitir que os problemas nos atropelassem, como se isso por si só glorificasse a Deus e como se fosse a maneira adequada de se render à soberania de Deus. Isso é uma mentira de Satanás para nos convencer a abraçar a derrota, e fazê-lo sem luta. Deus nos deu recursos para superar muitos dos nossos problemas; de fato, é frequente a sua ordem de resistirmos com os métodos que ele ensina e fornece.

Visto que chegamos ao conhecimento da fé cristã, não importa o que enfrentamos na vida, devemos sempre lembrar que em Jesus Cristo já escapamos do pior tipo de problema — isto é, da ira de Deus em ação na alma, da escuridão intelectual de uma mente incrédula e da depravação moral de um pecador que vive sem o poder do evangelho. Ao contrário dos não cristãos, que estão sendo devorados pela morte a partir de seu interior, temos uma liberdade definitiva e crescente da morte. Estamos sendo educados na verdade pela palavra de Deus, e crescendo em coragem e autocontrole pelo poder do Espírito Santo.

 

Tradução: Marcelo Herberts

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando falo com meus pais e pastor, é típico eles dizerem "quem quiser, pode vir" como uma declaração que de certa forma prova o livre arbítrio do homem e refuta a idéia de que a salvação procede de Deus somente.
 
Uma das falácias mais freqüentes que as pessoas cometem é a falácia da irrelevância. Portanto, sempre que nos depararmos com um argumento ou objeção que supostamente refuta o que a Escritura ensina, alguma vezes é suficiente simplesmente perguntar: "E daí?"
 
Como muitas das objeções dos arminianos, essa é uma que não entendeu o ponto de forma alguma. Talvez eles tenham em mente Apocalipse 22:17, que diz, "quem quiser, tome de graça da água da vida" (KJV). Visto que isso é o que Deus diz, prontamente concordamos, mas e agora? Isso não nos diz nada. Ou, para ser mais preciso, por que alguém decide vir? Qual é a causa metafísica e espiritual por detrás da decisão da pessoa e a mudança de sua disposição? Essa é a questão. A declaração de Apocalipse, ou qualquer outra declaração que diga "todo aquele" para esse assunto, nos diz apenas o que está disponível para a pessoa que vem, ou o que acontece com ela. Não nos diz o porquê alguém viria, ou o porquê uma pessoa vem quando o faz.
 
Aqui está algo que escrevi em Nascido de Novo,4 minha exposição de João 3:
 
Eu posso dizer: "Todo o que se torna um peixe pode respirar debaixo d'água". A declaração é verdadeira, mas isso não significa que uma pessoa se torna um peixe a qualquer hora que desejar. De fato, qualquer inferência sobre a capacidade de alguém é estritamente inválida, visto que a declaração não contém nenhuma informação sobre capacidade, exceto sobre a capacidade do peixe respirar debaixo d'água. Quer seja possível ou não para uma pessoa se tornar um peixe, ninguém pode inferir nada a partir da declaração em si, mas ela apenas nos informa sobre o que aconteceria a uma pessoa que se transformasse num peixe.
 

Além do mais, mesmo que seja possível para uma pessoa se tornar um peixe, a declaração não diz nada sobre como isso é possível, ou se está no próprio poder da pessoa fazer isso. Deus é certamente capaz de fazer um homem tornar-se um peixe, mas um homem "não pode tornar branco ou preto nem um fio de cabelo" (Mateus 5:36). Uma declaração como essa que fiz não nos diz nada sobre a capacidade de uma pessoa, mas a informação sobre a capacidade deve ser obtida em outro lugar.
 
Sempre que estamos falando sobre algo que é impossível ao homem — tal como tornar-se um peixe — então isso significa que ou isso nunca acontecerá, ou Deus deve fazer com que isso aconteça pela sua onipotência.
 
Os arminianos não têm nenhum respeito pela linguagem real do texto, o que significa que eles não possuem nenhum respeito pelo seu autor. Eles estão determinados a inferir a partir dele tudo o que querem, mesmo quando o texto não aborda o assunto de forma alguma.
 
Ao responder à questão do por que alguém vem a Cristo, a Bíblia diz que é Deus quem escolhe a pessoa, muda sua natureza e controla sua mente, e isso é o que lhe faz "vir". Estabelecemos isso a partir da Escritura muitas vezes, de forma que não repetiremos aqui.
 
De qualquer forma, esse é o ensino bíblico que os arminianos devem refutar. Da forma como se apresenta, a objeção deles equivale a dizer: "O calvinismo é errado porque a Bíblia ensina que todo aquele que crê em Cristo será salvo". Mas isso nem mesmo se aplica ao debate, visto que o calvinismo não afirma que algumas pessoas que crêem em Cristo serão mesmo assim condenadas. Não, o calvinismo concorda que todos os crentes serão salvos. A questão é e sempre foi quem crerá em Cristo, e o que faz essas pessoas crerem nele.
 
Sempre que você for confrontado com uma objeção contra a fé cristã, é sempre prudente questionar a relevância do que é afirmado e fazer o oponente demonstrar a relevância. Nesse caso, algumas vezes sem ciência disso, parece que os arminianos assumem que o mandamento de Deus, que torna o homem responsável, também pressupõe a habilidade ou liberdade humana. Mas como menciono freqüentemente, embora o mandamento de Deus e a responsabilidade do homem estejam inseparavelmente relacionados, não há nenhuma relação bíblica ou lógica entre mandamento divino (ou soberania) e liberdade humana (ou habilidade), ou entre responsabilidade e liberdade humana.

Dizer que somos responsáveis não tem nada a ver com sermos livres ou não, mas somente com o mandamento e julgamento de Deus. A suposição que conecta essas coisas dissociadas nunca foi provada e raramente foi sequer defendida em toda a história da filosofia e teologia, e é diretamente negada pela Escritura. Todavia, essa premissa antibíblica é compartilhada também por muitos calvinistas inconsistentes, levando a uma formulação teológica incoerente e embaraçosa, e à invenção de doutrinas enganosas tais como a liberdade compatibilista

 

A Oração de Fé - Vicent Cheung

por Vincent Cheung

Entre vocês há alguém que está sofrendo? Que ele ore. Há alguém que se sente feliz? Que ele cante louvores. Entre vocês há alguém que está doente? Que ele mande chamar os presbíteros da igreja, para que estes orem sobre ele e o unjam com óleo, em nome do Senhor. A oração feita com fé curará o doente; o Senhor o levantará. E se houver cometido pecados, ele será perdoado. Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz. (Tiago 5.13-16)

Devemos viver toda a vida em relação a Deus e reconhecê-lo em todas as coisas. Se uma pessoa está sofrendo ou em apuros, ela não deveria chafurdar em medo e autopiedade, ou confiar unicamente em recursos humanos para resgatá-la, mas deveria voltar sua mente para Deus, e orar por ajuda e libertação. E não devemos esquecê-lo se estivermos felizes e confortáveis; antes, deveríamos oferecer-lhe ações de graças e cânticos de louvor.

Então, se alguém está doente, ele deve chamar um médico imediatamente. O quê? Não é isso o que Tiago diz? Ó, ele manda chamar os presbíteros da igreja para que eles possam orar. É para orar a fim de que o homem possa suportar a enfermidade “para a glória de Deus”? Ó, ele diz para eles orarem a fim de que o homem receba a cura e para que o Senhor o levante. O seu seminário ensina isso? A sua igreja sequer permite isso?

Se uma pessoa discorda de Tiago, ou se ela amontoa desculpas para que possa ensinar algo diferente – até mesmo o exato oposto – é porque Tiago contém erros e está fora de moda, ou é porque tal pessoa está ensinando rebelião contra o Senhor? E se eu não posso orar por cura quando estou doente, por que ainda posso orar quando estou sofrendo ou em apuros? E quando estou feliz, por que deveria ainda oferecer cânticos de louvor? Tiago não faz nenhuma distinção dispensacionalista no meio de sua passagem.

O fundador de um movimento de aconselhamento bíblico reclama que os cristãos são inconsistentes quando se trata de resolver problemas espirituais ou psicológicos. Eles alegam crer na suficiência de Cristo e da Escritura, e de fato eles pelo menos tentam ser consistente quando se trata da nossa justificação diante de Deus, e dessa forma afirmamos que somos tornados justos por Jesus Cristo através do dom da fé, à parte das nossas obras e méritos. Mas então esses mesmos cristãos buscam ajuda de terapeutas e psicólogos que aconselham com base em teorias e métodos antibíblicos, a fim de resolver problemas como medo, raiva, depressão, vícios, pecados e hábitos destrutivos, e conflitos matrimoniais. Ele insiste corretamente que a Escritura é suficiente para fornecer orientações nessas áreas.

Contudo, quando ele aborda os males físicos, ou mesmo problemas psicológicos que surgem de defeitos físicos, tais como desequilíbrio químico, de repente parece que o poder de Cristo é suficiente apenas quando a questão não toca a esfera física. No momento em que suspeita-se que haja alguma base física para o sintoma psicológico, o assunto é encaminhando a um médico profissional. Ué, Jesus Cristo é bom para a alma, mas inútil para o corpo? Qual seria mais fácil dizer: “Seus pecados estão perdoados” ou  “Levante-se e ande”? Mas o Filho do Homem tem poder para fazer as duas coisas.

Para adicionar hipocrisia à incredulidade, esse teólogo, esse estudioso, esse defensor da suficiência bíblica e do aconselhamento bíblico, escreve a partir de uma tradição teológica que enfatiza o governo de Deus sobre todas as coisas. Espera-se que consideremos o corpo como santo, integrante da pessoa humana assim como a alma; todavia, Deus regenerará a alma e encherá de poder divino, mas deixará o corpo aos doutores não cristãos. Confiamos em Deus para o nosso perdão, e para o nosso bem-estar pessoal, mas confiar nele para a saúde é o cúmulo da imprudência, e ensinar sobre oração para cura física é dar às pessoas falsa esperança. Que doutrina estranha é essa? Tiago não sabe nada sobre isso. Ela não procede da fé, mas da incredulidade, e do diabo.

Há argumentos que apelam à situação daqueles dias. A assistência médica era precária, onerosa e perigosa, e frequentemente associada com paganismo. Mas isso não difere fundamentalmente do cenário contemporâneo. Quantas pessoas recebem assistência médica boa, mesmo nas nações ocidentais desenvolvidas? E mesmo que você pense que os médicos possuem os próprios poderes de Deus, o que dizer sobre os milhões de pessoas que residem em outros países? A verdade é que, mesmo em nossa nação, a assistência médica é geralmente onerosa e perigosa, e os médicos são evolucionistas. A situação não mudou tanto quanto os teólogos querem acreditar. Mas mesmo supondo que a situação tenha melhorado muito, a implicação mais perturbadora permanece; é que esses teólogos desejam convencer você que Deus é sempre o último recurso, mesmo em face de um ensino bíblico explícito para buscá-lo em primeiro lugar. O que explica essa maneira desconcertante de pensar? Incredulidade.

Tudo isso não é um argumento ou proibição contra a medicina. Visto que já fiz uma declaração sobre isso em outro lugar (não existe nenhuma condenação – chame um médico, ou chame cinquenta se quiser, mas não faça de você mesmo algum tipo de herói da fé quando faz isso, e não chame a sua recuperação de um milagre), [1] eu não repetirei tudo aqui; apenas observarei que eu já refutei também a visão que por unção com óleo Tiago tencionava combinar remédio e oração (se alguém insiste em combiná-las com base nessa passagem, então ele pode mandar os presbíteros da igreja realizar as cirurgias, ou então abandonar o fingimento e admitir que ele deseja afirmar uma visão alternativa, mudando apenas o que ele deseja mudar, reivindicando em todo tempo suporte bíblico). Antes, estou insistindo que, a menos que haja um argumento infalível e bíblico para agir de outra forma, não há razão para anular um mandamento explícito na Escritura, e aqui isso significa que os líderes da igreja devem orar com fé para a cura do seu povo. Nenhuma manobra histórico-redentiva pode fazer este texto significar o oposto do que ele diz. Ou você crê nele e obedece, ou não.

Quanto ao método, embora Tiago diga que os presbíteros deveriam ungir o doente com óleo, entende-se que essa não é a única maneira. É sem dúvida uma maneira, e aceitável, e deveria ser seguida quando a atenção de alguém está focada sobre este texto. Mas a Escritura mostra que a cura é efetuada por imposição de mãos, e por oração ou palavra de mandamento sem qualquer contato físico. Há muita liberdade e poder em Jesus Cristo.

A coisa essencial é a fé. É fácil pronunciar uma oração de dúvida e incredulidade quando a pessoa crê em nada, nada espera, nada pede e nada recebe. Mas não vamos nos contentar com aquilo que é natural para o velho homem, cheio de pecado. Não sejamos meros ouvintes da palavra, e assim nos enganarmos, mas sejamos praticantes da palavra também. Vivamos verdadeiramente tudo da vida em relação a Deus e o reconheçamos em todas as coisas, mesmo quando se trata da saúde dos nossos corpos. E quer chamemos ou não médicos, quando falharmos em orar com fé ou quando nossa oração não trouxer cura, admitamos nossa falha e imploremos por graça, em vez de continuar num estado de ilusão. Sem dúvida reconhecemos a soberania de Deus, mas a Bíblia nunca usa isso para escusar a incredulidade. A pior coisa que podemos fazer é justificar a nós mesmos condenando Tiago à irrelevância.

Fonte: Sermonettes, Volume 4, p. 32-34
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto

 

 

 

 

RELIGIÃO, NÃO! O FANATÍSMO, SIM! ESTE FAZ MAL!

Não acredito que a religião faz mal às pessoas! O fanatismo religioso, seja aquele que agride aos diferentes e induca a quem presta-lhe obediência irrefletida, não vindo de uma análise de ensino, proposta e visão, é profundamente alienante! As pessoas que dizem ser contra e/ou acha que a religião faz mal, parte da premissa que todo religião inclausura seu seguidor em um ambiente de subserviência, portanto, em um estado de prisão da vontade.

Lógico, que há um quê de radicalidade, uma vez que o próprio mestre diz que ninguém pode servir a dois senhores! Que é sim, sim, não, não!

Como em tudo na vida é assim! Mas, Deus não aprisiona uma pessoa numa condição em que a sua vontade própria não terá vez!

Não é assim! Pois, o homem é livre para dizer, não ou sim! Mas, que ao optar pelo negativo ou pelo positivo, que viva, então, plenamente, em verdade a sua escolha!

Deus prefere o risco de ser recusado a ter alguém que esteja com Ele por falta de opção ou por algum tipo neurose religiosa do medo!

Toda escolha na vida, em geral, tem a consequência inerente!

Sempre há um caminho, que Ele concorde ou não, mas ele deixa um caminho, não fecha a porta das possibilidades do interesse humano!

Deus não é para todos, embora deseje que seja! Mas, se você não quiser, não o queira!

Ele viverá com isto, sendo, para os que crêm, o que sempre foi; sem problema! Ou não sendo, ou sendo inexistente, para que não crê; sem nenhuma alteração de seu caráter e essência!

Não sou cristão, teísta, por acreditar no que me disseram, e, sim, por entender, que sem autor, não há historia, sem poeta, não há poesia e sem relojoeiro, não há relógio!

A religião, que pode ser entendida como um caminho, um retorno que reconduz o homem a sua posição diante do criados, nunca foi pensada, por Deus, como um instrumento de repressão, morte e preconceito!

Nildo Parentis - Rio de Janeiro - Abba celular Arpuador

 

 

 

 

 

 

Os tipos de inteligência

 

O psicólogo Howard Gardner da Universidade de Harward, nos Estados Unidos, propõe “uma visão pluralista da mente” ampliando o conceito de inteligência única para o de um feixe de capacidades. Para ele, inteligência é a capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos valorizados em um ambiente cultural ou comunitário. Assim, ele propõe uma nova visão da inteligência, dividindo-a em 7 diferentes competências que se interpenetram, pois sempre envolvemos mais de uma habilidade na solução de problemas.

 


    Embora existam predominâncias, as inteligências se integram:

•     Inteligência Verbal ou Lingüística: habilidade para lidar criativamente com as palavras.
•     Inteligência Lógico-Matemática: capacidade para solucionar problemas envolvendo números e demais elementos matemáticos; habilidades para raciocínio dedutivo.
•     Inteligência Cinestésica Corporal: capacidade de usar o próprio corpo de maneiras diferentes e hábeis.
•     Inteligência Espacial: noção de espaço e direção.
•     Inteligência Musical: capacidade de organizar sons de maneira criativa.
•     Inteligência Interpessoal: habilidade de compreender os outros; a maneira de como aceitar e conviver com o outro.
•     Inteligência Intrapessoal: capacidade de relacionamento consigo mesmo, autoconhecimento. Habilidade de administrar seus sentimentos e emoções a favor de seus projetos. É a inteligência da auto-estima.

    Segundo Gardner, todos nascem com o potencial das várias inteligências. A partir das relações com o ambiente, aspectos culturais, algumas são mais desenvolvidas ao passo que deixamos de aprimorar outras.
Nos anos 90, Daniel Goleman, também psicólogo da Universidade de Harward, afirma que ninguém tem menos que 9 inteligências. 

 

 

 

 

 

 

De adoração a massagem do ego

 

 

 
 


Estou pasmo, de cara quente ... totalmente envergonhado com alguns tipos de musicas, ops quero dizer hinos que estão no meio cristão hoje.
Muitos deixaram de levar a adoração a Deus através do louvor. Estou mentindo ?!
O que era para ser um hino se tornou uma musica.
Qual a diferença entre um e outro pelo nosso dicionário.


mú.si.ca
sf (lat musica) 1 Arte e técnica de combinar sons de maneira agradável ao ouvido. 6 Qualquer conjunto de sons. 7 Som agradável; harmonia. 8 Gorjeio. 9 Suavidade, ternura, doçura.

hi.no1
sm (gr hýmnos) 1 Canto de louvor ou adoração, especialmente religioso. 2 Canto musicado em exaltação de uma nação, de um partido, de uma instituição pública ou instituto particular, agremiação e semelhantes. 3 Canção, canto, coro. col: hinário. 


Veja o que eu quero dizer com isso. Os louvores que diziam que Deus é santo, único e digno de adoração, são os hinos hoje que são praticamente um auto ajuda do cristão.

Veja um trecho desse "hino".

Como ele eu também tenho um Pai,Que me honra na presença dos que querem,A todo custo me destruir.
Vai lá! E pega quem falou da minha vida,Avisa que eu estou de pé,E quem contou o fim dos meus dias,Avisa que eu estou de pé.Pois quem me ergueu, não me abate,Enquanto não se cumprir,O que Ele tem através de mim!Vai lá!Pra quem pensou que eu estava caída,Avisa que eu estou de pé,Vai ter até quem não acredita,Avisa que eu estou de pé,Com as minhas forças redobradas,Porque quanto mais lutarem pra tentar me derrubar,
O meu Deus me põe de pé!
https://www.vagalume.com.br/rose-nascimento/estou-de-pe.html#ixzz24NSjCX9Q 


Um "hino" que está alisando o ego cara, e o que me deixa triste é ver as pessoas cantando isso como se fosse algo bom.
A maioria das coisas que o mundo gospel produz hoje é em prol dos seus ouvintes, porque são eles quem compram. No dia que parar com esse oba-oba de aliar ego de crente sem vergonha que se apoia nessas coisas para se sentir melhor, o mercado gospel cai e eles ficam sem o deles.

O hino foi feito para adorar a Deus, e não para massagear o nosso ego.
Pois imagina a divisão que esse hino pode causar se existir duas pessoas de bico virado na igreja. Uma vai pensar.. ISSO PAÊEI FALA MESMO, VÃO TER QUI VÊ G_ZUIIS. Em contra partida a outra pessoa fala.. É PAPAI, MOSTRA MESMO QUE O SENHOR ME PONHÊ DI PÉ. 

Eu sou apaixonado por música,se deixar passo o dia inteiro ouvindo. Só que nos temos que saber O que estamos cantando. O irmão Fayson fez uma colocação extraordinária em relação a Musica Secular. Analise essas postagens e veja a que ponto chegamos.

Eu me lembro quando era criança, e nos cultos que eu ia pela manhã. As irmãs cantavam hinos que falavam da volta de Cristo, outros que proclamavam a sua santidade. Quando eu tinha meus 13/14 os hinos falavam muito de benção, fogo e glória ALELOOOOIAS. Eu passei muitos anos ouvindo Cassiane, Lauriete, Elaine de Jesus e mais um bocado de cantoras e cantores que hoje eu vejo, com muitos hinos alisa ego.

A verdadeira adoração está em dizer a Deus o tamanho da sua grandeza.

Onde estão os verdadeiros adoradores ?! Estão em extinção

 

Oração de Nietzsche: Ao Deus desconhecido

 
LEONARDO BOFF
 
 

Muitos só conhecem de Nitzsche a frase “Deus está morto”. Não se trata do Deus vivo que é imortal. Mas do Deus da metafísica, das representações religiosas e culturais, feitas apenas para acalmar as pessoas e impedir que se confrontem com os desafios da condição humana. Esse Deus é somente uma representação e uma imagem. É bom que morra para liberar o Deus vivo. Mas não devemos confundir imagem de Deus com Deus como realidade essencial. Nietzsche estudou teologia. Eu pude dar uma palestra na Universidade de Basel na sala em que ele dava aulas, quando fui professor visitante em 1998 lá. Essa oração que aqui se publica é desconhecida por muitos, até por estudiosos do filósofo. Por isso no final indico as fontes em alemão de onde fiz a tradução. No original, com rimas, é de grande beleza. LB

Oração ao Deus desconhecido

Antes de prosseguir no meu caminho
E lançar o meu olhar para frente
Uma vez mais elevo, só, minhas mãos a Ti,
Na direção de quem eu fujo.
A Ti, das profundezas do meu coração,
Tenho dedicado altares festivos,
Para que em cada momento
Tua voz me possa chamar.

        Sobre esses altares está gravada em fogo
Esta palavra: “ao Deus desconhecido”
Eu sou teu, embora até o presente
Me tenha associado aos sacrílegos.
Eu sou teu, não obstante os laços
Me puxarem para o abismo.
Mesmo querendo fugir
Sinto-me forçado a servi-Te.

u quero Te conhecer, ó Desconhecido!
Tu que que me penetras a alma
E qual turbilhão invades minha vida.
Tu, o Incompreensível, meu Semelhante.
Quero Te conhecer e a Ti servir.

Friedrich Nietzsche (1844-1900) em Lyrisches und Spruchhaftes (1858-1888). O texto em alemão pode ser encontrado em Die schönsten Gedichte von Friederich Nietzsche, Diogenes Taschenbuch, Zürich 2000, 11-12 ou em F.Nietzsche, Gedichte, Diogenes Verlag, Zurich 1994.

 

A fé e a soberania de Deus - Leonardo Gonçalves

 

Recentemente terminei uma série de estudos na carta de Paulo aos Romanos. Como sempre acontece, a leitura de Romanos instigou o pensamento dos crentes, fazendo-os contemplar com maior clareza o Deus soberano que os salvou, bem como o modo como ele salva.

 Um dos pontos de tensão na carta é a aparente dualidade entre a fé e a soberania de Deus, tanto que alguns escritores evangélicos, na tentativa de conciliar a fé (do homem) e a soberania (de Deus), acabam por optar pelo sinergismo, que é a crença de que o homem pode cooperar com Deus para a sua salvação. Definitivamente, não creio assim. Estou convencido de que a soberania de Deus não deixa nenhum espaço para a glorificação humana.

 A aparente tensão somente surge quando ignoramos o fato de que a fé (do homem) é também a fé de Deus. Senão, vejamos:

 Primeiramente devemos perceber que a fé é um dom de Deus. Isso está claro em passagens como Filipenses 1.29 (onde está escrito que a nós foi concedido crer), em Hebreus 12.2 (onde Cristo é o autor e consumador da nossa fé), e de um modo muito especial em Efésios 2.8, onde a salvação de graça e por meio da fé aparece claramente como um dom de Deus. Poderíamos ainda mencionar Pedro, quando este diz que Deus, por seu divino poder, nos concedeu “tudo que diz respeito à vida e a piedade” (2Pd 1.3) e também Tiago, quando afirma que toda “boa dádiva e dom perfeito vem de Deus” (Tg 1.17), mas creio que estas referências são suficientes.

 O segundo ponto que quero aclarar é que a fé, sendo um dom de Deus, é irrevogável. Isso encontramos em Romanos 11.29, onde Paulo diz que “os dons de Deus e o seu chamado são irrevogáveis”. Sendo assim, podemos afirmar que um crente verdadeiro pode apresentar uma fé fraca ou forte, mas ele sempre terá fé. No entanto, não ignoro que alguns, tendo conhecido o evangelho, se distanciam, aparentando perder a fé. Estes, na realidade, apenas aparentavam fé, pois nunca a tiveram (1Jo 2.19).

 Em terceiro lugar, gostaria de esclarecer que nem todas as pessoas possuem fé salvífica. Obviamente existe um tipo de fé comum a todos os homens, como a fé nos ídolos ou em si mesmos, mas nem todos possuem fé para a salvação. Paulo aos Tessalonicenses disse que “a fé não é de todos” (2Ts 3.2), e isso pode ser percebido também quando observamos ao nosso redor e fatalmente constatamos que nem todos se salvam. Ora, por alguma razão Deus decidiu não conceder a fé, que é um dom dEle, a todos os homens.

 Agora, a razão porque Deus escolheu dar a fé a alguns homens não pode ser a bondade do próprio homem (pois assim a salvação seria por obras), nem mesmo algo intrínseco ao homem (porque neste caso a glória seria do homem). Por isso afirmamos que a única razão coerente porque Deus decidiu dar a fé a alguns homens é a sua livre vontade, ou soberania.

 Nosso quarto ponto visa responder a seguinte pergunta: “Uma vez que a fé é um dom de Deus, irrevogável e não é de todos, então a quem Deus dá a fé?”. A resposta a esta pergunta é que somente os escolhidos de Deus terão fé. Veja, por exemplo, o modo como Paulo começa a escrever sua carta a Tito: “Paulo, servo de Deus, e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus (…)” (Tt 1.1). Observe aqui que a fé é um presente de Deus aos que ele escolheu. Também Lucas, em Atos dos Apóstolos, narra que “creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna” (At 13.48). Somente aqueles que estavam ordenados para a vida eterna puderam crer.

 A suma destas coisas é que, sabendo que a fé que o homem exerce é um dom de Deus, não convém repetir o já desgastado jargão “Salvação: Soberania de Deus; decisão sábia do homem”, uma vez que a salvação não é um projeto com participação humana, antes, é um projeto de Deus e uma decisão soberana de Deus que redundou em uma resposta humana. Também não devemos supor que nossa fé é a causa da eleição, pois primeiro foi a eleição (Ef 1.4), e depois veio a fé.

 “Porque, quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido?”

 

Soli Deo Gloria!

 

 

 

 

 

E eu, o que faço com esses números?   -

 
 

Gosto de números, números complexos, números naturais, física e química me fascinam! Devido a minha formação acadêmica na área de ciências exatas me apaixonei pelo números e seu poder.
Tem uma frase que sintetiza a necessidade dos números:  " Não ha gestão sem números", frase essa que revolucionou a gestão empresarial.
Dentro do meio eclesiástico os números passaram a ter também grande importância, quanto maior o numero de membros maior seria a aprovação de Deus a esse ministerio (será?) ou ao sucesso do modelo de gestão da igreja e seus lideres!
Hoje li uma reportagem falando do crescimento do número de evangélicos no Brasil na ultima década. Há que comemore esse crescimento com um sinal de avivamento no nosso meio, mas pergunto aos meus botões que diferença esse crescimento tem feito. Fomos chamados para ser sal e luz dessa terra e por que tanto sal e tanta luz não tem produzido aquilo para o qual foram feitos?
Conversei ano passado com um amigo que é pastor em Goiânia, ele me disse que a sua cidade tem um dos maiores índices de evangélicos por habitantes como também de igrejas por metro quadrado do Brasil porem os índices de violência, miséria, abortos e etc continuam crescendo.
Por ser uma ciência exata acho que há algo errado nessa matemática evangélica pois deveríamos ver essa quantidade de "gente crente" fazer a diferença no meio em que está incluída e não apenas encher os templos para ficar bonito no anuário do IBGE.
Há quem diga que até 2050 metade da população brasileira será evangelica, gostaria de estar vivo até lá pra analisar também os outros índices para saber se valeu a pena todo esse crescimento. Enquanto esse dia não chega fica a pergunta: " E eu, o que faço com esses números?"

Abaixo reportagem que me fez realizar essa reflexão!

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados comparativos entre os censos realizados nos anos 2000 e 2010 sobre religião, e apontou crescimento de 61,45% dos evangélicos nos últimos dez anos.
De acordo com o comparativo, no ano 2000, cerca de 26,2 milhões de brasileiros se declaravam evangélicos, quantidade correspondente a 15,4% da população, e no ano de 2010, a quantidade de brasileiros que se identificaram como evangélicos saltou para 42,3 milhões, ou 22,2% da população do país. Nos dados do censo de 1991, o percentual de evangélicos na população brasileira era de 9%.
Mesmo com esse crescimento, a maioria da população brasileira ainda é católica, embora a perda de fiéis proporcionalmente ao crescimento da população seja constante. Desde o ano em que foi realizado o primeiro censo, 1870, os católicos eram 99,7% da população, e em 2010, somam 73,6% dos brasileiros, de acordo com informações do G1.
O crescimento dos evangélicos está diretamente ligado à diminuição da quantidade de católicos, e nas regiões Norte e Nordeste, o dado comparativo do IBGE aponta com maior clareza esses números.
Entre 2000 e 2010, a maior redução percentual de católicos foi na região Norte, que passou de 71,3% para 60,6% da população, enquanto que os evangélicos saltaram de 19,8% para 28,5%.
Já na região Nordeste, os evangélicos cresceram de 10,3% da população, para 16,4% nos últimos dez anos.
O estado brasileiro com menor percentual de católicos é o Rio de Janeiro, com 45,8%. O estado fluminense também registrou a maior concentração de espíritas do Brasil, com 4% da população.
O estado brasileiro que registra a maior concentração de evangélicos, proporcionalmente, é Rondônia, onde 33,8% dos habitantes se declararam adeptos da doutrina evangélica. O estado do Piauí foi onde a menor presença de evangélicos foi registrada, com 9,7%.
O IBGE divulgou também, dados comparativos entre religião e formação escolar, e dentre os evangélicos, 6,2% não possuem instrução, e 42,3% afirmam ter o ensino fundamental incompleto.
O pastor Márcio de Souza comentou a divulgação dos dados e demonstrou preocupação com os reais motivos do crescimento: “Por trás dessa explosão demográfica evangélica, devemos pensar no que tem gerado esse crescimento em nosso meio. Será a ‘fama’ de que crente prospera ou o afã de responder o chamado divino para a ‘Missio dei’? Será que estamos atentando muito para a quantidade e deixado a qualidade de lado?”, questiona Souza.
Segundo o colunista do Gospel+, o parâmetro para visualizar os efeitos do crescimento dos evangélicos é a realidade social: “Um bom termômetro para isso é olhar a situação de desigualdade social e injustiça no país. Quando Calvino pregou o evangelho em Genebra, a cidade deixou de ser um pulgueiro onde pessoas jogavam fezes pelas janelas de casa e passou a ser uma referência de civilidade, justiça social e respeito ao direito do outro. Sem contar que o trabalho foi dignificado e reconhecido como ferramenta de Deus para nos prosperar”, observa.
Para Márcio, o crescimento em números dos evangélicos não tem refletido na sociedade de forma que a transforme: “Hoje, somos 42 milhões e os lixões continuam cheios de crianças sendo exploradas, gente brigando com cães e urubus o pão de cada dia, as favelas continuam a se multiplicar, o tráfico de drogas continua a recrutar nossos meninos e o nosso índice com relação a distribuição de renda e desenvolvimento humano só não é pior que o de Serra Leoa e algumas republiquetas africanas. Se o Evangelho vigente no Brasil seguisse a doutrina dos apóstolos, o país seria outro. Não teríamos pastores milionários e crianças famintas. precisamos pensar se não estamos transformando lobos em bodes ao invés de ovelhas”, critica o pastor.
Para ler a íntegra do artigo “Explosão Evangélica! Somos 42 milhões! E dapi?”, de Márcio de Souza em sua página, acesse este link.
De acordo com o censo, o número de pessoas sem religião cresceu entre os anos 2000 e 2010, passando de 12,5 milhões para 15 milhões.
Confira abaixo, infográficos retirados do site Estadão Dados, com comparativos entre a quantidade e crescimento de adeptos da religião evangélica com as outras religiões no Brasil, entre os anos 1940 e 2010:
Gráfico comparativo de religiões entre os anos 1940 e 2010
Status atual das religiões no Brasil
Fonte: Gospel+
 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Soberania de Deus - Arthur W. Pink

 

por Arthur W. Pink - Os Atributos de Deus (A Soberania de Deus)

A soberania de Deus pode ser definida como o exercício de Sua supremacia ver capítulo anterior. Sendo infinitamente elevado acima da mais alta criatura, Ele é o Altíssimo, Senhor do céu e da terra. Sujeito a nenhum, influenciado por ninguém, absolutamente independente, Deus não o que Lhe agrada, somente o que Lhe agrada, sempre o que Lhe agrada. Ninguém pode impedi-lo, ninguém pode impedi-lo. Então Sua própria Palavra declara expressamente:. "O meu conselho subsistirá, e farei toda a minha vontade" (Is 46:10); "Todos os povos da terra são reputados em nada Ele faz como lhe agrada com os poderes dos céus e os povos da terra. Ninguém pode segurar a sua mão ou dizer-lhe-O que você fez? " (Dan 4:35). Soberania divina significa que Deus é Deus de fato, bem como no nome, que Ele está no trono do universo, direcionando todas as coisas, trabalhando todas as coisas ", segundo o conselho da Sua vontade" (Ef 1:11).


 

Justamente foi o falecido Charles Haddon Spurgeon diz em seu sermão sobre Mateus 20-15 - "Não há atributo mais consolador para os Seus filhos do que a soberania de Deus, sob as circunstâncias mais adversas, nos ensaios mais graves, eles acreditam que a soberania tem. ordenado suas aflições, que a soberania sobrepõe-los, e que a soberania vai santificar todos eles. Não há nada para que as crianças deveriam mais intensamente para lutar do que a doutrina de seu mestre sobre toda a realeza-criação de Deus sobre todas as obras de sua própria mãos do trono de Deus e Seu direito de sentar-se sobre esse trono.

 
"Por outro lado, não há doutrina mais odiada pelos mundanos, nenhuma verdade de que tenham feito tal uma bola de futebol, como a grande doutrina, estupendo, mas ainda mais certo da soberania do infinito Jeová. Homens permitem que Deus estar em todo lugar menos no Seu trono. Eles vão permitir que Ele seja em sua oficina para os mundos da moda e fazer estrelas. Eles vão permitir que Ele esteja em Sua almonry dispensar Suas esmolas e derrame Suas bênçãos. Eles vão permitir que Ele para sustentar a terra e suportar os pilares dela, ou acender as luzes do céu, ou descartar as ondas do mar sempre em movimento, mas quando Deus ascende ao Seu trono, Suas criaturas, em seguida, ranger de dentes!

 
"E nós proclamamos um Deus entronizado e Seu direito de fazer o que quiser com a sua própria, de dispor de Suas criaturas como Ele pensa bem, sem consultá-los sobre o assunto, então é que estamos assobiou e execrado, e então é que os homens fazem ouvidos moucos para nós, pois Deus em Seu trono , não é o Deus que ama. Mas é Deus sobre o trono que amamos pregar. É Deus no Seu trono que nós confio. "

 
"Nosso Deus está nos céus e faz tudo o que Lhe agrada." Salmo 115:3. "Eu sei que Você pode fazer qualquer coisa, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado." 42:2 trabalho. "O Senhor faz tudo o que lhe agrada no céu e na terra, nos mares e em todas as profundidades." Salmo 135:6. Sim, caro leitor, como é o Potentado imperial revelado nas Sagradas Escrituras. Inigualável em majestade, ilimitado em poder, não afetado por qualquer coisa fora de si mesmo. Mas estamos vivendo em uma época em que mesmo o mais "ortodoxo" parecem ter medo de admitir a divindade própria de Deus. Dizem que para pressionar a soberania de Deus exclui a responsabilidade humana e que a responsabilidade humana é baseada em soberania divina, e é o produto dela.
Deus soberanamente escolheu para colocar cada uma de Suas criaturas em que pé particular que parecia bom aos Seus olhos. Ele criou os anjos: alguns Ele colocou em pé de condicional, outros Ele deu uma posição imutável diante dEle (1 Tm 5:21), fazendo a cabeça de Cristo (Cl 2:10). Que não se esquecer que os anjos que pecaram (2 Pedro 2:4), eram tanto as Suas criaturas como os anjos que pecaram não. No entanto, Deus previu que iriam cair, no entanto, colocou-os em um, pé de criatura mutável, condicional, e permitiu-lhes a cair, embora Ele não foi o autor de seu pecado.

 
Assim também, Deus soberanamente colocou Adão no jardim do Éden, em cima de um pé de condicional. Ele tinha tão satisfeito, Ele poderia ter colocado ele em cima de um pé de incondicional. Ele poderia ter colocado ele em um pé firme como ocupado pelo anjos que não caíram. Ele poderia ter colocado ele em cima de um pé de tão certo e tão imutável quanto o que seus santos têm em Cristo. Mas, em vez disso, Ele escolheu para colocá-lo no Éden, com base em responsabilidade criatura, de modo que ele se ou caiu conforme mediu-se ou não corresponder à sua responsabilidade a obediência a seu Criador. Adam ficou responsável perante Deus pela lei que o Criador lhe havia dado. Aqui era a responsabilidade, responsabilidade intacta, testados sob as condições mais favoráveis.

 
Ora, Deus não colocou Adão em cima de um pé de responsabilidade criatura condicional, porque era direito Ele deve então colocá-lo? Não, era certo, porque Deus o fez. Deus não dão mesmo ser criaturas porque era certo para a fazê-lo, isto é, porque Ele estava sob quaisquer obrigações para criar, mas era certo, porque Ele assim o fez. Deus é soberano. Sua vontade é suprema. Tão longe de Deus estar sob qualquer lei de "direita," Ele é uma lei para si mesmo, de modo que tudo o que Ele faz é certo. E ai de o rebelde que chama a Sua soberania em causa:. "Ai daquele que contende com seu Criador, a quem é mas um caco de barro entre outros cacos no chão Será que o barro dizer ao oleiro: 'O que você está fazendo ? O seu trabalho dizem: 'Ele não tem mãos? " (Is 45:9).

 
Novamente, o Senhor Deus colocou soberanamente Israel em cima de um pé de condicional. Os capítulos 19, 20 e 24 de Êxodo pagar uma prova clara e completa deste. Eles foram colocados sob um pacto de obras. Deus lhes deu certas leis, e fez a bênção nacional para eles dependem de sua observância de seus estatutos. Mas Israel era de dura cerviz, e incircuncisos de coração. Eles se rebelaram contra Jeová, abandonou a Sua lei, virou a deuses falsos, e apostatou. Em conseqüência, o juízo divino caiu sobre eles, eles foram entregues nas mãos de seus inimigos, Espalhou por toda a terra, e permanecem sob a desaprovação pesada do desagrado de Deus para este dia.

 
Foi Deus no exercício de sua soberania alta que colocou Satanás e seus anjos, Adão e Israel em suas respectivas posições de responsabilidade. Mas longe de sua soberania tirando a responsabilidade da criatura, que era pelo seu exercício que Ele colocou nesta posição condicional, sob a responsabilidade como ele pensava adequada; em virtude do qual a soberania, Ele é visto como Deus sobre todos . Assim, há perfeita harmonia entre a soberania de Deus ea responsabilidade da criatura. Muitos têm mais tolamente disse que é completamente impossível mostrar onde termina a soberania divina ea responsabilidade criatura começa. Aqui é onde começa a responsabilidade criatura-na ordenação soberana do Criador. Quanto à sua soberania, não há e nunca haverá qualquer "fim" para ele!

 
Vamos dar mais provas de que a responsabilidade da criatura é baseado na soberania de Deus. Quantas coisas estão registradas nas Escrituras que tinham razão, porque Deus lhes ordenara, e que não teria sido certo se Ele não tivesse tão ordem! Que direito tinha Adão a "comer" das árvores do jardim? A permissão de seu Criador (Gn 2:16), sem a qual ele teria sido um ladrão! Que direito tinha Israel para "emprestar" das jóias dos egípcios e vestuário (Êxodo 12:35)? Nenhum, a não ser que o SENHOR o tinha autorizado (Êxodo 3:22). Que direito tinha Israel para matar tantos cordeiros para o sacrifício? Nenhuma, excepto que Deus ordenou. Que direito tinha Israel para matar todos os cananeus? Nenhum, mas como o Senhor lhes havia pedido. Que direito tem o marido a exigir a apresentação de sua esposa? Nenhum, a não ser que Deus havia designado. E assim poderíamos continuar. A responsabilidade humana é baseada na soberania divina.

 
Mais um exemplo do exercício da soberania absoluta de Deus. Deus colocou os Seus eleitos em cima de um pé diferente de Adão ou Israel. Ele colocou seus eleitos em cima de um pé de incondicional. Na eterna Aliança Jesus Cristo foi nomeado seu chefe, assumiu as suas responsabilidades sobre si, e efetuou uma justiça para eles o que é perfeito, irrevogável e eterna. Cristo foi colocada sobre uma base condicional, pois Ele foi "nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei", apenas com esta diferença infinita, os outros não, Ele não fez e não conseguiu. E quem colocou Cristo em que pé condicional? O Deus uno e trino. Era soberana vontade que o nomeou, soberano amor que O enviou, soberana autoridade que atribuiu-lhe a Sua obra.

 
Certas condições foram estabelecidas antes do Mediador. Ele era para ser feito em semelhança da carne do pecado, Ele foi para engrandecer a lei e torná-la gloriosa, Ele era arcar com todos os pecados do povo de Deus em Seu corpo, sobre o madeiro, Ele era fazer plena expiação para eles ; Ele era suportar a ira de Deus derramado; Ele era morrer e ser enterrado. No cumprimento dessas condições, Ele foi prometido uma recompensa: Isaías 53:10-12. Ele era para ser o primogênito entre muitos irmãos; Ele era ter um povo que deve partilhar a Sua glória. Bendito seja o Seu nome para sempre, Ele cumpriu essas condições, e porque Ele assim o fez, o pai está se comprometeu, sob juramento solene, para preservar através do tempo e abençoe por toda a eternidade, todos aqueles para quem a mediada Filho encarnado. Porque Ele tomou o seu lugar, que agora compartilham dele. Sua justiça é deles, sua posição diante de Deus é deles, sua vida é deles. Não há uma única condição para que eles se encontram, não uma responsabilidade única para eles para descarregar a fim de atingir a sua bem-aventurança eterna. "Com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre os que são santificados [separado]" (Hb 10:14).

 
Eis então a soberania de Deus abertamente exibido antes de tudo, exibido nas diferentes formas em que lidou com as Suas criaturas. Parte dos anjos, Adão e Israel, foram colocados em cima de um pé de condicional, a continuação no bênção que está sendo feito depende de sua obediência e fidelidade a Deus. Mas, em contraste com eles, o "pequeno rebanho" (Lucas 12:32), foi dado um incondicional, de pé imutável na aliança de Deus, Deus aconselha, o Filho de Deus, a sua bênção a ser feito depende do que Cristo fez por eles. O fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus "(2 Tm 2:19) A base sobre a qual estande eleito de Deus é perfeita:. Nada pode ser adicionado a ele, e nada se a partir de ele (Ec 3:14). Aqui, então, é uma visualização de alta e grandiosos da soberania absoluta de Deus. Verdadeiramente, Ele tem "misericórdia de quem Ele terá misericórdia, e quem quer endurece" (Rm 9:18 ).

 

 

DEUS SERÁ DEUS NO CÉU?

Escrito por: Vincent Cheung

O fato que você pode perguntar se Deus ainda nos controlará quando chegarmos ao céu me diz que você ainda não compreendeu completamente a base para a soberania de Deus, e que o seu pensamento ainda é antropocêntrico.

 

Deus é soberano, não por causa de quem você é ou onde você está, mas por causa de quem e o que ele é. Ele controla todas as coisas porque isso é o que significa ser Deus. Sua soberania é primeiro uma questão ontológica e metafísica, e não uma questão soteriológica. Ela não tem nada a ver com onde estamos ou com nosso estado e condição. Nunca nos tornaremos autônomos e independentes de Deus. Sua soberania não é um jogo, onde decidimos arbitrariamente seguir uma série de regras por um tempo, e então, quando deixamos de jogar, seguimos outra série de regras. Ele controla todas as coisas porque ele é Deus.

 

Tenha cuidado quando fizer uma pergunta como essa, para que você não blasfeme, pois sua pergunta equivale a “Deus ainda será Deus quando eu estiver no céu, ou terei independência de Deus e me tornarei como o próprio Jeová em sua liberdade?”. Todavia, eu não culpo você totalmente, pois os teólogos calvinistas e reformados têm treinado as pessoas para que pensem a partir de ponto de vista estreito (soteriológico), mesmo quando o assunto pertence a uma questão mais ampla (ontológica e metafísica). Se você lhes fizer uma pergunta metafísica, eles vão te dar uma resposta soteriológica. Isso tem resultado em muito absurdo, e por vezes blasfêmia. Para um exemplo, veja meu artigo “E a rebimboca da parafuseta?”. Quanto a você, sempre pense em Deus com o maior temor e reverência. Não blasfeme, nem mesmo indiretamente ou por implicação.

 

 

 

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto – maio/2012.

 

 

 

Frei Carlos Mesters fez uma longa entrevista com o Apóstolo Paulo

 

Antes da entrevista Frei Mesters faz uma introdução. Diz ele:

           O objetivo deste subsídio é abrir uma porta de entrada para a vida do apóstolo Paulo e, assim, oferecer uma chave de leitura para as cartas que ele escreveu.

É uma porta em forma de entrevista que procura fornecer a ficha completa do apóstolo. Serve como exercício. Formulamos uma série de 40 perguntas e procuramos as respostas na própria Bíblia e nas informações que temos do contexto daquele tempo, tanto judaico como helenista-romano.

As perguntas que fizemos revelam apenas alguns aspectos da vida de Paulo. Outras perguntas poderão revelar outros aspectos da sua vida e da vida das comunidades daquele tempo.

As respostas são dadas na terceira pessoa e não na primeira pessoa de ``Eu, Paulo'', como se esperaria numa entrevista. É por dois motivos: 1. Não tive coragem; 2. Respondendo na primeira pessoa, fica mais difícil relativizar as conclusões ainda incertas da pesquisa histórica em torno da vida de Paulo. Pois nem tudo é certo e claro. Há vários pontos obscuros que não passam de hipóteses.

Existe uma discussão entre os exegetas sobre a autenticidade de várias cartas que a Bíblia atribui ao apóstolo Paulo. Elas não seriam de Paulo, mas de um discípulo de Paulo. Para a finalidade desta breve entrevista achamos não ser necessário discutir esta questão difícil.

Tomamos as cartas da maneira como aparecem na Bíblia. Um estudo mais aprofundado, porém, não poderá ignorar a questão da autenticidade. A dúvida se alguma carta é ou não é de Paulo não diminui em nada o seu valor como palavra inspirada de Deus.

A entrevista imaginária é feita depois da primeira prisão de Paulo em Roma, pouco antes da sua morte, quando ele estava com mais ou menos 63 anos de idade.

 

Uma entrevista com o Apóstolo Paulo

I Parte

 

1. Qual é o seu nome?

O primeiro nome é Shaúl ou Saulo (At 7,58), o que significa, ``implorado'', ``desejado''. Naquele tempo, além do primeiro nome em hebraico ou aramaico, era costume ter um segundo nome latinizado ou helenista. O segundo nome era Paulo (At 13,9). É este o nome que ele prefere e usa em todas as suas cartas. Outros exemplos de nome duplo: João Marcos (At 12,12; 15,37), José Barsabas Justo (At 1,23), Simeão Niger (At 13,1), Tabita Dorcas (At 9,36).

 

2. Quando você nasceu?

Paulo deve ter nascido em torno do ano 5 da nossa era. Pois, quando escreveu a carta para o amigo Filemon, ele já se considerava ``velho'' (Fm 9). Velho, conforme os padrões daquele tempo, era a pessoa que tinha além dos 55 anos de idade. A carta para Filemon foi escrita quando Paulo estava na prisão (Fm 9), provavelmente na primeira prisão romana que durou dois anos, de 58 até 60. Deduzindo os 55 anos de 60, se obtém o ano 5. Como se vê, o cálculo da idade e da cronologia de Paulo depende de muitas conjeturas.

 

3. Você nasceu aonde?

Paulo nasceu em Tarso na Cilícia da Ásia Menor (At 9,11; 21,39; 22,3; cf. 9,30; 11,25). Tarso ficava a uns quinze quilômetros do Mar Mediterrâneo, perto da embocadura do Rio Cidno que, pouco antes de entrar no mar, formava um grande lago. Tarso era uma cidade enorme. Conforme os cálculos feitos por alguns historiadores, tinha cerca de 300 mil habitantes. Ela possuía um porto muito ativo, de grande movimento. A estrada romana que fazia a ligação entre o Oriente e o Ocidente passava por lá. Tarso era também um importante centro de cultura. Foi ainda em Tarso que o imperador Marco Antônio viu pela primeira vez a Cleópatra ( 38 a .C.), fato que mudou a história do império romano. Ao sul, a cidade se abria para o mar. Para o norte, ela se espremia ao pé da serra, chamada Taurus, que subia até três mil metros de altura.

 

4. Sendo judeu, como é que você foi nascer numa cidade helenista? A sua família é de lá ou migrou para lá?

São Jerônimo (séc. IV) conservou uma tradição antiga conforme a qual Paulo teria nascido em Giscala, na Galiléia. Esta tradição não pode ser verdadeira, pois contradiz a afirmação de Lucas nos Atos dos Apóstolos, onde Paulo diz: ``Nasci em Tarso'' (At 22,3). Mas ela pode ter um fundo de verdade. É provável que a família de Paulo tenha a sua origem na Galiléia e tenha migrado de lá para Tarso bem antes do nascimento de Paulo. Naquele tempo, a migração de Judeus da Palestina para as cidades costeiras do Mar Mediterrâneo era muito comum, desde o quinto século antes de Cristo. Em todas elas havia comunidades judaicas bem organizadas que, juntas, formavam a assim chamada diáspora. Havia uma comunicação muito intensa entre as comunidades da diáspora e a cidade de Jerusalém que era o centro espiritual de todos os judeus.

Assim se entende como Paulo, nascido em Tarso, foi criado em Jerusalém (At 22,3; 26,4-5) e como ele tinha uma irmã casada que morava em Jerusalém (At 23,16). Ele mesmo diz: ``O que foi minha vida desde minha juventude e como desde o início vivi no meio da minha nação, em Jerusalém mesmo, sabem-no todos os judeus'' (At 26,4).

 

5. Quais os estudos que você fez, aonde e com quem?

Conforme os costumes judeus da época, Paulo deve ter recebido a sua formação básica como judeu, primeiro, na casa dos pais e, em seguida, na sinagoga local de Tarso e na escola ligada à sinagoga. A formação básica comum dos judeus compreendia: aprender a ler e escrever; o estudo da lei e da história povo''; a transmissão da sabedoria da vida e das tradições religiosas; aprendizagem das orações. O método era: pergunta e resposta; repetir e decorar; insistência na disciplina e na convivência. Além disso, ainda em Tarso, ele deve ter aprendido a cultura grega que ele conhecia e usava (cf. At 17,28).Além desta formação básica, Paulo recebeu uma formação superior em Jerusalém. Desde a sua juventude, estudou aos pés de Gamaliel, neto e discípulo do célebre doutor Hillel (At 22,3). Ele mesmo confessa que foi um aluno aplicado e esforçado (Fm 3,6).

 

6. Você se formou como rabino, doutor da lei?

Quais os cursos?Naquele tempo, não havia cursos como hoje. Havia os grandes mestres que reuniam ao seu redor um grupo de discípulos. Na época de Paulo, isto é, no primeiro século, ainda não havia uma graduação oficial para alguém poder usar o título de rabino ou doutor da lei. Isto só aconteceu a partir da reunião de Yabne, realizada em torno do ano 90 d.C. Naquela assembléia, os rabinos da linha dos fariseus estabeleceram as condições para alguém poder ser admitido e reconhecido como rabino. Paulo nunca usou o título de Rabino, e nunca foi chamado como tal. Por isso, é pouco provável que ele tenha estudado para se formar como rabino ou doutor da lei. No entanto, o conhecimento de que ele dá provas nas suas cartas, mostra que, mesmo não sendo rabino oficial, possuía uma sólida formação teológica, igual à dos rabinos.

O estudo superior abrangia as seguintes matérias: 1. Estudo da Lei, a Tora, através de leituras freqüentes, até conhecê-la de cor. 2. Estudo da Halaká, isto é, da Tradição dos Antigos. A Halaká procurava regulamentar a vida do povo de acordo com a Lei. Era a assim chamada Tradição Oral que tinha tanto valor e autoridade quanto o texto escrito da Lei. Paulo estudou a Halaká dos fariseus e não a dos saduceus (cf. Fm 3,5; At 23,6-8). 3. Estudo da Hagadá, isto é, das histórias do passado, descritas na Bíblia. A maneira que se usava para lembrar e contar as histórias do passado capacitava o aluno a ler os fatos do seu tempo à luz da fé. 4. As regras do Midrash, isto é, da interpretação da Bíblia. Midrash significa busca, do verbo darash - buscar. Indica a busca do sentido que a Sagrada Escritura tem para a vida do povo e das pessoas.

 

7. Quais as suas leituras preferidas?

Qual o significado que a Bíblia tem para você?A leitura preferida de Paulo era, sem dúvida, a ``Sagrada Escritura'', aprendida ``desde criança'', conforme o costume do povo judeu da época (2Tm 3,15). Da Sagrada Escritura ele tirava ``a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Jesus Cristo' ' (2Tm 3,15). Tirava ``ensinamento'', ``perseverança e consolação'', ``esperança'' (Rm 15,4). Ele se considerava destinatário daqueles escritos antigos: ``Foram escritos para a nossa instrução, nós que tocamos o fim dos tempos'' (1Cor 10,11). Ele acreditava que o Espírito de Deus agia sobre o povo através da Escritura Sagrada: ``Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para instruir, para refutar, para corrigir, para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, qualificado para toda boa obra'' (2Tm 3,16-17).

Naquele tempo, a Sagrada Escritura compreendia só os livros que hoje pertencem ao Antigo Testamento, pois o Novo Testamento ainda não existia como escrito. Por ora, existia só como comunidade nova, que comunicava vida nova e olhar novo. O escrito do Novo Testamento estava sendo feito.

A expressão Antigo Testamento vem do próprio Paulo (2Cor 3,14). Era uma maneira nova de indicar a Bíblia, que deve ter desagradado aos irmãos judeus. Para Paulo, o Antigo se tornava Novo através da vida nova e do olhar novo, nascidos da conversão para Cristo na comunidade (cf. 2Cor 3,16). Paulo lia e interpretava os livros do Antigo Testamento a partir deste novo olhar. Não parava na ``letra que mata'', mas buscava o ``Espírito que comunica vida'' (2Cor 3,6). Procurava descobrir (darash - midrash) como toda a história antiga estava orientada por Deus para encontrar em Cristo e na comunidade o seu verdadeiro e definitivo sentido: ``Todas as promessas de Deus encontram nele o seu SIM!'' (2Cor 1,20) ``Tudo foi escrito para nós que tocamos o fim dos tempos'' (1Cor 10,11).

 

8. Você tem alguma obra escrita?

Qual?Paulo não escreveu nenhum livro, nenhum tratado, nenhuma ``epístola'' (entendida como obra literária em forma de carta, dirigida a um público anônimo), mas escreveu algumas cartas para as comunidades e para os companheiros de caminhada. As cartas tratam de assuntos e problemas bem concretos da vida das comunidades e das pessoas.

No geral, Paulo segue o esquena normal das cartas daquela época: apresentação do autor e dos destinatários, saudação inicial, etc. Geralmente ele ditava as cartas a um secretário (cf. Rm 16,22) e, no fim, as assinava de próprio punho (2Ts 3,17; Gl 6,11; 1Cor 16,21; Cl 4,18; Fm 19). Parece que só a carta para Filemon foi escrita inteiramente pelo próprio Paulo, sem a ajuda de um secretário.

Na maioria das vezes, Paulo não escrevia sozinho, mas junto com os companheiros de missão que aparecem ao lado dele na saudação inicial ou nas lembranças finais das cartas (Rm 16,21-23: 1Cor 1,1; 16,19; 2Cor 1,1; Gl 1,2; Fm 1,1; 4,21; Cl 1,1; 4,10-13; 2Ts 1,1; 3Ts 1,1; 2Tm 4,21; Fm 1 e 23).

 

9. Além dos estudos que fez, você aprendeu alguma profissão?

Qual e por quê?Paulo tinha a profissão de fabricante de tendas e de outros objetos de couro (At 18,3). Alguns exegetas acham que ele tenha aprendido esta profissão durante a sua estadia em Jerusalém, enquanto estudava aos pés de Gamaliel. Pois, assim dizem, o ideal do bom rabino era ter uma profissão e viver do próprio trabalho. Neste caso, a profissão e o trabalho teriam um papel apenas secundário na vida de Paulo. O importante seria o fato de ele ser rabino ou doutor. Mas, como já vimos, ao que tudo indica, Paulo não estudou para ser rabino ou doutor. Nem é certo que este ideal de rabino já existisse assim no primeiro século. E como ainda veremos, a profissão e o trabalho tinham um papel não secundário, mas central na vida de Paulo.

O mais provável é que ele, como todo menino daquele tempo, tanto do mundo grego como do mundo judeu, tenha aprendido a profissão do próprio pai, isto é, lá mesmo em Tarso. A profissão era uma característica da família. Passava de pai para filho. O aprendizado na oficina do pai começava aos 13 anos de idade e durava dois ou três anos. O menino tinha que trabalhar de sol a sol, obedecendo a uma disciplina muito rígida. Ele aprendia a profissão do pai ou para ter um meio de vida ou para se capacitar na condução dos negócios como sucessor do pai. Isto dependia do tamanho da fortuna e do negócio do pai.

 

10. Seu pai era rico?

Tinha grandes negócios?Paulo fazia questão de dizer que era ``Cidadão de Tarso'' (At 21,39) e ``Cidadão de Roma'' (At 16,37; 22,25) e que tinha este direito não porque o comprou, mas por nascimento (At 22,28). Com outras palavras, recebeu-o do pai. Isto quer dizer que o pai de Paulo não era pobre. Pelo contrário, era da elite da cidade, pois chegou a apropriar-se do direito de ``Cidadão de Roma'' a ponto de poder passá-lo para os filhos!

Alguns intérpretes acham que o pai de Paulo, sendo fabricante de tendas, tenha produzido tendas para o exército romano que precisava delas para as suas numerosas expedições militares. Assim eles explicam como ele, sendo judeu, possa ter recebido o título de ``Cidadão de Roma'' como um direito hereditário.

Deste modo, é provável que Paulo tenha aprendido a profissão de fabricante de tendas, não tanto para ter um meio de sobrevivência através do trabalho, mas muito mais para poder suceder o pai na condução dos negócios. A conversão para Cristo, porém modificou todos estes planos!

 

II Parte

11. Paulo, de que maneira a conversão para Cristo modificou seus planos?
Como Cidadão de Tarso, Cidadão de Roma, aluno de Gamaliel com formação superior, criado e formado muito provavelmente para tomar conta da oficina do pai, Paulo pertencia à elite da sociedade daquele tempo. Tinha diante de si um grande futuro e a possibilidade real de uma brilhante carreira. Mas a entrada de Cristo na sua vida modificou tudo isto!
Ele mesmo diz: ``Por causa dele perdi tudo e tenho tudo como esterco para poder ganhar a Cristo e ser achado nele!' (Fil 3,8) ``O que era lucro, eu o tive como perda, por amor a Cristo!'' (Fil 3,7).
Perdeu tudo! Qual o tudo que ele perdeu?Uma parte do tudo que perdeu era o seguinte: a entrada de Cristo na sua vida o tirou de uma posição na sociedade e o colocou em outra, bem inferior. Paulo mudou de classe. Em vez de empregador, dono de uma oficina com seus empregados e escravos, acabou sendo ele mesmo um empregado, um trabalhador assalariado com aspecto de escravo, que mal e mal ganhava o suficiente para poder sobreviver e que dependia da solidariedade dos amigos para não morrer de fome (2Cor 11,9; 2Ts 3,8).
A conversão para Cristo era um lado da medalha. O outro lado era a sua identificação cada vez maior com os pobres, os assalariados, os escravos.

12. Explique-se melhor: depois de convertido para Cristo, o que foi que você fez da profissão que aprendeu? Chegou a exercê-la? Como arrumava emprego?
         A entrada de Cristo na sua vida criou para Paulo uma situação nova e diferente, em que ele foi obrigado a buscar uma outra maneira de sobreviver. De um lado, como que de repente, Paulo foi cortado da comunidade judaica, perdeu o círculo de amizades que tinha e deve ter perdido também sua clientela no meio dos judeus, pois eles chegaram ao ponto de querer matá-lo (At 9,23). De outro lado, vivendo na nova comunidade dos cristãos, Paulo foi enviado para a missão (At 13,2-3) e, durante mais de 14 anos, levou uma vida de missionário ambulante, sem domicílio, sem oficina e sem clientela fixa. Como sobreviver nestas condições?
Como missionário ambulante, havia várias alternativas de sobrevivência, de acordo com o costume dos professores, filósofos e missionários ambulantes da época: havia alguns destes professores que impunham um preço pelo ensino que davam; outros, mas bem poucos, viviam de esmolas que eles pediam nas praças; a maioria, porém, se instalava em alguma casa de família de gente mais rica, como professor particular dos filhos, e lá eles viviam, sem trabalhar com as mãos, como filhos da casa, dependendo em tudo da família e recebendo dela até alguma ajuda em dinheiro.

Ora, Paulo, por uma questão de princípio, não aceitou nenhuma destas três alternativas: embora reconhecesse aos outros o direito de receber um salário (1Cor 9,14-15), ele mesmo fazia questão de não aceitar um salário pelo ensino que dava, pois queria anunciar o evangelho de graça (1Cor 9,17-18); não aceitava esmola nem ajuda para si, a não ser de uma única comunidade (Fil 4,15); não queria depender da comunidade nem ser peso para ela (1Ts 2,9; 2Ts 3,7-9; 2Cor 12,13-14).

Paulo escolheu uma quarta alternativa: trabalhar com as próprias mãos (1Cor 4,12). E neste ponto lhe foi de muito proveito a profissão que aprendeu, mas com uma grande diferença: aprendeu a profissão como filho de pai influente e rico, e acabou por exercê-la como operário necessitado, obrigado pelas circunstâncias duras da vida a procurar um emprego nas oficinas perto do mercado das grandes cidadesCícero, célebre orador e senador romano, dizia: ``Uma oficina não tem nada que possa beneficiar um homem livre''. Por isso, para um homem livre como Paulo, não era fácil conseguir um emprego. Em geral, as grandes oficinas empregavam só escravos por serem mais baratos. Quando um homem livre procurava trabalho em alguma oficina, ele fazia algo que o humilhava. Foi o que aconteceu com Paulo. Ele escreve com certa ironia: ``Terá sido falta minha anunciar-vos gratuitamente o evangelho, humilhando-me a mim mesmo para vos exaltar?'' (2Cor 11,7). Procurando emprego nestas condições, Paulo assumia a condição de um escravo: ``Mesmo sendo livre, fiz-me escravo de todos'' (1Cor 9,19).

13. Por que você insiste tanto no valor do ``trabalho com as próprias mãos''?
          Na sociedade helenista, trabalhar com as próprias mãos era visto como um trabalho próprio de escravo e impróprio para um homem livre. O ideal dos gregos era uma vida intelectual sem trabalho manual. Daí que os outros missionários, filósofos e professores ambulantes, cultivando o ideal da época, não trabalhavam com as mãos e eram sustentados pela comunidade. A comunidade, por sua vez, os acolhia de bom grado, pois via neles um símbolo do ideal que todos queriam atingir. Embora alimentado por todos e para todos, este ideal era viável apenas para uma pequena elite.

Paulo rompe com o ideal cultivado pela sociedade e pela cultura helenista. Pois ele insiste em querer sustentar-se através do trabalho manual: “Vocês sabem como devem imitar-nos: nós não ficamos sem fazer nada quando estivemos entre vocês, nem pedimos a ninguém o pão que comemos; pelo contrário, trabalhamos com fadiga e esforço, noite e dia, para não sermos um peso para nenhum de vocês. Não porque não tivéssemos direito a isso, mas porque nós quisemos ser um exemplo para vocês imitarem'' (2Ts 3,7-10).

Apresentando-se ao povo como um missionário que vive do trabalho de suas próprias mãos, ele faz com que o evangelho entre por uma porta diferente, provoque uma ruptura na vida do povo e lhe apresente um novo ideal de vida. Ele diz: ``Empenhem a sua honra em levar uma vida tranqüila, ocupando-se das suas próprias coisas e trabalhando com as próprias mãos. Assim levarão uma vida honrada aos olhos dos de fora e não passarão mais necessidade de coisa alguma'' (1Ts 4,11-12). Como entender o alcance deste texto?

Apresentando-se ao povo como um missionário que vive do trabalho de suas próprias mãos, ele faz com que o evangelho entre por uma porta diferente, provoque uma ruptura na vida do povo e lhe apresente um novo ideal de vida. Ele diz: ``Empenhem a sua honra em levar uma vida tranqüila, ocupando-se das suas próprias coisas e trabalhando com as próprias mãos. Assim levarão uma vida honrada aos olhos dos de fora e não passarão mais necessidade de coisa alguma'' (1Ts 4,11-12). Como entender o alcance deste texto?

Paulo deu o exemplo (1Ts 2,9; 2Ts 3,7-9; At 20,34-35; 1Cor 4,12). Ele era um homem livre que não precisava trabalhar como um escravo. Como missionário ambulante, ele podia ser sustentado pela comunidade, e a comunidade o aceitaria de bom grado. Mas ele recusou este direito (1Cor 9,15). Fez questão de trabalhar com as próprias mãos. Deste modo, ajudava os irmãos pobres a quebrar a ideologia dominante e a perceber onde estava a fonte da verdadeira honradez. E foi exatamente neste ponto que Paulo recebeu os maiores ataques dos outros missionários que não chegavam a entender a sua atitude e que pensavam mais de acordo com a ideologia dominante (1Cor 9,1-18; 2Cor 11,7-15).

Resumindo: o trabalho ocupa um lugar central na vida de Paulo. Através do trabalho, ele se tornou um exemplo vivo e ajudava as comunidades a compreender que era precisamente na sua condição de trabalhadores e escravos que estava a base para se poder criar uma situação nova em que o povo já não passasse necessidade.

 

14. Qual o seu salário? Dá para viver? Tem outra fonte de renda?

Ao que tudo indica, o salário de Paulo não deve ter sido alto, pois ele tinha que trabalhar ``dia e noite'' para poder viver sem depender dos outros (1Ts 2,9; 2Ts 3,8). Ele fala de cansaço, provocado pelo trabalho manual (1Cor 4,12), e de ``vigílias'', (isto é, horas-extras) (2Cor 6,5; 11,27). Mas mesmo fazendo vigílias, ele passava necessidade (2Cor 11,9). Não tinha dinheiro nem para comprar comida e roupa, pois ele fala de fome e nudez (2Cor 11,27). Vivia como um ``indigente'' (2Cor 6,10).

Um dos motivos do salário insuficiente é o fato de Paulo estar sempre viajando e não ter um domicílio fixo. Por isso, não conseguia montar uma oficina própria com clientela estável, nem criar um nome de bom profissional que pudesse atrair os compradores de tendas e de outros artigos de couro. Na maioria dos lugares por onde passou, ele deve ter vivido de algum emprego, conseguido numa das oficinas que costumavam ficar perto do mercado.
Em Corinto, teve a sorte de ter encontrado Áquila e Priscila, em cuja oficina conseguiu um emprego (At 18,3). Em Éfeso, onde passou três anos, ao que parece, não teve tanta sorte, pois de lá escrevia aos coríntios: ``Fatigamo-nos trabalhando com as próprias mãos'' (1Cor 4,12). Ainda em Éfeso, Paulo ``ensinava diariamente na escola de um tal Tiranos'' (At 19,9). Um texto variante, conservado no assim chamado ``textus occidentalis'', diz que o ensinamento diário era feito ``entre a quinta e a décima hora'', isto é, entre 11 da manhã e 4 da tarde, ou seja, durante a hora do almoço e do descanso. O resto do tempo, ele tinha que trabalhar na oficina, desde cedo da manhã até tarde da noite (1Ts 2,9; 2Ts 3,8).

Outras fontes de renda ele não tinha, a não ser uma ajuda que recebia só da comunidade de Filipos (Fil 4,15; 2Cor 11,8-9). Quando necessário, ele sabia fazer coleta e pedir dinheiro, não para si, mas para os outros, os pobres de Jerusalém. Realizava, assim, a partilha (1Cor 16,1-4).

15. E o que você fez com o seu direito de cidadão? Como você participa da vida pública da sua cidade? Como exerce os seus direitos?

Como Cidadão de Roma, Paulo gozava de alguns privilégios: não podia ser flagelado, não podia ser crucificado, podia apelar para o Supremo Tribunal em Roma, para César. De vez em quando, ele recorria a estes privilégios: em Filipos, quando foi preso e flagelado sem forma de processo (At 16,37); em Jerusalém, quando o centurião romano quis flagelá-lo (At 22,25); em Ce saréia, quando corria perigo de ser entregue na mão dos judeus e por eles ser assassinado (At 25,3.11).

Como Cidadão de Tarso, Paulo fazia parte da elite da cidade. Cidadão era todo aquele que era reconhecido oficialmente como membro da Cidade. Só os Cidadãos de uma cidade eram considerados povo (dèmos) daquela cidade, e só os cidadãos é que podiam participar dasassembléias, onde se tomavam as decisões com relação ao destino da cidade. Este tipo de organização se chamava demo (povo) - cracia (governo). Mas por mais que dissessem que era ``governo do povo'', o povo mesmo não participava, pois não participavam os escravos e os libertos, nem os assim chamados ``peregrinos'', isto é, moradores, estrangeiros, gente que veio de fora. Participava só uma pequena elite.

Não temos notícia da participação efetiva e direta de Paulo na vida política ou pública da sua cidade. Mas o que sabemos é que ele participava ativamente na vida e na organização da comunidade a que pertencia. Por exemplo, antes da conversão, ele chegou a ser delegado oficial do Sinédrio para Damasco (At 9,1-2). O exegeta J. Murphy O'Connor acha que Paulo foi membro do Sinédrio, isto é, do Supremo Tribunal da comunidade judaica. Depois da sua conversão, Paulo participava intensamente da vida das comunidades cristãs a ponto de ser indicado como responsável pela evangelização entre os pagãos (Gl 2,7-9).

16. Quais as funções e tarefas que você já exerceu na sua vida?
          Sendo homem de participação ativa, Paulo recebeu e exerceu muitas tarefas e funções. Sinal de que era uma pessoa com qualidades de liderança. Percorrendo rapidamente os Atos dos Apóstolos e as cartas, consegui encontrar dez tarefas ou funções de que Paulo foi incumbido.

Uma leitura mais atenta poderá descobrir outras. Eis a lista:
1. Testemunha auxiliar no apedrejamento de Estêvão (At 7,58; 8,1); 2. Provavelmente, membro do Sinédrio, isto é, do Supremo Tribunal de Jerusalém; 3. Emissário do Sinédrio para Damasco em vista da perseguição aos cristãos (At 9,2; 22,5; 26,12); 4. Delegado da comunidade de Antioquia para Jerusalém (At 11,30); 5. Delegado da mesma comunidade de Antioquia para a missão em Chipre e na Ásia Menor (At 13,2-3); 6. Delegado dos cristãos convertidos do paganismo para o Concílio Ecumênico de Jerusalém (At 15,2); 7. Delegado oficial do Concílio junto às comunidades cristãs do mundo pagão (At 15,22.25); 8. Responsável oficial pela evangelização dos pagãos (Gl 2,7-9); 9. Organizador e portador da grande coleta, feita nas comunidades cristãs do mundo pagão em benefício dos pobres de Jerusalém, imitando assim o costume judeu dos dízimos e da ligação estreita com a Igreja-Mãe (Gl 2,10; Rm 15,25-28; 2Cor 8-9; 1Cor 16,1-4; At 24,17); 10. A tarefa mais importante: ``Ai de mim!, se eu não anunciar o Evangelho!'' (1Cor 9,16).

17. Você que viajou tanto, quais os países que visitou e qual o seu domicílio atual?
        Naquele tempo não havia países como hoje. Havia o grande império romano que era como um mosaico enorme, feito de reinos, povos, cidades, tribos. Cada pedrinha do mosaico mantinha a sua autonomia relativa e suas próprias leis, mas todas juntas estavam integradas e organizadas dentro dos interesses comuns do grande império, a saber: pagar os impostos e as taxas; não fazer guerras entre si; fornecer soldados para o exército romano; reconhecer a autoridade divina do imperador.

Por este império imenso Paulo andou, viajando por mar e por terra. Andou pelas estradas imperiais, a pé, ao todo mais de 15 mil quilômetros!Pelo que se sabe, de todas as épocas da antigüidade, a época em que Paulo vivia era a mais propícia para viajar. Em 63 a .C., pouco antes de invadir a Palestina, o general romano Pompeu tinha derrotado e eliminado os piratas que tornavam perigosas as viagens pelo Mar Mediterrâneo. Em 31 a .C., após a vitória de Octaviano sobre Marco Antônio, tinha começado a Pax Romana que favorecia a tranqüilidade nas estradas. Havia estradas boas, consertadas regularmente e mantidas em bom estado de conservação. Cada 30 quilômetros (um dia de viagem), costumava haver uma hospedaria que oferecia segurança aos viajantes contra os ladrões e outros perigos.

Ora, os cristãos souberam utilizar esta rede de estradas para a difusão do Evangelho. Eles viajavam muito entre as várias cidades. Estabeleceu-se uma rede de comunicação entre as comunidades. Vale a pena você passar o pente pelos Atos dos Apóstolos e pelas Cartas de Paulo e fazer um levantamento minucioso das viagens dos primeiros cristãos: quem viajava; de onde para onde; com que meios; por que estradas; com que finalidade; etc.
Paulo nasceu em Tarso na Cilícia da Ásia Menor, criou-se em Jerusalém na Palestina, foi enviado a Damasco na Síria. Depois da sua conversão andou pela Arábia. Passando por Jerusalém, voltou para Tarso e, alguns anos depois, veio morar na comunidade de Antioquia na Síria. De lá foi enviado para a missão e, junto com os companheiros, andou por muitas regiões, sem parar: Chipre, Panfília, Pisídia, Licaônia, Galácia, Mísia, Macedônia, Acáia, Grécia, etc. Passou pela Ásia e entrou para a Europa. Andou de navio pelo Mar Mediterrâneo e foi até Malta e Roma. Tinha projeto de viajar até a Espanha.

O domicílio natural de Paulo era Tarso. Mas depois que tomou consciência da sua missão, não teve mais domicílio fixo. Era um peregrino sem repouso. Vivia em canto nenhum, e se sentia em casa em todo canto (1Cor 4,11).

 

18. Como é que você faz para se comunicar com tanta gente difrente? Quantas línguas você fala e onde as aprendeu?

Paulo falava o grego (At 21,37), aprendido em Tarso, sua cidade natal, e escrevia corretamente, como o comprovam as suas cartas. O grego era a língua comum (koinè) do comércio e do império, como o inglês hoje em dia. Era a língua do povo das cidades.

Paulo falava também o hebraico (At 21,40; 26,14), língua na qual foi escrita a maior parte do Antigo Testamento e que se usava quase exclusivamente na celebração da palavra nas sinagogas. Falava ainda o aramaico que era a língua falada pelo povo da Palestina. Não se sabe se ele falava também o latim dos romanos de Roma.

 

19. Você tem algum problema de comunicação? Como o resolve?

Paulo deve ter tido muitos problemas de comunicação por causa da grande variedade de línguas faladas pelos diferentes povos do império romano. Ele falava em grego, mas nem todos os ouvintes entendiam o grego. Seria como falar em português aos índios do interior de Roraima. Nem todos os índios entendem o português.

Assim, na região dos gálatas, no centro da Ásia Menor, a língua materna do povo era o dialeto gálico, língua parecida com o francês. Fazia pouco tempo que os gálatas tinham migrado da Europa para aquela região da Ásia Menor. Muitos deles não entendiam nada do grego de Paulo. Paulo resolvia o problema da falta de comunicação com gestos e desenhos. Pois ele lembra na carta: ``Diante de vocês foi desenhada a imagem de Jesus crucificado'' (Gl 3,1).

Mas nem sempre resolvia o problema com tanta facilidade. Certa vez, em Listra na Licaônia da Ásia Menor, depois da cura de um paralítico por Paulo e Barnabé, o povo exclamou: ``Deuses em forma humana vieram até nós!'' (At 14,11) O povo falava em língua licaônica que Paulo não entendia. Por isso não percebeu que o povo estava querendo prestar-lhe um culto divino e oferecer-lhe um bezerro como sacrifício de louvor e ação de graças. Foi um equívoco muito desagradável. Provavelmente, foi por meio de um intérprete que conseguiram desfazer o equívoco. (At 14,14.18).

 

III Parte

 

20. Qual a sua nacionalidade? Mudou alguma vez?

Naquele tempo não era como hoje. Hoje em dia, a nacionalidade de alguém tem a ver com a sua pertença a uma nação-estado que concede ou nega cidadania e passaporte aos seus membros. Naquele tempo, a nacionalidade tinha a ver com a pertença da pessoa a uma nação-raça. Ou seja, Paulo, apesar de ser natural de uma cidade helenista na Ásia Menor, conservava a consciência muito clara de ser da raça de Israel (Fm 3,5), descendente de Abraão (2Cor 11,22), da tribo de Benjamim (Rm 11,1), hebreu (2Cor 11,22), judeu (At 22,3). Ele dizia: ``Vivi no meio da minha nação aqui em Jerusalém'' (At 26,4). E neste ponto, apesar de tantas viagens e mudanças, mesmo apesar da sua conversão para Cristo, ele nunca mudou de nacionalidade, isto é, nunca deixou de ser judeu. Nunca esqueceu a sua origem. No entanto, a experiência de Cristo ressuscitado na sua vida fez com que ele, sem deixar de ser judeu, percebesse os limites da sua nacionalidade. Para ele, ser da raça de Israel já não era título de privilégio diante de Deus, pois, ``tanto os judeus como os gregos, estão todos debaixo do pecado'' (Rm 3,9). Todos, indistintamente, necessitam da graça que vem por Jesus Cristo (Rm 3,23-24). Já não há mais distinção entre judeu e grego (Rm 10,12). Paulo se fez judeu com os judeus, sem lei com os sem lei, para ganhar todos para Cristo (1Cor 9,20-23). Em Cristo, todos são iguais (1Cor 12,13; Gl 3,28; Cl 3,11).

 

21. Você é judeu e cidadão romano. Como é que consegue combinar estas duas coisas?

Não era fácil combinar estas duas coisas. O cidadão romano tinha a obrigação de participar do culto ao imperador, coisa que era absolutamente proibida aos judeus em nome da sua fé em Deus. Mas estes conseguiram achar uma forma viável de convivência sem conflito.Na maioria das cidades do império, os judeus, viviam organizados em associações chamadas politeuma. Um politeuma era uma associação oficialmente reconhecida pela polis, isto é, pelas autoridades da cidade. Um politeuma, possuía uma certa independência e gozava de alguns privilégios. Seus membros registrados podiam fazer valer estes seus direitos. Os politeumas dos judeus nas várias cidades lutavam sobretudo por dois objetivos bem precisos: 1. De um lado, queriam a plena integração dos seus membros corno cidadãos; assim, os judeus teriam direito aos privilégios dos ``Cidadãos da Cidade'', sobretudo com relação à isenção das taxas e dos impostos; 2. De outro lado, queriam plena liberdade para poder praticar a própria religião; a liberdade religiosa que eles pleiteavam consistia no seguinte: não ser obrigado a trabalhar no sábado; ser isento do serviço militar; não participar do culto ao Imperador; ter o direito de seguir os seus próprios costumes alimentares; pautar a vida conforme as suas próprias leis.

Desde os tempos de Júlio César, entre 47 e 44 a .C., os judeus foram favorecidos com estes privilégios como recompensa pelos serviços prestados ao império. Por isso mesmo, os judeus da diáspora, contrariamente aos da Palestina, não tinham tanto problema de convivência com os romanos. Tinham até uma certa simpatia pelo império e sua organização.Em alguns lugares, os privilégios especiais dos judeus provocaram a animosidade da população local contra eles, sobretudo por causa dos seus costumes alimentares diferentes e por causa da sua religião que não aceitava o culto ao imperador e às divindades locais. Uma ou outra vez, surgiram alguns conflitos com o império. Várias vezes, os judeus tentaram recorrer à autoridade romana contra os cristãos (At 13,8.50; 14,5; 17,5-9; etc.).

 

22. Como cidadão romano, você chegou a prestar serviço militar?

Um cidadão romano era obrigado a prestar serviço militar nas legiões romanas. Mas é provável que Paulo tenha ficado isento, pois, como já vimos, os judeus conseguiram o privilégio da isenção do serviço militar por vários motivos, todos religiosos: 1. o serviço militar dificultava a observância do sábado; 2. impedia a observância da lei da pureza e dos costumes alimentares próprios; 3. exigia dos soldados o culto ao imperador, proibido aos judeus em nome da sua fé em Deus.

23. Você já teve problema com a polícia? Sofreu alguma perseguição?

Muitas vezes! Desde a sua primeira viagem missionária, ou melhor, desde o dia da sua conversão, Paulo encontrou resistência, era perseguido e molestado. Para impedir ou dificultar a ação de Paulo, os seus adversários recorriam à força da polícia, ao poder das autoridades ou a outros meios de pressão: em Damasco (At 9,23-24), em Jerusalém (At 9,29), em Chipre (At 13,8), em Antioquia da Pisídia (At 13,50), em Icônio (At 14,5), em Licaônia (At 14,19), em Filipos (At 16,22), em Tessalônica (At 17,5-9), em Beréia (At 17,13), em Corinto (At 18,12), em Éfeso (At 19,23-40), em Jerusalém (At 21,27-30). Ele mesmo informa que, ``foi flagelado três vezes. Cinco vezes recebeu 40 golpes menos um'' (2Cor 11,25). Uma vez, a polícia salvou a vida de Paulo. Foi em Jerusalém, quando ele corria perigo de ser linchado pela multidão na praça do templo. (At 21,31-32).

24. Você já teve problema com a justiça? Já teve que comparecer diante do tribunal?

Em Corinto, pressionado pelos judeus, Paulo teve que comparecer diante do tribunal romano, onde Gallio, irmão de Sêneca, era pro-consul. Este deu ganho de causa a Paulo contra os judeus (At 18,12-16).

Em Jerusalém, a pedido do centurião romano, Paulo teve que comparecer diante do tribunal dos judeus, o sinédrio (At 22,30). Foi nesta ocasião que ele provocou um conflito entre os membros do próprio tribunal ao dizer que estava sendo julgado pela sua fé na ressurreição (At 23,6-7). Deste modo, jogou os fariseus contra os saduceus e conseguiu impedir que fosse condenado. Nem houve julgamento (At 23,8-10).

Levado para Cesaréia, Paulo teve que comparecer diante de Félix, o governador romano, que protelou o assunto e o deixou preso, sem julgamento, durante dois anos (At 24,22-27). Festo, o novo governador, quis que Paulo fosse julgado no tribunal de Jerusalém (At 25,9). Foi nesta ocasião que Paulo apelou para o tribunal de César em Roma (At 25,10-11). Ele sabia que a proposta de se fazer o julgamento em Jerusalém era apenas um pretexto para poder assassiná-lo numa emboscada durante a viagem para lá (At 25,3).Em Roma, ele continuou preso, por mais dois anos, aguardando o julgamento que, ao que tudo indica, não aconteceu por falta de provas (At 28,30-31).

 

25. Quantas vezes já esteve preso, aonde e por quê?

Paulo foi preso várias vezes: em Filipos (At 16,23), em Jerusalém (At 21,33), em Cesaréia (At 23,23), em Roma (At 28,20). Além disso, ele deve ter sofrido uma prisão muito pesada em Éfeso, de onde mandou cartas para os Filipenses (Fil 1,13), para os Colossenses (Co 4,18) e, talvez, para Filemon (9 e 13). A prisão em Éfeso foi tão pesada, que ele chegou a perder a esperança de sobreviver (2Cor 1,8-9). Foi como ``uma luta contra animais selvagens'' (1Cor 15,32). Ele mesmo, fazendo um resumo da sua vida, sugere que passou por muitas prisões (2Cor 11,23).

O motivo aduzido pelos adversários para prendê-lo nem sempre era o mesmo. Em Filipos, a acusação diz a propósito de Paulo e Silas: ``Estes homens estão provocando desordem em nossa cidade; são judeus e pregam costumes que a nós, romanos, não é permitido aceitar nem seguir'' (At 16,20-21). Em Jerusalém, os judeus gritavam ao povo contra Paulo: ``Israelitas, socorro! Este é o homem que anda ensinando a todos e por toda a parte contra o nosso povo, contra a lei e contra este lugar. Além disso, ele trouxe gregos para dentro do ``Templo, profanando este santo Lugar'' (At 21,28). Em Cesaréia, o governador recebeu a seguinte escrita do oficial romano de Jerusalém a respeito de Paulo: ``Verifiquei que ele era incriminado por questões referentes à lei que os rege, não havendo nenhum crime que justificasse morte ou prisão'' (At 23,29). E diante do tribunal a acusação dos próprios judeus dizia: ``Verificamos que este homem é uma peste: ele promove conflitos entre os judeus do mundo inteiro e é também um dos líderes da seita dos nazareus. Ele tentou inclusive profanar o templo; por isso, o prendemos'' (At 24,5-6).

Apesar de preso, Paulo continuava livre: escrevia cartas e anunciava o Evangelho ``com firmeza e sem impedimento'' (At 28,31).

 

26. Dizem que você é uma pessoa doente. É verdade? Como vai de saúde?

Paulo deve ter tido uma saúde de ferro para poder levar a vida que levou. Dos 40 aos 60 anos de idade, viajava a pé pelo mundo, percorrendo ao todo mais de 15 mil quilômetros, suportando canseiras, prisões, açoites, perigos de morte, flagelações, apedrejamento, naufrágios, perigos nas estradas, nos rios, nas serras, perigos por parte dos judeus e por parte dos falsos irmãos, a preocupação constante pelas comunidades, sem contar o trabalho profissional como fabricante de tendas de manhã até à noite, com salário minguado que o deixava com fome e sede e o obrigava a fazer vigílias e horas-extras (cf. 2Cor 11,23-28). Só mesmo com muita saúde!
Mesmo assim, durante a segunda viagem missionária, a doença apareceu na vida de Paulo e o obrigou a fazer uma parada forçada na Galácia da Ásia Menor (Gl 4,13). Ele aproveitou da ocasião para anunciar o Evangelho aos habitantes da região e, assim, contribuiu para que surgisse a comunidade dos Gálatas. Tratava-se, provavelmente, de uma doença nos olhos, pois os Gálatas queriam até ``arrancar os próprios olhos para dá-los a Paulo'' (Gl 4,15).
Alguns exegetas acham que o misterioso ``aguilhão na carne'', de que ele fala na Carta aos Coríntios (2Cor 12,7), também tenha sido uma doença. É difícil saber o que era na verdade, pois Paulo não o explica.

O fato de Paulo mostrar-se preocupado com a saúde dos companheiros e de recomendar a Timóteo que bebesse um pouco de vinho por causa do estômago e das freqüentes fraquezas (1Tm 5,23), revela uma pessoa realista que sabia apreciar o imenso dom de uma boa saúde.

27. Como você se distrai e se diverte? Tem algum passa-tempo? É admirador de algum esporte?

É difícil saber o que o divertia e distraía. Durante toda a sua vida, sobretudo depois da sua conversão, aquilo que o ocupava e o dilatava por dentro era o que ele chamava a agapè, o amor (1Cor 13,1-13). Por este amor, permitia que o outro, a comunidade, entrasse dentro dele, ocupasse todo o espaço, morasse aí dentro como o dono real da casa e o distraísse de si mesmo, do seu próprio centro, para o bem-estar dos outros.

No fim da vida, já depois dos 50 anos de idade, aquilo que mais o
ocupava e preocupava por dentro era ``a solicitude por todas as comunidades'' (2Cor 11,28). Ele não deve ter tido muito tempo nem ocasião para se divertir. É difícil saber se tinha algum passatempo. Nas horas livres e nas horas de trabalho na oficina ou no mercado, ele discutia o assunto da Boa Nova de Jesus com o pessoal (At 17,11.17).

Mesmo assim, tem alguma coisa nas cartas que nos revela o gosto e a preferência de Paulo. Quando menino, ele deve ter gostado muito de assistir às corridas no estádio da cidade, pois delas ele continua falando, até depois de velho, mesmo para comparar a mensagem do Evangelho e as suas exigências para a vida (Gl 2,2; 5,7; 1Cor 9,24-26; Fil 2,16; 3,12-14; 2Tm 4,7; Hb 12,1).

Paulo é nascido e criado em cidade grande. Tarso tinha mais ou menos 300 mil habitantes. Uma cidade assim tinha o seu estádio de esportes e organizava os seus jogos de atletismo, cada quatro anos: corridas, lutas, lançamento de disco, acertar no alvo, etc. Paulo pode não saber muito de roça e de plantas, mas ele entende de jogos urbanos. As comparações que ele usa são quase todas tiradas dos jogos e ele supõe que os seus leitores as entendam: ganhar a coroa (1Cor 9,25), prosseguir o alvo (Fil 3,14), alcançar o prêmio (Fil 3,14), lutar sem soltar soco no ar (1Cor 9,26), correr na direção certa (1Cor 9,26). Ele fala em ``luta'' e ``combate'' (2Tm 4,7), em ``pugilato'' (1Cor 9,26). Conhece o esforço e a disciplina dos atletas (1Cor 9,25). Provavelmente, mesmo depois de velho, ele acompanhava o resultado dos jogos e, quem sabe, torcia por algum time!

 

28. O que lhe causou mais tristeza na vida?

Paulo teve muitas tristezas e problemas na vida. Ele as enumera na segunda carta aos Coríntios (2Cor 11,23-29). Teve tristezas nas comunidades, sobretudo em Corinto. Mas a tristeza maior parece ter sido a recusa dos seus irmãos, os judeus, de crer em Jesus e de aceitá-lo como o messias prometido e esperado. A isto ele se refere quando diz: ``Tenho uma grande tristeza, uma dor incessante no coração'' (Rm 9,2). Ele chega a dizer que gostaria de ser ``separado de Cristo'', se com isto pudesse ganhar os seus irmãos para Cristo (Rm 9,3). Estêvão questionou a Paulo e conseguiu levá-lo à conversão. Paulo, uma vez convertido, questionou os outros judeus, mas não conseguiu levá-los à conversão. Pelo contrário, provocou a raiva deles a ponto de ser perseguido por eles com ódio de morte, pois não o perdoavam de, como eles diziam, ter se levantado contra o povo, contra a lei e contra o templo (At 21,28; cf. At 9,23; 21,31; 23,12; 25,3).
Outro sofrimento muito grande de Paulo vinha dos ``falsos irmãos'' (2Cor 11,26), ou ``falsos apóstolos'' (2Cor 11,13). Os ``falsos irmãos'' eram judeus convertidos que não concordavam com a abertura de Paulo com relação à entrada dos pagãos na Igreja. Eles achavam que os pagãos, ao entrarem na comunidade, deviam observar toda a lei e praticar a circuncisão (At 15,1.10; Gl 6,12-13).

Por isso, procuravam solapar a base do trabalho de Paulo, dizendo que a sua pregação não tinha a aprovação dos grandes apóstolos (Gl 2,1-10). Obrigaram Paulo a fazer a sua defesa (cf. 2Cor 11 e 12). Se Paulo se defende, não é por causa dele mesmo, mas por causa das comunidades por ele fundadas.

 

29. Paulo, qual o lugar que a religião ocupa em sua vida?

Paulo sempre foi profundamente religioso, tanto antes como depois da sua conversão para Cristo. Antes da conversão, ele vivia conforme a lei e a esperança do seu povo (At 24,14-15; 22,3; 26,6-7), identificado com o ideal da religião de seus pais. Na prática da religião, ele seguia o grupo mais observante que era o grupo dos fariseus (At 26,5). Ele mesmo confessa que era irrepreensível na mais estrita observância da lei (Fil 3,6). Paulo era um homem de zelo (Fil 3,6; At 22,3), ``zelo pelas tradições paternas'' (Gl 1,14). Para defender a tradição dos pais chegou a perseguir os cristãos (At 26,9; 22,4; Gl 1,13).

Era na vivência fiel desta religião dos pais, que Paulo procurava a sua segurança junto de Deus. O testemunho de Estêvão, porém, abalou-o profundamente. Foi o começo da mudança!A conversão para Cristo significou uma mudança profunda na vida de Paulo, mas não significou uma mudança ou troca de Deus. Pelo contrário! Paulo continuou fiel ao mesmo Deus dos pais, pois em Jesus reencontrou e reconheceu o mesmo Deus de sempre, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, o Deus de Jacó. A diferença profunda entre antes e depois é que, agora, ele já não coloca a sua segurança na observância da lei, mas no amor gratuito de Deus por ele, manifestado e experimentado em Jesus (Gl 2,20-21). É na certeza absoluta deste amor, que está o fundamento último da nova segurança que encontrou junto de Deus (Rm 8,31-39).

 

30. Explique melhor porque você aprovou a morte de Estêvão e perseguiu os cristãos.
Paulo procurava atingir a justiça através da observância da lei (Fil 3,5-6). A sua vida e a vida do seu povo estava organizada e estruturada, desde séculos, em torno do cumprimento das exigências da Aliança, que Deus tinha feito com seu povo. Observando plenamente as cláusulas da Aliança, o povo teria alcançado a justiça, seria justo. Esta era a teoria, a doutrina ensinada ao povo. A prática, porém, era outra.

Na prática, Paulo experimentava dolorosamente que ele, apesar de todo o esforço, não era capaz de cumprir tudo o que a lei mandava. O seu esforço não bastava para alcançar a justiça. Paulo continuava em falta com Deus e não alcançava a paz da consciência. Queria fazer o bem e não o conseguia (Rm 7,14-24). Mesmo assim, apesar da prática deficiente, ninguém duvidava da exatidão da doutrina ensinada pelos fariseus.

O testemunho de Estêvão, porém, abalou na raiz este mundo de Paulo e questionou radicalmente a exatidão do caminho que ele seguia para alcançar a justiça e a paz com Deus. Na hora de morrer apedrejado, Estêvão disse: ``Vejo os céus abertos e o Filho do Homem de pé à direita de Deus'' (At 7,56). Neste testemunho, Estêvão dava prova de estar na presença de Deus e de ser acolhido por Ele, tranqüilo, em paz com a própria consciência, e, portanto, de possuir a justiça que Paulo procurava e não alcançava. E mais: Estêvão possuía a justiça não como resultado da observância da lei, mas como um dom gratuito de Deus através de Jesus, vivo, de pé, à direita de Deus; o mesmo Jesus que, alguns anos atrás, tinha sido condenado como herético e blasfemo pela suprema autoridade dos judeus e morrera vergonhosamente numa cruz!Este testemunho tão breve e tão simples era a negação radical do ideal de justiça de Paulo. Ou Estêvão, ou Paulo! Os dois não podiam ser verdadeiros ao mesmo tempo. Eram dois caminhos totalmente diferentes, dois mundos opostos! Ou um, ou outro!Paulo estava convencido de que o seu caminho era o caminho certo.

Para ele, o caminho de Estêvão era falso e corruptor dos bons costumes. Por isso, aprovou a morte de Estêvão e começou a perseguir os cristãos. Agia por ignorância (1Tm 1,13). Pensava estar prestando um serviço a Deus em defesa da tradição dos pais. Mas no fundo, quem sabe, se Paulo procurava calar a voz de Estêvão e dos cristãos, era porque queria abafar a voz da própria consciência que começava a incomodá-lo. Paulo estava fugindo de si mesmo e de Deus, até que Deus interveio e o derrubou na estrada de Damasco.

 

31. Como foi a entrada de Jesus na sua vida? Qual o significado e o alcance que a experiência na estrada de Damasco teve para você?

A entrada de Jesus foi o divisor das águas. A vida de Paulo se divide em antes e depois da experiência na estrada de Damasco. Os fenômenos externos que acompanharam o processo interno da conversão e os termos e comparações usados para descrevê-la sugerem que a entrada de Jesus na vida de Paulo não foi uma brisa leve e tranqüila, mas uma tempestade violenta, repentina. Ela sacudiu tudo e atingiu as fundações da sua existência. Fez desmoronar todo um mundo, uma tradição antiga, montada desde séculos, e fez aparecer um novo começo.
Deus não pediu licença. Entrou sem mais e jogou Paulo no chão (At 9,4; 22,7; 26,14). Quando levantou, estava cego, e cego ficou durante três dias (At 9,8-9). Apesar de ser o guia do grupo, Paulo teve que ser guiado pelos próprios súditos (At 9,8). Ele mesmo diz que o nascimento dele para Cristo não foi normal. Deus o fez nascer de maneira forçada e violenta, através de um aborto (1Cor 15,8).

Paulo não estava esperando: ``Fui apanhado!'' (Fil 3,12). Mesmo assim, depois que tudo aconteceu, teve que reconhecer que era isto que ele estava esperando desde sempre. Foi para isto que Deus o separou e o colocou à parte, desde o seio materno (Gl 1,15). Ele o viveu como sendo o seu destino, a sua vocação, a sua missão. Uma quase fatalidade, da qual já não podia escapar: o seu destino, agora, é anunciar o Filho de Deus entre os pagãos (Gl 1,16). É uma necessidade para ele: ``Ai de mim se não anunciar o Evangelho!'' (1Cor 9,16). Ao mesmo tempo, ele viveu aquela hora como um momento de misericórdia por parte de Deus. Deus o acolheu, quando ele mesmo era insolente e perseguidor (1Tm 1,13). Foi o momento em que superabundou nele a graça de Deus (1Tm 1,14). Foi assim que Cristo o formou para o seu serviço. (1Tm 1,12).
Agora, para Paulo, o viver é Cristo (Fil 1,21). Já não é ele que vive, mas é Cristo que vive nele (Gl 2,20). Paulo sabe que é amado: ``Ele me amou e se entregou por mim!'' (Gl 2,20). Daqui para a frente, ele já não quer saber outra coisa a não ser Jesus crucificado (1Cor 2,2). Quer completar na sua própria carne o que falta na paixão de Cristo (Cl 1,24). Por amor a Jesus largou tudo para poder possuí-lo a ele e ser encontrado nele (Fil 3,8-9). Participa da paixão de Cristo para poder experimentar a sua ressurreição (Fil 3,10-11). Traz a agonia de Jesus no corpo, para que se manifeste nele a vida (2Cor 4,10-12; Gl 6,17). Paulo vive uma total identificação com Jesus morto e ressuscitado.

Por causa desta experiência de Cristo morto e ressuscitado, tudo mudou na vida de Paulo: de elite virou periferia, de livre virou escravo, de honrado virou expulso, de rico virou pobre! (Veja respostas às perguntas 11 a 13). Por causa de Cristo, suporta tudo e vive entregue, dia e noite (1Cor 13,4-6). Um novo critério invadiu sua vida: a graça libertadora de Deus tomou forma concreta em Jesus, ``que me amou e se entregou por mim'' (Gl 2,20).

32. Qual foi a última razão que levou você a aceitar Jesus como Messias?

Houve o encontro na estrada de Damasco que derrubou Paulo e o deixou cego durante três dias. Foi a experiência mais forte e mais duradoura da sua vida. No entanto, não foi só isto que o levou a aceitar Jesus e a reconhecê-lo como Messias. Dentro desta experiência, única e avassaladora, alumiou para Paulo a certeza de que Jesus é o SIM de Deus às promessas feitas ao povo no passado (2Cor 1,20).

Com outras palavras, aceitando Jesus como Messias, Paulo não estava sendo infiel ao seu povo, nem estava deixando de ser judeu, mas se tornava mais judeu ainda. No fundo, foi a vontade de ser fiel ao seu povo e às suas esperanças, suscitadas pelas promesas de Deus, que o obrigava a aceitar Jesus como Messias. A sua fidelidade a Cristo e a sua experiência de Cristo de um lado, e a sua fidelidade ao seu povo e a sua experiência de povo de outro lado, eram como dois lados da mesma medalha.

Paulo nunca se sentiu traidor do seu povo, por mais que o acusassem disso. Ao contrário, vivendo em Cristo, sentia-se mais judeu do que antes, possuidor da esperança do seu povo. Era a fidelidade ao Antigo Testamento que o levou a aceitar o Novo Testamento.

33. Você brigou com Barnabé no começo da segunda viagem missionária. Por quê?

João Marcos, sobrinho de Barnabé, acompanhou Paulo e Barnabé na primeira viagem, mas o abandonou na metade (At 13,13). Quando Paulo convidou Barnabé para uma segunda viagem, este quis que João Marcos fosse junto outra vez (At 15,37). ``Mas Paulo era de opinião que não se devia levar junto aquele que os havia abandonado na Panfília e não os acompanhara no trabalho'' (At 15,38). Foi aí que os dois brigaram e se separaram, um do outro, por causa de Marcos (At 15,38-40).

Mais tarde houve a reconciliação. Paulo tornou-se, novamente, amigo de Marcos e reconheceu o valor dele para o anúncio do Evangelho, pois ele escreve a Timóteo: ``Procure Marcos e traga-o com você, porque ele pode ajudar-me no ministério'' (2Tm 4,11). E na Carta aos Coríntios, Barnabé é lembrado como companheiro fiel e exemplar de Paulo (1Cor 9,6).

34. Você brigou também com Pedro. Foi pelo mesmo motivo?

A crise mais profunda das primeiras comunidades surgiu por ocasião da entrada dos pagãos na igreja. No começo, ninguém pensava em converter os pagãos. Só se anunciava o Evangelho aos judeus (At 11,19). Caso um pagão quisesse entrar na igreja, aplicava-se o costume antigo. Desde séculos, quando um pagão se convertia para o Deus de Israel, ele devia assumir também todos os compromissos da Aliança que este Deus tinha concluído com o seu povo, a saber, a observância da lei de Moisés, a circuncisão, os costumes, etc. Esta era a teoria antiga que continuava em vigor, aceita por todos. Mas a prática dos cristãos correu na frente da teoria e modificou o quadro.

Em Antioquia, os cristãos, todos eles judeus convertidos, fugidos de Jerusalém na época da grande perseguição, começaram a falar de Jesus também aos pagãos (At 11,19-20). ``A mão do Senhor estava com eles, e bom número abraçou a fé e converteu-se ao Senhor'' (At 11,21). Fato consumado! Os pagãos entraram, sem passar pelas observâncias judaicas! Aí surgiu o problema teórico: Não pode! ``Se não forem circuncidados como ordena a lei de Moisés, vocês não poderão salvar-se!'' (At 15,1).

Dividiu-se a igreja! Um grupo, concentrado em Antioquia, tomou a defesa da entrada direta dos pagãos, sem passar pela observância da lei de Moisés. Paulo e Barnabé faziam parte deste grupo. Um outro grupo, concentrado em Jerusalém, dizia o contrário: ``É preciso circuncidar os pagãos e impor-lhes a observância da lei de Moisés'' (At 15,5). Alguns deste grupo eram fariseus convertidos (At 15,5).

Convocou-se uma reunião, um Concílio, para resolver o problema e decidir a questão (At 15,6).

O Concílio decidiu em favor da entrada dos pagãos, sem a imposição da lei de Moisés e da circunsição. A decisão estava baseada na prática, nos fatos e na experiência. A prática: tudo aquilo que acontecera nas viagens de Paulo e Bamabé (At 15,3-4.12); os fatos: a conversão de Cornélio e o seu batismo por Pedro (At 15,7-9); a experiência: a incapacidade sentida pelos judeus de conseguirem a justiça através da observância da lei (At 15,10). Foi deste modo que o Concílio releu e atualizou a teoria antiga e chegou à conclusão: ``É pela graça do Senhor Jesus que acreditamos ser salvos'' (At 15,11).A decisão do Concílio foi um marco importante na história das primeiras comunidades. Mas nem todos entenderam o seu alcance.
Alguns se apegavam à letra do documento conciliar (At 15,23-29) e negavam o seu espírito. Ora, é dentro deste contexto das tensões pós-conciliares, que vai aparecer a briga de Paulo com Pedro.Certa vez, Pedro chegou de visita na comunidade de Antioquia. Fiel ao espírito do Concílio, convivia com todo mundo, sem fazer distinção entre pagão e judeu (Gl 2,12). A essa altura chegou de Jerusalém um grupo de gente mais conservadora que não se misturava com os pagãos. Com medo das críticas deste grupo, Pedro se afastou dos pagãos (Gl 2,12). A mudança no comportamento de Pedro levou muita gente a fazer o mesmo. ``Até Barnabé se deixou levar pela hipocrisia'' (Gl 2,13). Foi um impacto muito grande na comunidade.
Por causa de Pedro, os pagãos ficavam com a impressão de serem cristãos de segunda categoria. Cristão mesmo, cem por cento, de primeira categoria, seria só o judeu convertido que observava toda a lei de Moisés! Fiel à letra do Concílio, Pedro, sem se dar conta, negava o seu espírito na prática. O seu comportamento era, ``digno de censura'' (Gl 2,11).Quando Paulo percebeu a gravidade da situação, reagiu fortemente e brigou com Pedro. Ele mesmo descreve o fato: ``Quando vi que eles não estavam agindo direito conforme a verdade do Evangelho, eu disse a Pedro, na frente de todos: ``Você é judeu, mas já viveu como os pagãos e não como os judeus. Como então pode, agora, obrigar os pagãos a viverem como judeus?'' (Gl 2,14).
A reação de Paulo revela a profundidade da experiência que ele teve no caminho de Damasco. Foi lá que ele experimentou, de um lado, a própria incapacidade de atingir a justiça pela observância da lei e, do outro lado, a misericórdia de Deus que o acolhia de graça e lhe comunicava a justiça pela fé em Jesus Cristo. Reagindo contra Pedro, Paulo, de certo modo, estava defendendo a experiência que teve de Deus no caminho de Damasco, e tirava dela uma lição para a vida de toda a igreja.

 

35. Por que você não casou? É contra o casamento?

Paulo não era casado (1Cor 7,8). Alguns exegetas acham que ele era viúvo. Não sei qual o argumento que eles têm para fazer tal afirmação. Paulo não se casou, não porque era contra o casamento, mas porque não quis casar. Era a maneira como ele via a sua vocação pessoal e procurava ser fiel a ela. O não querer casar tinha a ver com a sua experiência pessoal de Cristo (1Cor 7,32) e com o fato de que em Cristo o fim dos tempos já tinha chegado (1Cor 7,29-31; cf. Mc 12,25).

Mesmo não casando, Paulo defendia o direito que ele tinha de casar (1Cor 9,5). Não era contra o casamento. Pelo contrário, considerava como ``doutrina demoníaca'', ``hipocrisia de mentirosos'' e ``fábulas ímpias de gente caduca'' a teoria daqueles que proibiam o casamento (1Tm 4,1-7).

 

36. Muita gente não gosta de você por causa da sua atitude negativa para com as mulheres. É verdade que você é contra a participação da mulher na comunidade?

Alguns textos de Paulo causam real dificuldade. Neles, a mulher aparece em posição inferior, não devidamente valorizada. Não é possível clarear toda esta questão numa resposta breve como esta.

Vou enumerar só alguns fatores a serem levados em conta num eventual estudo mais aprofundado.

Em primeiro lugar, não se pode esquecer que a cultura e a consciência daquele tempo não eram as mesmas de hoje na questão da participação da mulher na vida da comunidade. Aqueles mesmos textos de Paulo que quando comparados com hoje, representam um retrocesso, podem representar um avanço, quando devidamente situados dentro do contexto da cultura e da sociedade daquela época.

Em segundo lugar, convém ver o contexto mais amplo da vida e da atividade do próprio Paulo: a sua maneira de se relacionar com as mulheres; o papel que ele reservava para as mulheres na vida e na organização das comunidades por ele fundadas; quais e quantas mulheres que aparecem nas cartas, nas lembranças finais e no relato das viagens.
Em terceiro lugar, convém lembrar que aqueles textos mais difíceis não expõem uma doutrina universal a ser aplicada tal qual em todos os tempos, mas, na maioria das vezes, querem resolver problemas concretos que estavam perturbando a vida da comunidade. Por isso, além do contexto da cultura, da sociedade e da vida de Paulo, deve ser examinado o contexto conflitivo da comunidade que levou Paulo a escrever daquela maneira negativa sobre a participação da mulher.

Vejamos como exemplo o texto de 1Tm 2,8-15, escrito para Timóteo, coordenador da comunidade de Éfeso (1Tm 1,3). O que vou dizer tirei de um artigo de Alan Padgett, Mulheres ricas em Éfeso; 1Tm 2,8-15 colocado dentro do seu contexto social; publicado em inglês em 1987 na revista Interpretation, páginas 19 a 31.

Na comunidade de Éfeso infiltrou-se um grupo de falsos doutores (1Tm 1,3.6). Eles inventavam doutrinas fabulosas (1Tm 1,3-4), interpretavam mal a Escritura (1Tm 1,7), não aceitavam a ressurreição (2Tm 2,18), proibiam o casamento (1Tm 4,3) e declaravam más as coisas boas que Deus criou (1Tm 4,3-5). Faziam questão de guardar as aparências de piedade (2Tm 3,5), mas na realidade fizeram da piedade uma fonte de lucro (1Tm 6,5.9-10).

Como professores ambulantes, de acordo com o costume da época, procuravam ser acolhidos nas casas de famílias mais ricas (2Tm 3,6).

Era o começo do gnosticismo penetrando nas comunidades.Ligado a este grupo dos falsos doutores aparece o grupo de algumas mulheres. Pois, para realizar o seu objetivo, aqueles doutores conseguiram influenciar e cativar algumas mulheres, desejosas de aprender coisas novas (2Tm 3,6-7), sobretudo algumas viúvas bem jovens ainda (1Tm 5,6-7.11). Provavelmente, eram mulheres recém-convertidas, pois participavam ainda das ``instruções'' (1Tm 2,11; cf. 3,6). Eram ricas, pois usavam objetos de ouro, pérolas e vestidos suntuosos (1Tm 2,9). Em todo caso, não eram pobres. Por serem mulheres de certa posse eram visadas pelos falsos doutores, pois, sendo ricas, elas podiam acolhê-los e sustentá-los, além de oferecer outras vantagens e prazeres (1Tm 5,6.11; 2Tm 3,6).

Aquelas mulheres tinham uma sede muito grande de saber: estudavam sempre (2Tm 3,7), rodeavam-se de professores para aquilo que lhes convinha (2Tm 4,3), sem jamais atingir o conhecimento da verdade (2Tm 3,7). Muito provavelmente, elas procuravam o conhecimento em vista de uma liderança maior dentro da comunidade; queriam ``ensinar e dominar'' (1Tm 2,12).
Influenciadas pelos falsos doutores, aceitavam qualquer doutrina estranha (1Tm 4,1-2), rejeitavam o casamento (1Tm 4,3; cf. 5,14), andavam de casa em casa, (provavelmente, de comunidade em comunidade) (1Tm 5,13) e já não cuidavam da própria família (1Tm 5,8), provocando brigas, discussões, raiva e fofocas (1Tm 1,4; 2,8; 5,13; 6,4-5). Destruíam a paz na comunidade.

Ora, lendo o texto de 1Tm 2,8-15 contra este pano de fundo, fica claro o seguinte: Paulo não fala sobre a mulher em geral, mas está pensando naquele grupo de senhoras da comunidade de Éfeso. Ele não é contra que a mulher estude, mas pede que aquelas senhoras estudem com calma e humildade enquanto ainda estiverem na instrução inicial (2Tm 2,11). Não é contra a participação e a liderança da mulher na comunidade, mas questiona as pretensões daquele grupo de viúvas ricas que, por serem ricas, eram visadas pelos falsos doutores e deixavam manipular-se ingenuamente por eles. Por isso pede que sejam mais modestas, para não provocar ainda mais aqueles doutores (2Tm 2,9-10). Não quer ensinar que o homem é superior à mulher, mas quer que, durante a fase da instrução inicial, os responsáveis pelo ensino na igreja tenham precedência sobre os alunos, sobretudo naquela época de tantas doutrinas variadas e estranhas (1Tm 2,11-12). Não quer ensinar que toda mulher deva tornar-se mãe para poder salvar-se, mas acha que, no caso daquelas viúvas jovens que desprezavam o casamento, só havia um único jeito para elas se recuperarem, a saber, casar de novo e ser mãe (1Tm 2,15; 5,14-15).
Comparado com o contexto daquela época, este texto de 1Tm 2,8-15 representa um avanço. Apesar de todas as reservas contra aquele grupo de senhoras de Éfeso, Paulo supõe como sendo a coisa mais normal que a mulher receba instrução, coisa que não era tão comum na sinagoga.

 

37. Por que você não levantou a voz contra a escravidão e contra a exploração de tanta gente pelo sistema do império romano? É verdade que você é amigo ou simpatizante do império romano?

Aqui também são vários os fatores que devem ser levados em conta para se poder chegar a uma resposta mais ou menos completa, pois trata-se de um assunto complexo e difícil. Como na resposta anterior, vou apenas indicar alguns destes fatores a serem aprofundados num eventual estudo que alguém queira fazer do assunto.

Em primeiro lugar, a consciência a respeito da problemática social era diferente. A situação dos cristãos no império romano era diferente da situação dos cristãos hoje na América Latina. Hoje, na América Latina, nós cristãos temos quase 500 anos de idade, somos mais ou menos 90% da população do continente e temos uma tremenda responsabilidade histórica na origem da estrutura anti-evangélica que existe por aqui. Nos tempos de Paulo, os cristãos não tinham nem 30 anos de idade, não chegavam nem sequer a meio por cento da população do império e, como cristãos, não estiveram presentes na origem quando foi criado o sistema explorador do império romano.

Em segundo lugar, o tipo de análise que hoje fazemos da sociedade não existia naquele tempo. Havia consciência do problema social, mas este não era percebido de maneira tão clara como hoje. A pergunta que fizemos a Paulo é legítima, mas é uma pergunta a partir das nossas preocupações e a partir de nosso nível de consciência e da nossa análise do problema social. Uma resposta mais completa exigiria um uso maior das ciências sociais no estudo do texto de Paulo, o que já está começando a acontecer na América Latina.

Em terceiro lugar, convém lembrar que os judeus, desde a destruição de Jerusalém em 587 a .C., viviam sob governos estrangeiros e se acostumaram a isto. Chegaram a ver nisto uma expressão da vontade de Deus. Esdras chegou a identificar a Lei de Deus e a Lei do rei (Esd 7,26). Aprenderam a conviver. Além disso, convém lembrar a diferença que havia neste ponto entre os judeus da Palestina e os judeus da diáspora, de que já falamos na resposta à pergunta nº 21.

Em quarto lugar, Paulo teve uma experiência profunda de Deus. Uma experiência assim relativiza todo o resto, tanto a riqueza como a pobreza, tanto o possuir como o não possuir. Eis alguns textos: ``Vivemos como indigentes e, não obstante, enriquecemos a muitos; como nada tendo, embora tudo possuamos'' (2Cor 6,10). ``Aprendi a adaptar-me às necessidades; sei viver modestamente, e sei também como haver-me na abundância; estou acostumado com toda e qualquer situação: viver saciado e passar fome; ter abundância e sofrer necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece!'' (Fil 4,11-13). ``Se temos comida e roupa, contentemo-nos com isso'' (1Tm 6,8). ``O tempo se fez curto. Aqueles que compram, sejam como se não comprassem; os que usam deste mundo, como se não usassem plenamente. Pois passa a figura deste mundo'' (1Cor 7,29.30-31).

Em quinto lugar, havia em Paulo uma consciência bem clara do novo tipo de fraternidade a ser vivida na comunidade cristã. Nela devia estar superado todo relacionamento de dominação proveniente da religião (judeu-grego), da classe (livre-escravo), do sexo (homem-mulher) ou da raça (grego-bárbaro). Pois nela não podia haver mais diferença entre ``judeu e grego, escravo e livre, homem e mulher, grego e bárbaro'' (cf. Gl 3,28; Cl 3,11; 1Cor 12,13). Uma comunidade assim não deixa de ser um fator profundamente revolucionário, uma semente explosiva, mesmo que os seus membros não tenham plena consciência deste aspecto.

Em sexto lugar, comparando os conflitos da primeira viagem missionária (At 13,1-14,28) com os da segunda viagem missionária (At 15,36-18,22), percebe-se o seguinte: 1. Um envolvimento progressivo do império e das suas instituições nestes conflitos; 2. O império pode ter pessoas boas e simpáticas ao cristianismo, como o procônsul Sérgio Paulo de Chipre (At 13,6-12), mas tem leis e instituições que são usadas contra os cristãos (At 13,50; 14,5; 16,19-24.35-37; 17,5-9; 18,12-16); 3. Na primeira viagem, o conflito com o mundo pagão era mais no nível religioso (At 14,8-18), enquanto na segunda viagem já se situava mais no nível econômico (At 16,16-40) e no nível cultural e ideológico (At 17,16-34); 4. Nestes conflitos, os cristãos aparecem como gente sem poder: não conseguem que a opinião pública esteja a seu favor, nem conseguem movimentar a classe alta a seu favor; 5. As instituições do império e a classe alta conseguem ser usadas contra os cristãos por gente que se sente prejudicada pela mensagem cristã, mas não conseguem ser usadas pelos cristãos para defender a justiça e a verdade contra a injustiça e a falsidade. Tudo isto revela uma incompatibilidade crescente entre o império e o evangelho.

Em sétimo lugar, é possível que Paulo, como judeu da diáspora, tenha tido uma certa simpatia para com o império romano. O mesmo se diga de Lucas que escreveu os Atos dos Apóstolos. Mas mesmo tendo uma possível simpatia, Paulo não adaptou o evangelho às suas simpatias, caso contrário, não teria provocado aquela escalada progressiva do império contra as comunidades. E não convém esquecer que Paulo morreu condenado pelo império romano por causa do amor que ele tinha ao evangelho.

 

38. Por que você ficou tão desanimado e enfraquecido depois daquele discurso fracassado em Atenas? Você não é homem de ficar desanimado. Havia alguma razão mais profunda?

Paulo vinha vindo de uma maratona ao longo das cidades da Ásia Menor e da Grécia. Era a sua segunda viagem missionária (At 15,36ss.). Tinha fundado várias comunidades na Galácia, em Filipos, Tessalônica e Beréia. Em quase todas estas cidades, ele foi perseguido e torturado. Teve que fugir várias vezes. Nada, porém, era capaz de amedrontá-lo ou de desanimá-lo. Finalmente, ele chegou em Atenas, capital da cultura helenista (At 17,15).
Convidado pelo pessoal que o escutava na praça do mercado, teve que expor suas idéias no areópago (At 17,16-21). Preparou um discurso, no qual tentou comunicar a Boa Nova de Jesus (At 17,22-31). O discurso não teve muito efeito. Quando falou da ressurreição, os ouvintes se desinteressaram, zombaram dele e suspenderam a sessão (At 17,32). Pouca gente acreditou (At 17,34). Ora, Paulo, que parecia ter força e coragem para enfrentar qualquer contratempo, inclusive perseguição, prisão e tortura, este mesmo Paulo perdeu o ânimo após o fracasso da sua ação em Atenas. Saiu de lá e foi para Corinto (At 18,1), onde, no dizer dele mesmo, chegou ``cheio de fraqueza, receio e tremor'' (1Cor 2,3), ``em meio a muita angústia e tribulação'' (1Ts 3,7). Por que Paulo ficou assim? O que provocou nele aquele desânimo feito de ``fraqueza, receio, tremor, angústia e tribulação''?

Certos defeitos escondidos só aparecem no decorrer da caminhada.
Aos poucos, os próprios fatos da vida vão tirando a casca, revelando quem somos, de fato, frente a Deus e frente aos outros. A conversão é um processo permanente, também para Paulo! Apesar de ter experimentado a gratuidade da ação de Deus, dentro dele continuava ainda um resto da mentalidade das ``obras''. Ele pensava poder derrubar e converter os pagãos com a força e a lógica dos seus argumentos. Em vista disso montou um discurso bem feito (At 17,22-31), baseado nas leis da lógica e da oratória. Mas teve que experimentar a total inutilidade dos seus argumentos. Em vez de derrubar, foi derrubado na sua pretensão de vencer o inimigo. O sistema da cultura helenista não se abalou, nem se alterou. Pouca gente se converteu. A maioria do pessoal nem se interessou. Não era nem a favor nem contra. Não quis nem discutir o assunto: Até logo! ``Fica para outra vez!'' (At 17,32).

Paulo descobriu e experimentou a fraqueza e os limites da sua pretensão. O nascimento doloroso para Cristo, iniciado no caminho de Damasco, continuava. Mas ele soube tirar a lição dos fatos. Na carta aos Coríntios, ele descreve como chegou por lá, após o fracasso em Atenas: ``Irmãos, eu mesmo, quando fui ao encontro de vocês, não me apresentei com o prestígio da oratória ou da sabedoria, para anunciar-lhes o mistério de Deus. Entre vocês, eu não quis saber outra coisa a não ser Jesus Cristo, e Jesus Crucificado. Estive no meio de vocês cheio de fraqueza, receio e tremor; minha palavra e minha pregação não tinham brilho nem artifícios para seduzir os ouvintes, mas a demonstração residia no poder do Espírito, para que vocês acreditassem, não por causa da sabedoria dos homens, mas por causa do poder de Deus'' (1Cor 2,1-5). Parece um outro Paulo, diferente do Paulo que discursava no areópago com oratória e lógica.

Aprendeu a lição! Ficou mais humilde. Soube dar a Deus o lugar que Ele merece, sem que isto o levasse a uma passividade. Sendo judeu, teve que aprender da prática como lidar com o pessoal da cultura helenista e com o próprio Deus. Aprendeu apanhando e sofrendo!Depois da queda na estrada de Damasco, foi a chegada de Ananias que o reanimou e o tirou da cegueira (At 9,17-19). Agora, depois da queda em Atenas, foi a chegada de Timóteo com boas notícias da comunidade recém fundada de Tessalônica, que o ajudou a superar o desânimo e reencontrar a fonte da força e da coragem: ``Agora estamos reanimados!'' (1Ts 3,8). A partir daquele momento, Paulo teve novamente disposição para dedicar-se inteiramente ao anúncio da Palavra (At 18,5).

 

39. Quando nós, hoje, falamos das comunidades que você andou fundando por aí, imaginamos comunidades perfeitas de gente santa. É verdade? Diante de tanta santidade, ficamos até desanimados, pois hoje é tão difícil viver em comunidade. O que você nos tem a dizer sobre isto?

O que Paulo nos tem a dizer é aquilo que ele mesmo viveu e conheceu, tanto da sua própria experiência, como da experiência da comunidade dos primeiros cristãos em Jerusalém. A narração dos fatos vividos é o que mais ajuda a desfazer a idéia de que as primeiras comunidades fossem feitas só de gente santa sem problemas.

O livro dos Atos dos Apóstolos apresenta a primeira comunidade de Jerusalém como o ideal para as comunidades de todos os tempos. Lucas caprichou naqueles pequenos resumos que ele fez da vida dos primeiros cristãos (At 2,42-47; 4,32-35; 5,12-16). Neles, descreve não tanto o que existiu de fato, mas sim o que deveria existir sempre em toda e qualquer comunidade. O ideal da comunidade, ele o colocou bem perto da fonte, que é a ressurreição de Jesus.
Mas Lucas não escondeu a realidade dura da caminhada. Lendo nas linhas e nas entrelinhas, a gente percebe que havia muitos problemas e dificuldades. Não era gente tão santa e tão diferente de nós, como, às vezes imaginamos. Eis a lista de alguns destes problemas da primeira comunidade:1. Tentativa de Ananias e Safira de usar a comunidade para se promover (At 5,1-11); 2. Briga entre os ``hebreus'' (judeus convertidos da Palestina) e os ``helenistas'' (judeus convertidos da diáspora) por causa da assistência diferente dada às viúvas (At 6,1); 3. Tensão interna por causa da liderança nova de Estêvão: o grupo dos helenistas, ligado a Estêvão, é perseguido e deve fugir, enquanto os apóstolos, (provavelmente, o grupo dos hebreus), continuam em Jerusalém (At 8,1); 4. Tentativa de alguns de comprarem o carisma e o dom do Espírito Santo por meio de dinheiro (At 8,19); 5. Falta de gente para anunciar o evangelho (At 8,31); 6. Perseguição dos cristãos por parte dos sacerdotes (At 4,1-3) e, mais tarde, por parte dos fariseus (At 8,1-3: Saulo é fariseu); 7. Conflito entre os cristãos vindos do judaísmo e os que tinham vindo do paganismo (At 15,1); 8. Incerteza e dúvida de Pedro: não sabe como se comportar nem como enfrentar o problema (Gl 2,11-12); 9. Cobrança feita a Pedro por parte de um grupo mais conservador que não concordava com ele (At 11,2-3.18); 10. Falta de coordenação geral, pois as coisas vão acontecendo e os apóstolos só ficam sabendo depois (At 11,19-22).

Mesmo assim, apesar de todas estas dificuldades, a animação do pessoal era muito grande. Eles não desanimavam, e as comunidades cresciam (At 2,41.47; 4,4; 5,14; 6,1.7; 9,31; 11,21.24; 16,5; etc.).

As comunidades eram um novo modo de ser Povo de Deus!Ora, o mesmo vale para as comunidades fundadas por Paulo nas grandes cidades do império romano. Só que nelas os conflitos e os problemas eram bem maiores. Algumas destas dificuldades já foram vistas nesta entrevista. Vou tentar lembrá-las aqui, acrescentando algumas outras. Indico apenas o fato. Não é aqui o lugar de aprofundar este assunto. Eis a lista provisória:1. Falta de instrução até por parte de líderes como Apolo que nada entendia do batismo (At 18,25-26); 2. Continuava a influência de João Batista, a ponto de várias pessoas só conhecerem o batismo dele; nada sabiam do Espírito Santo (At 19,1-3); 3. Divisões internas por causa das linhas diferentes de Paulo, de Apolo e de Pedro (1Cor 1,12; 4,6); 4. Mentalidade grega em choque com a mentalidade judaica: o conceito de autoridade do grego é mais ``democrático'' (vem por discussão aberta), e o do judeu é mais ``tradicional'' (vem por tradição), o que foi uma das causas do conflito que havia entre Paulo e a comunidade de Corinto (2Cor 10,8-11; 12,11-18; 13,2-4); 5. Os cristãos vindos do judaísmo tinham chegado ao ponto de tentar destruir o trabalho dos cristãos vindos do paganismo: eram os ``falsos irmãos'' (Gl 2,4-5; 6,12-13; 1Ts 2,14-16); 6. Brigas pessoais de Paulo com Barnabé por causa de Marcos (At 15,37-39), e de Paulo com Pedro por causa da linha diferente (Gl 2,11-14); 7.

Mentalidade grega que não conseguia aceitar a ressurreição (At 17,32; 1Cor 15,12); 8. Falsos doutores espalhando confusão nas comunidades (1Tm 4,1-7); 9. Problemas com a religiosidade popular dos povos da Ásia Menor (At 14,11-18); 10. O problema do lugar da mulher nas comunidades: nem tudo estava claro (1Cor 11,3-12; 14,34-35; 1Tm 2,9-15); 11. O problema dos carismas, usados por alguns para se promover a si mesmos e não para construir a comunidade (1Cor 14,1-32); 12. Falta de respeito de uns para com a fragilidade da consciência dos outros (1Cor 8,7-13; Rm 14,1-15); 13. A pretensão de alguns de usar a liberdade em Cristo como pretexto para a libertinagem (1Cor 6,12-20; 5,1-13); 14. Divisão social e falta de ordem durante a realização da Ceia Eucarística (1Cor 11,17-34); 15. Vontade de alguns de seguirem o ideal grego da vida intelectual sem trabalhar com as próprias mãos, enquanto Paulo queria exatamente o contrário (2Ts 3,10-12).

Os problemas eram muitos e o povo das comunidades não era santo nem perfeito. Era espelho do que acontece hoje, onde gente bem intencionada de diferentes origens e mentalidades decide caminhar juntos. A fraternidade é um desafio!Grande parte destes problemas eram problemas de transição. As comunidades eram o novo modo de ser Povo de Deus. A transição do modo antigo para o modo novo não foi fácil. Paulo foi o instrumento para ajudar nesta transição sem a qual a igreja teria naufragado e jamais teria chegado até nós.

Foi a transição do mundo judaico para o mundo grego; do mundo rural da Palestina para o mundo urbano da Ásia Menor e da Grécia; do mundo mais ou menos harmonioso e coerente do judaísmo para o mundo pluralista das grandes cidades do império, cheias de conflitos; de uma situação de comunidades soltas, quase sem organização, para uma situação de comunidades bem organizadas; de uma igreja fechada, feita só de judeus convertidos, para uma igreja aberta, que acolhe a todos; do período dos apóstolos, ou seja, da primeira geração de líderes, para a igreja pós-apostólica da segunda geração de líderes que já não tinham tido contato com Jesus pessoalmente; de uma igreja, cuja doutrina e disciplina vinham em grande parte do judaísmo, para uma igreja que começava a elaborar e organizar a sua própria liturgia, doutrina e disciplina; de uma religião ligada às comunidades bem situadas dos judeus da diáspora, para uma religião mais ligada ao povo pobre das periferias urbanas das grandes cidades do império romano; de uma religião que cultivava o ideal da classe dominante, para uma religião que tinha a coragem de apresentar um novo ideal de vida ao povo trabalhador: ``ocupar-se das suas próprias coisas e trabalhar com as próprias mãos: assim não passarão mais necessidade de coisa alguma'' (1Ts 4,11-12).

 

40. Olhando para trás, como é que você agora enxerga a sua vida?

A vida de Paulo tem quatro períodos bem distintos. O primeiro vai do nascimento até aos 28 anos de idade. É o período antes da conversão, em que ele vive como israelita fiel e observante. O segundo vai desde a conversão aos 28 anos até o envio para a missão aos 41 anos. Período pouco conhecido. O terceiro vai dos 41 anos até aos 53 anos. É o período das viagens missionárias. O último vai dos 53 até à morte aos 63 anos de idade. É o período das prisões e da organização das comunidades.

Apesar de diferentes, estes quatro períodos tem algo em comum: é sempre o mesmo Paulo, a fé no mesmo Deus, a pertença ao mesmo povo de Deus; é a mesma vontade de ser fiel a Deus e à sua aliança, e de chegar à justiça e à paz com Deus.
Muitas coisas da vida de Paulo já foram vistas nesta entrevista, outras jamais poderão ser vistas, pois são para sempre o segredo só dele. Pouco sabemos do primeiro período. Quase nada sabemos do que se passou entre o momento da conversão aos 28 anos e o envio para a missão aos 41 anos. São 13 anos de silêncio! Provavelmente, foi neste período que ele teve as grandes experiências místicas de que fala numa das suas cartas (2Cor 12,1-10). Pouco ou nada sabemos do que aconteceu depois da primeira prisão em Roma até à sua morte. O período mais conhecido é o das viagens missionárias. Por aí se deduz que o interesse da Bíblia na pessoa de Paulo não é tanto por causa de Paulo enquanto Paulo, mas enquanto ele é o grande animador das comunidades.

A grande novidade que marcou a vida de Paulo foi a sua experiência de Jesus ressuscitado no caminho de Damasco: experiência profundamente pessoal e, ao mesmo tempo, essencialmente comunitária, pois ela só se tornou clara e manifesta no momento em que Ananias impôs as mãos em Paulo e o acolheu na comunidade dizendo: ``Paulo, meu irmão!'' (At 9,17).
A experiência no caminho de Damasco foi como um diamante lapidado que recebe a luz do sol. Através das suas muitas facetas, ele fraciona a luz em múltiplas cores e dela revela, assim, as diferentes qualidades. A luz do sol é Deus que se fez presente na vida de Paulo.
O diamante é a experiência de Jesus ressuscitado. As suas inúmeras facetas fracionam a luz e dela revela as infinitas qualidades: experiência da fidelidade de Deus (2Cor 1,20); experiência da vitória sobre a morte (Cl 2,12-13; Ef 1,19-20; Rm 6,1-4); experiência do próprio nada (Rm 7,24); experiência da própria vocação e missão (Gl 1,15-16); experiência da paixão, morte e ressurreição de Cristo (Fil 3,10-11); experiência da sua pertença ao povo (Rm 9,1-5); identificação mística com Cristo (Gl 2,20); experiência profunda do amor gratuito de Deus (Rm 8,31-39)... Vale a pena fazer um levantamento e classificar todos os aspectos da experiência de Deus em Cristo, vivida por Paulo.

 

CONCLUSÃO: Qual a sua maior esperança?

Aqui desisto de responder. Teria que copiar a maior parte das cartas, pois tudo nelas fala de esperança. Para Paulo, Jesus é a esperança prometida e realizada do seu povo, após longos séculos de espera.

Em Jesus ressuscitado, ele encontrou a razão de ser do seu povo. Através da vida, morte e ressurreição de Jesus, o grande mistério do amor de Deus, confiado ao povo de Israel, se abriu para todos os povos. Foi esta a grande Boa Nova que Paulo descobriu em Jesus e que ele começou a transmitir no mundo inteiro.

Aquilo que apontou no horizonte do povo na época do exílio, o universalismo; aquilo que se esboçou timidamente na pequena comunidade pós-exílica e que foi retardado (mas conservado e protegido) por Esdras e Neemias; aquilo que os helenistas do tempo de Antíoco quiseram realizar por imposição autoritária e, em vez de realizar, estragaram mais ainda, provocando a reação justa e violenta dos Macabeus; aquilo que, desde o começo estava no chão do chamado, na semente do apelo, no rumo da vocação, tudo isto apareceu em Jesus Cristo !
Em Jesus desabrochou a esperança do povo judeu e, nela, se revelou a grande esperança da humanidade, o SIM de Deus às promessas e esperanças que estão no coração de todo ser humano, de todos os povos, sobretudo dos pobres.

Paulo, por uma graça especial de Deus, percebeu este mistério, esta imensa Boa Nova para toda a humanidade. Ela se instalou nele, e ele sofreu por ela. Foi a sua razão de ser! ``Pela graça de Deus sou o que sou; e sua graça dada a mim não foi estéril. Ao contrário, trabalhei mais do que todos eles; não eu, mas a graça de Deus que está comigo!'' (1Cor 15,10).

 

Teologia agrícola das sementes do Malafia.

 


 

 
Estou cismado com essa teologia agrícola pregada em alguns púlpitos brasileiros onde tem uma regra “matemático-financeira-economica” que investimos umas sementes para colher mais na frente tipo uma espécie de investimento.
Juntando isso a teologia da prosperidade, temos uma relação toma lá da cá com Deus, eu dou meu dizimo ou a minha oferta e Deus tem por obrigação abençoar-me financeiramente. Entenda benção financeira como muito dinheiro, bens de valor e etc, com testemunhos pirotécnicos. Tenho acompanhado o programa do Psicólogo e Pastor Silas Malafia ( não tenho problema em citar nomes nem muito menos acho isso antiético) e a sua empreitada em legitimar a busca  frenética  por bênçãos materias no meio do povo evangélico. Com seu jeitão nada convencional e sua pouca temperança nas palavras usas para tratar os seus “desafetos” os Silas vem dedicando programas ao sábado para tentar justificar a teologia da prosperidade a luz da Biblia e desafiando os blogueiros de plantão a refutá-lo biblicamente.
Confesso que não sou nenhum teólogo, nem pastor, nem me considero um defensor da apologética, mas não precisa ser nenhum doutor em divindade para olhar atravessado para as teorias do Sr. Malafaia. Hoje 16/06 comecei a acompanhar uma de suas pregações sobre prosperidade e observei algumas perolas ditas pelo nobre: em um dado momento ele afirmou que o que vivemos hoje são reflexos das sementes plantadas no passado, pelo que entendi então se vivo financeiramente bem hoje é porque plantei no passado, ou então, se tudo vai bem na minha vida é porque plantei (investi meu dizimo ou oferta em algum ministério ou igreja) muito no passado. Bem, gostaria de perguntar ao Silas quais foram as sementes plantadas pelo Ap. Paulo durante todo seu ministério para acabar abandonado por quase todos e ainda dizer "combati o bom combate, encerrei a carreira e guardei a fé" acho que o Paulo não plantou boas sementes né silas pra acabar assim? Faz-me rir Silas!
Não sou defensor da “teologia da miserabilidade”, mas creio que os ensinamentos deixados por Cristo não dão nenhum fundamento para essa busca desenfreada pela prosperidade.
Ao invés dessa teologia torta eu prefiro:
·         Depender do pão nosso de cada dia nos daí HOJE; Mateus 6,11;
·         Aprender a viver no pouco e no muito, na fartura e na escassez; Filipenses 4,12;
·         A glorificar a Deus mesmo nas situações adversas; Habacuque 3, 17-18;
·         A depender da graça infinita; 2 Corintios 2,19;
·         Saber que nada me faltará; Salmos 23,1;
·         Viver com o necessário; Provérbios 30, 7-9;
Tenho plena convicção que o que me atraiu ao evangelho não foi às bênçãos e sim o sacrifício da Cruz. Cristo quando morreu na Cruz já fez tudo que era necessário para minha vida, isso pra mim é a maior prosperidade possível para o homem. Não adianta Silas usar de subterfúgios nas suas pregações para me convencer, pode gritar, pode fazer cara de espiritual, pode me chamar de recalcado, eu jamais vou querer beber dessa sua fonte (Mike Murdock e Cia), prefiro os testemunhos de prosperidade deixados pelo Ap. Paulo. Por não concordar com essa teologia esdrúxula não me torna Sr. Silas uma pessoa com dificuldades em dar o dizimo ou oferta conforme afirmado na sua pregação. O ato de ofertar faz parte da minha vida cristã, mas não faço isso como moeda de troca ou barganha com Deus, bem sei com posso ajudar financeiramente e fazer a diferença na localidade onde minha igreja tem por obrigação de ser relevante e não apenas captar dinheiro com falsas promessas.

 
Sim, eu amo a mensagem da Cruz...não, não amo essa prosperidade pregada pelo Silas Malafia e outros.

 
Ronivaldo Brandão
Apenas um rapaz latino-americano sem dinheiro no banco...aprendendo a depender da graça de Deus.

 

Quem És Tu, Que Julgas o Servo Alheio?

Autor: Pr. David Cloud

Tradução: Walter Andrade Campelo

Mateus 7:1-5

"Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão".

Primeiro, Jesus não está condenando todo tipo de julgamento; Ele está condenando o julgamento hipócrita (Mt. 7:5).

Que Cristo não está condenando todo tipo de julgamento é evidente pelo contexto. No mesmo sermão Ele avisou sobre os falsos mestres (Mt. 7:15-17) e falsos irmãos (Mt. 7:21-23). É impossível ter cuidado com falsos profetas e falsos mestres sem julgar doutrina e prática comparando-as com a Palavra de Deus.

Que Cristo não está condenando todo tipo de julgamento é também evidente pela comparação de Escritura com Escritura. Em outras passagens somos ordenados a julgar. Devemos julgar segundo a reta justiça (Jo. 7:24). Devemos julgar todas as coisas (I Co. 2:15-16). Devemos julgar o pecado na igreja (I Co. 5:3,12), disputas entre irmãos (I Co. 6:5), pregação (I Co. 14:29), aqueles que pregam falsos evangelhos, falsos cristos, e falsos espíritos (II Co. 11:1-4), as obras das trevas (Ef. 5:11), e profetas (I Jo. 4:1).

Romanos 14:4

"Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai. Mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar".

Esta passagem é freqüentemente abusada por aqueles que participam de movimentos ecumênicos. É dito que este verso nos proíbe de expor pecado e erro e comprometimento. É dito, além disso, que o verso ensina que muitas das verdades da Bíblia são "não-essenciais" ou "não-fundamentais" no sentido de como lidamos com elas.

Um pastor escreveu-me e disse:

"Romanos 14 é provavelmente a passagem mais violentada por aqueles de nós que se intitulam 'fundamentalistas' (observe que eu me incluo). Nós temos ou passado por cima deste capítulo ou dado a ele uma pecaminosa interpretação superficial e dançado ao redor de seus poderosos mandamentos sobre como lidar com diferenças a respeito de doutrinas 'secundárias' dentro da igreja. Por 'secundária' não quero dizer 'sem importância'. Eu preciso estar 'plenamente persuadido' sobre todos os pontos bíblicos controversos, ainda que deva receber bem e não julgar ou menosprezar aqueles que têm opinião diferente sobre alguns deles".

A isto eu dei a seguinte resposta:

"Romanos 14 é uma importante passagem, mas não tem nada a ver com a idéia de que há coisas nas Escrituras de valor secundário no sentido de como devemos lidar com elas. Os dois exemplos claramente dados pelo Apóstolo são comer carnes e guardar dias santos. Não há absolutamente nenhuma exigência recaindo sobre o Cristão do Novo Testamento a este respeito. Deste modo, Romanos 14 está tratando de como devemos lidar com assuntos NÃO ENSINADOS NAS ESCRITURAS. Em assuntos nos quais Deus não tem falado, eu devo dar liberdade. Nos assuntos nos quais Deus tem falado, a única liberdade é a obediência. Você está errando o alvo no entendimento desta passagem".

Tiago 4:11-12

"Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão, e julga a seu irmão, fala mal da lei, e julga a lei; e, se tu julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz. Há só um legislador que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?"

Como Mateus 7:1, Romanos 14:4, e I Coríntios 4:5, Tiago 4:11 é freqüentemente mau usada pela multidão ecumênica para dar suporte à sua falsa doutrina de que Cristãos são proibidos de julgar doutrina e prática. Fazer estes versos ensinarem que Cristãos não podem nunca julgar joga a Bíblia em confusão. Há um julgamento certo e um julgamento errado. Muitos versos nos ordenam que julguemos com julgamento justo (Lucas 12:57, João 7:24, I Co. 2:15). Nós devemos julgar pregação (I Co. 14:29), pecado nas igrejas (I Co. 5:3), disputas nas igrejas (I Co. 6:5), pecado em nossas próprias vidas (I Co. 11:31), falsos mestres (Mt. 7:15, Rm. 16:17), espíritos (I Jo. 4:1), etc.

Quando, então, está Tiago proibindo? O contexto esclarece o assunto.

Primeiro, Tiago está tratando do falar mal (Tg. 4:11). Julgamento apropriado é falar a verdade em amor. A verdade não é má e falar a verdade em amor não é mal. O tipo de julgamento condenado por Tiago é julgar no sentido de rebaixar, transmitir informações oficiosas, e difamar. É julgar com má intenção. Quando alguém julga biblicamente o pecado e o erro, nunca é com o desejo de ferir as pessoas. Os fariseus julgaram Jesus desta forma má (Jo. 7:52). Os falsos mestres na Galácia e em Corinto julgaram Paulo desta mesma forma, tentando rebaixá-lo ante os olhos das igrejas (II Co. 10:10).

Segundo, Tiago está se referindo ao julgamento feito de um modo que é contrário à lei de Deus (Tg. 4:12). Isto se refere a julgar outros pelos padrões humanos e não pelos divinos, colocando desta forma a si mesmo como o legislador. Os fariseus fizeram isto quando julgaram Jesus por suas tradições (Mt. 15:1-3). Por outro lado, quando um crente julga as coisas pela Palavra de Deus, de forma santa e com compaixão, ele não está exercendo seu próprio julgamento; ele está julgando pelo julgamento de Deus. Quando, por exemplo, digo que é errado a uma mulher ser pastor, este não é o meu julgamento, é o de Deus (I Tm. 2:12).

 

 

QUAL JESUS?

T. A Macmaron

"Quisera eu me suportásseis um pouco na minha loucura! Suportai-me, porém, ainda. Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo. Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo. Porque, se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, com razão o sofrereis" (2 Coríntios 11.1-4).

"E ele lhes disse: Mas vós, quem dizeis que eu sou? E, respondendo Pedro, lhe disse: Tu és o Cristo" (Marcos 8.29).

Introdução

"Irmão, eu não estou interessado em qualquer conversa sobre doutrinas que nos dividam. A única coisa que me importa saber é se alguém ama a Jesus. Se ele me diz que ama a Jesus, não me interessa a qual igreja vai; eu o considero meu irmão em Cristo." Naquele momento, não me pareceu que fosse a hora e o lugar certo para argumentar com a pessoa que dizia isso. No entanto, eu me senti compelido a fazer uma pergunta para ela antes que a conversa se encerrasse: "Quando você fala com alguém que lhe diz amar a Jesus, você nunca lhe pergunta: 'Qual Jesus?'"

Após um breve momento de reflexão, tal pessoa me respondeu que nunca faria tal pergunta. "Não seria simpático".

Sempre que visito alguns amigos de um outro estado, há um homem que me esforço em encontrar. Ele é a alegria em pessoa, um dos homens mais amigáveis que conheço. Mesmo sendo um muçulmano consagrado, ele se declara ecumênico, e orgulha-se do fato de compartilhar algumas das crenças tanto dos judeus como dos cristãos. Ocasionalmente ele freqüenta uma igreja com um de meus amigos e de fato aprecia a experiência e a comunhão. Certa vez em um restaurante, ele estava expondo o seu amor por Jesus para mim e nossos amigos cristãos, e encerrou a sua declaração com as seguintes palavras: "Se eu pudesse rasgar a minha carne de tal maneira que todos vocês entrassem em meu coração, vocês saberiam o quanto eu amo a Jesus." Os sentimentos que envolveram suas palavras foram impressionantes; na verdade, é incomum ouvir este tipo de declaração tão devotada, até mesmo em círculos cristãos.

Estamos falando da mesma pessoa?

Voltando agora para o meu dilema inicial. Eu estava admirando a expressão de amor de meu amigo quando um pensamento preocupante tomou conta de mim: Qual Jesus? Um breve conflito mental aconteceu. Pensei se eu devia ou não lhe fazer tal pergunta. Minhas palavras, no entanto, saíram antes que minha mente tomasse uma decisão. "Fale-me sobre o Jesus que você ama." Meu amigo muçulmano nem hesitou: "Ele é o mesmo Jesus que você ama." Antes de me tornar muito "doutrinário" com meu amigo, achei que deveria mostrar-lhe como era importante definirmos se estávamos realmente falando sobre o mesmo Jesus.

Eu usei o seu vizinho, que é um grande amigo nosso, como exemplo. Ele e eu realmente amamos esse cidadão. Depois de concordarmos sobre nossos sentimentos mútuos, eu comecei a dar uma descrição das características físicas de nosso amigo comum: "Ele tem um metro e setenta de altura, é totalmente careca, pesa mais ou menos uns 150 quilos e usa um brinco em sua orelha esquerda..." Na verdade, eu não pude ir muito longe, pois logo algumas objeções foram feitas. "Espere aí... ele tem quase dois metros, eu gostaria de ter todo o cabelo que ele tem, e ele é o homem mais magro que eu conheço!" Meu amigo acrescentou que certamente não estávamos falando sobre a mesma pessoa. "Mas isto realmente faz alguma diferença?", perguntei. Ele me olhou com incredulidade. "Mas é claro que faz! Eu não tenho um vizinho que se encaixa com a sua descrição. Talvez você esteja falando de uma outra pessoa, mas não de meu bom vizinho e amigo." Então destaquei o fato de que se nós verdadeiramente aceitássemos a descrição que eu acabara de dar, certamente não estávamos falando da mesma pessoa. Ele concordou.

A seguir continuei descrevendo o Jesus que eu conhecia. "Ele foi crucificado e morreu na cruz pelos meus pecados. O Jesus que você conhece fez o mesmo?"

"Não, Alá o levou para o céu logo antes da crucificação. Judas é quem morreu na cruz."

"O Jesus que eu conheço é o próprio Deus, que se tornou homem. O seu Jesus é assim?"

Ele negou com a cabeça e disse: "Não, Alá é o único Deus. Jesus foi um grande profeta, mas somente um homem." A discussão prosseguiu a respeito das muitas características que a Bíblia atribui a Jesus. Em quase todos os casos, meu amigo muçulmano tinha uma perspectiva diferente. Mesmo mantendo-se convencido de que ele tinha o ponto de vista correto sobre Jesus, o fato de que nossas convicções contraditórias não podiam ser reconciliadas pareceu reduzir o seu zelo em proclamar o seu amor por Jesus.

Discussão doutrinária é sectarismo?

Alguns enxergam este meu questionamento como algo não amoroso - como uma prova do sectarismo que a discussão doutrinária produz. Eu o vejo como uma tentativa de clarear o caminho para que meu amigo tenha um relacionamento genuíno com o único Salvador verdadeiro, o nosso Senhor Jesus Cristo - não com alguém que ele ou outros homens, intencionalmente ou não, têm imaginado ou inventado.

Doutrinas, simplesmente, são ensinamentos. Elas podem ser verdadeiras ou falsas. Uma doutrina verdadeira não pode ser divisiva de maneira prejudicial; esta característica se aplica somente a ensinos falsos. "E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles". (Rm 16.17; veja também Rm 2.8-9). Jesus, que é a Verdade, só pode ser conhecido em verdade e somente por aqueles que buscam a verdade (Jo 14.6; Jo 18.37; 2 Ts 2.13; Dt 4.29). O próprio Cristo causou divisão (Mt 10.35; Jo 7.35; 9.16; 10.19), divisão entre a verdade e o erro (Lc 12.51).

"Qual Jesus?" é uma pergunta importantíssima para todo crente em Cristo. Nós deveríamos primeiro nos questionar, testar nossas próprias crenças sobre Jesus (2 Co 13.5; 1 Ts 5.21). Incompreensões sobre o Senhor inevitavelmente se tornam obstáculos em nosso relacionamento com Ele. A avaliação também pode ser vital com respeito à nossa comunhão com aqueles que se dizem cristãos. Recentemente, durante uma rápida viagem aérea, um dos meus amigos, preocupado o suficiente, fez algumas perguntas cruciais à pessoa próxima a ele sobre o relacionamento dela com Jesus. Mesmo tendo confessado ser um cristão, participando há quatro anos de uma comunidade cristã, essa pessoa na verdade não conhecia a Jesus nem entendia o evangelho da Salvação. Meu amigo o levou ao Senhor antes que o avião aterrissasse.

A "unidade cristã"

Com muita freqüência, frases parecidas com "nós teremos comunhão com qualquer um que confessar o nome de Cristo", estão sensivelmente impregnadas de camuflagens ecumênicas. O medo de destruir a unidade domina os que levam a sério este tipo de propaganda antibíblica, até mesmo ao ponto de desencorajar qualquer menor interesse em lutar pela fé. Surpreendentemente, "a unidade cristã" agora inclui a colaboração para o bem moral da sociedade com qualquer seita "que confessa o nome de Jesus."

"Jesus", o irmão de Lúcifer

Os ensinamentos heréticos sobre Jesus incluem todo tipo inimaginável de idéias sem base bíblica. O "Jesus Cristo" dos mórmons, por exemplo, não poderia estar mais longe do Jesus da Bíblia. O Jesus inventado por Joseph Smith, que a seguir inspirou o nome de sua igreja, é o primeiro filho de Elohim, tal como todos os humanos, anjos e demônios são filhos espirituais de Elohim. Este Jesus mórmon se tornou carne através de relações físicas entre Elohim (Deus, o Pai, o qual tinha um corpo físico) e a virgem Maria. O Jesus mórmon é meio-irmão de Lúcifer. Ele veio a terra para se tornar um deus. Sua morte sacrifical dará imortalidade para qualquer criatura (incluindo animais) na ressurreição. No entanto, se uma certa criatura, individualmente, vai passar a sua eternidade no inferno ou em um dos três céus, isto fica por conta de seu comportamento (incluindo o comportamento dos animais).

"Jesus", uma idéia espiritual

O Jesus Cristo das seitas da ciência da mente (Ciência Cristã, Ciência Religiosa, Escola Unitária do Cristianismo, etc.) não é diferente de qualquer outro ser humano. "Cristo" é uma idéia espiritual de Deus e não uma pessoa. Jesus nem sofreu nem morreu pelos pecados da humanidade, porque o pecado não existe. Ao invés disto, ele ajudou a humanidade a desacreditar que o pecado e a morte são fatos. Esta é a "salvação" ensinada pela tal Ciência Cristã.

"Jesus ", o arcanjo Miguel

As Testemunhas de Jeová também amam a Jesus, mas não o Jesus da Bíblia. Antes de nascer nesta terra, Jesus era Miguel, o Arcanjo. Ele é um deus, mas não o Deus Jeová. Quando o Jesus deles se tornou um homem, parou então de ser um deus. Não houve ressurreição física do Jesus das Testemunhas de Jeová; Jeová suscitou o seu corpo espiritual, escondeu os seus restos mortais, e agora, novamente, Jesus existe como um anjo chamado Miguel. A Bíblia promete que, ao morrer um crente em nosso Senhor e Salvador, a pessoa imediatamente estará com Jesus (2 Co 5.8; Fp 1.21-23). Com o Jesus deles, no entanto, somente 144.000 Testemunhas de Jeová terão este privilégio - mas não depois da morte, porque eles são aniquilados quando morrem. Ou seja, eles gastam um período indefinido em um estado inativo e inconsciente; de fato deixam de existir. Minha comunhão com Jesus bíblico, no entanto, é inquebrável e eterna.

"Jesus", ainda preso numa cruz

Os católicos romanos também amam a Jesus. Eu também o amei da mesma forma durante vinte e poucos anos de minha vida, mas ele era muito diferente do Jesus que eu conheço e amo agora. Algumas vezes ele era apenas um bebê ou, no máximo, um garoto protegido pela sua mãe. Quando queria a sua ajuda eu me assegurava rezando primeiro para sua mãe. O Jesus para quem eu oro hoje já deixou de ser um bebê por quase 2000 anos. O Jesus que eu amava como católico morava corporalmente em uma pequena caixa, parecida com um tabernáculo que ficava no altar de nossa igreja, na forma de pequenas hóstias brancas, enquanto que, simultaneamente, morava em milhões de hóstias ao redor do mundo. Meu Jesus, na verdade, é o Filho de Deus ressuscitado corporalmente; Ele não habita em objetos inanimados.

O Jesus dos católicos romanos que eu conhecia era o Cristo do crucifixo, com seu corpo continuamente dependurado na cruz, simbolizando, de forma apropriada, o sacrifício repetido perpetuamente na missa e a Sua obra de salvação incompleta. Aproximadamente há dois milênios, o Jesus da Bíblia pagou totalmente a dívida dos meus pecados. Ele não necessita mais dos sete sacramentos, da liturgia, do sacerdócio, do papado, da intercessão de Sua mãe, das indulgências, das orações pelos mortos, do purgatório, etc. para ajudar a salvar alguém. Os católicos romanos dizem que amam a Jesus, mesmo quando se chamam de católicos carismáticos, católicos "evangélicos", ou católicos renascidos, mas na verdade eles amam um Jesus que não é o Jesus bíblico. Ele é "um outro Jesus".

"Jesus", o bilionário

Até mesmo alguns que se dizem evangélicos promovem um Jesus diferente. Os chamados pregadores do movimento da fé e da prosperidade promovem um Jesus que foi materialmente próspero. De acordo com o evangelista John Avanzini, cujas roupas chiques refletem o seu ensino, Jesus vestia roupas de marca (uma referência à sua capa sem costura) semelhantes às vestidas por reis e mercadores ricos. Usando uma argumentação distorcida, um pregador do sucesso chamado Robert Tilton declarava que ser pobre é pecado, e já que Jesus não tinha pecado, então, obviamente, ele devia ter sido extremamente rico. O pregador da confissão positiva Fred Price explica que dirige um Rolls Royce simplesmente porque está seguindo os passos de Jesus. Oral Roberts sustenta a idéia de que, pelo fato de terem tido um tesoureiro (Judas), Jesus e Seus discípulos deviam ter muito dinheiro.

O "Jesus" do movimento da fé e das igrejas psicologizadas

Além da pregação sobre um Cristo que era materialmente rico, muitos pregadores do movimento da fé, tais como Kenneth Hagin e Kenneth Copeland, proclamam um Jesus que desceu ao inferno e foi torturado por Satanás a fim de completar a expiação pelos pecados dos homens. Este não é o Jesus que eu conheço e amo.

O Jesus de Tony Campolo habita em todas as pessoas. O televangelista Robert Schuller apresenta um Jesus que morreu na cruz para nos assegurar uma auto-estima positiva. Para apoiar sua tese sobre Jesus, psicólogos cristãos e numerosos pregadores evangélicos dizem que Sua morte na cruz prova o nosso valor infinito para com Deus e que isto é a base para nosso valor pessoal. Não somente existe uma variedade enorme de "jesuses" que promovem o ego humano hoje em dia, como também estamos ouvindo em nossas "igrejas" psicologizadas que a verdade sobre Jesus pode não ser tão importante para o nosso bem psicológico do que nossa própria percepção sobre Ele. Esta é a base para o ensino atual do integracionista psicoespiritual Neil Anderson e outros que promovem técnicas não-bíblicas de cura interior. Eles dizem que nós devemos perdoar Jesus pelas situações passadas, nas quais nós sentimos que Ele nos desapontou ou nos feriu emocionalmente. Mas, qual Jesus?

Conclusão

A comunhão com Jesus é o coração do Cristianismo. Não é algo que meramente imaginamos, mas é uma realidade. Ele literalmente habita em todos que colocam nEle a sua fé como Senhor e Salvador (Cl 1.27; Jo 14.20; 15.4). O relacionamento que temos com Ele é ao mesmo tempo subjetivo e objetivo. Nossas experiências pessoais genuínas com Jesus estão sempre em harmonia com a Sua Palavra objetiva (Is 8.20). O Seu Espírito nos ministra a Sua Palavra, e este conhecimento é o fundamento para nossa comunhão com Ele (Jo 8.31; Fp 3.8). Nosso amor por Ele é demonstrado e aumenta através de nossa obediência aos Seus mandamentos; nossa confiança nEle é fortalecida através do conhecimento do que Ele revela sobre Si mesmo (Jo 14.15; Fp 1.9). Jesus disse: "Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz" (Jo 18.37). Na proporção em que nós crentes aceitarmos falsas doutrinas sobre Jesus e Seus ensinamentos, também minaremos nosso relacionamento vital com Ele.

Nada pode ser melhor nesta terra do que a alegria da comunhão com Jesus e com aqueles que O conhecem e são conhecidos por Ele. Por outro lado, nada pode ser mais trágico do que alguém oferecer suas afeições para outro Jesus, inventado por homens e demônios. Nosso Senhor profetizou que muitos cairiam na armadilha daquela grande sedução que viria logo antes de Seu retorno (Mt 24.23-26). Haverá muitos que, por causa de sinais e maravilhas, como são chamados, feitos em Seu nome, se convencerão de que conhecem a Jesus e O estão servindo. Para estes, um dia, Ele falará estas solenes palavras: "... Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade" (Mt 7.23). Mesmo que sejamos considerados divisivos por perguntarmos "Qual Jesus?", entendam que este pode ser o ministério mais amoroso que podemos ter hoje em dia. Porque a resposta desta pergunta traz conseqüências eternas

 

 

 

 

 

Paraklētos:Uma Exegese

escrita pelo irmão Yago

 

 
Logo no início da segunda carta de Paulo aos Coríntios, já somos encantados com um rico louvor ao Soberano: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericór-dias e o Deus de toda a consolação” (1:3). Depois disso, a palavra “consolação” repete-se várias vezes, em um belíssimo discurso de Paulo sobre sofrimento e consolação. Convido-o a mergulhar comigo nessa palavra (consolação) e só emergir novamente quando tocarmos no fundo de seu significado.
 
Primeiro, vejamos a unidade de atributos da Trindade. Cristo é chamado em I João 2:1 de Advogado (paraklētos); no Evangelho de João (14:16), o Espírito Santo é chamado por Cristo de Consolador (paraklētos); e no texto de II Coríntios (1:3), Deus Pai é posto sobre toda a consolação (paraklesis). É belo perceber que a Trindade é perfeitamente una, não só neste atributo, mas em todos. Tanto o Pai, como o Filho, como o Espírito são nossos eternos consoladores. Não é por me-nos que Jesus diz, em João 14:16, que Ele enviaria o outro(allos) consolador. Allos nos dá a idéia de outro completamente igual ao primeiro, no grego.
 
Em segundo lugar, atentemos à riqueza de significados dessa palavra. Paraklētos é uma palavra grega de um significado tão profundo, que tem dado dor de cabeça em vários tradutores. Vejamos apenas o exemplo do texto de João 14:16: Na edição de 1611 da King James Bible, Paraklētos foi traduzido como Conforter (Consolador, Confortador); nas edições modernas dessa mesma tradução, Helper (Ajudador) é a tradução usada; na NVI em português, podemos ver esse texto empregando o adjetivo “Conselheiro”; na NTLH a tradução escolhida foi “auxiliador”; na Tradicional João Ferreira de Almeida (tanto na RC como na RA), vemos o adjetivo “Consolador” e na King James Atualizada na língua portuguesa, esse verbo foi traduzido como “Advogado”. A pergunta que fica no ar é: por que tantas traduções diferentes para a mesma pa-lavra? A resposta mais coerente seria: porque todas elas são possíveis.
 
Formado pelas palavras gregas Para (ao lado de) e Klētos (chamado), pode ser traduzido de uma forma literal e bruta como “aquele que é chamado para andar lado a lado”. É exata-mente isso que Deus é para nós. Ele vem andar do nosso lado, levando nossos fardos e dores.
 
Olhando de um modo mais cuidadoso, vemos que essa palavra era usada para designar os advogados da época. Pessoas que gratuitamente defendiam outros diante dos acusadores. Tais advogados, segundo o direito romano, deveriam ser totalmente íntegros e irrepreensíveis diante da lei. Não precisamos de muito esforço para perceber que não é à toa que Cristo é retratado como nosso advogado (Paraklētos).
 
Com o tempo, essa palavra deixou de significar apenas “advogado”, mas passou a signifi-car várias qualidades: “conselheiro, ajudador, consolador, encorajador, etc”. Não existe palavra na língua portuguesa que acople todos esses significados juntos. Por isso, é importante lembrarmos da imensa riqueza dessa palavra e sempre transmitir esse tesouro quando pregarmos sobre ele.
 
Que essa curta exegese possa auxiliar todos que passarem por II Coríntios. Com certeza isso dará um maior entendimento no “ministério da consolação”. Faço das Palavras de Paulo as mi-nhas: “E o próprio nosso Senhor Jesus Cristo e nosso Deus e Pai, que nos amou, e em graça nos deu uma eterna consolação e boa esperança console os vossos corações, e vos confirme em toda a boa palavra e obra.” (II Ts 2:16,17).
 
Senhor, obrigado por toda a Tua consolação. Agradecemos por levar nossos fardos
e enxugar nossas lágrimas. Em profundo quebrantamento, louvo-Te. Amém.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Escrito por: Vincent Cheung
 
um-espirito-poder-vc

Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio. Portanto, não se envergonhe de testemunhar do Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro dele, mas suporte comigo os meus sofrimentos pelo evangelho, segundo o poder de Deus… (2 Timóteo 1.7-8)

 

 

Paulo lembra a Timóteo que “Deus não nos deu espírito de covardia”, ou espírito de timidez, “mas [um espírito] de poder”, de amor e de equilíbrio”, isto é, um espírito de sobriedade, autocontrole e autodisciplina. É comum inferir disso que Timóteo fosse uma pessoa tímida. O texto permite essa possibilidade, mas não sugere-a diretamente. Antes, a inferência é feita a partir do texto devido à suposição particular de que quando Paulo diz algo, isso significa que precisamente o oposto está sendo crido ou praticado entre os seus leitores.

Isto é, se Paulo admoesta os cristãos a viverem em paz uns com os outros, então isso deve significar que há discórdia entre eles. Repetindo, isso é possível, mas a menos que o texto declare que seus leitores têm esse problema, o intérprete não tem o direito de inferir que esse deve ser o contexto histórico por detrás da passagem. Como em outros casos, nenhum contexto histórico é requerido para entender apropriadamente a admoestação, e que os crentes deveriam viver em paz é um ensino geral que é sempre aplicável.

É um insulto ao apóstolo assumir que quando ele encoraja alguém, é somente porque o oposto está acontecendo. Se você encorajar alguém somente quando ele obviamente precisa disso, então você não é um cristão muito bom, ou mesmo um bom amigo. Você diz a alguém para ter coragem somente quando ele está temeroso? Onde você estava antes dele ficar com medo?

E mais, Paulo não contrasta apenas timidez com poder, mas diz que Deus nos deu um espírito de poder, de amor e de autocontrole. Assumir que o contexto histórico é sempre o oposto do que Paulo diz requer de nós crermos que Timóteo não era apenas uma pessoa tímida, mas que ele também era cheio de ódio e fora de controle. Não há nenhuma evidência que ele fosse tal pessoa, e parece que os comentaristas não ousam ir tão longe. A suposição ridícula é arbitrariamente aplicada, e abandonada quando a implicação se torna muito forçada pelo padrão do intérprete. A falta de validade lógica em fazer inferências e a falta de consistência em sua aplicação torna a suposição inútil como um princípio de interpretação bíblica.

É possível que Timóteo fosse muito tímido, mas não sabemos isso. O texto não nos diz. O que sabemos é que Paulo tinha sido aprisionado, que havia inimigos que se opunham ao evangelho, e que mesmo alguns que serviram a causa com o apóstolo tinham agora o abandonado. Sabemos tudo isso porque esta carta nos diz tudo isso. É mais apropriado associar isso com o encorajamento de Paulo para Timóteo permanecer firme. Face a esse ambiente cruel e tendências desfavoráveis, Paulo adverte Timóteo para não sucumbir à pressão. Quer Timóteo esteja em perigo de sucumbir à pressão ou não é inteiramente incerto, e isso é inteiramente sem importância para um entendimento correto da carta.

Paulo contrasta timidez com poder, amor e autocontrole, ou a capacidade de dominar ou possuir seus próprios pensamentos e emoções. O contraste sugere os tons de significados dados a essas palavras. Dessa forma, o “poder” não se refere ao poder de realizar milagres, mas à coragem espiritual e moral.

Podemos até ser mais específicos que isso. O versículo 8 diz: “Portanto, não se envergonhe de testemunhar do Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro dele”. Isso nos diz o que Paulo tinha em mente quando fala sobre timidez e poder. Ser tímido é ficar embaraçado em testificar sobre o Senhor Jesus, dizer às pessoas o que você sabe sobre ele, e o que elas precisam crer sobre ele. É ser muito receoso de dizer às pessoas quem ele é, o que veio fazer, e que embora tenha morrido, ele ressuscitou dentre os mortos, e que está agora vivo e detém todo poder, e julgará todos os homens.

Então, embora saibamos que somente Cristo mereça nosso culto e adoração, e que todos os seus ministros são apenas meros homens, Deus arranjou relações humanas entre o seu povo para que eles possam servir sua causa com sua força e talentos combinados, e um senso de solidariedade como companheiros que são servos de Cristo. Ser um covarde é ficar embaraçado demais para apoiar e se identificar com o povo de Deus, especialmente aqueles que são perseguidos por proclamar o evangelho de Jesus Cristo. É temer reconhecer nossa associação com os mestres da fé.

Os cristãos não têm nenhuma razão para ficar embaraçados. Não temos feito nada de errado em crer e pregar a Jesus Cristo. Nossa fé não nos torna inferiores, ou menos inteligentes ou éticos. De fato, é um insulto ao Senhor ficar embaraçado. Nossa fé está nele, não em nós mesmos. E nossa mensagem é sobre ele, não sobre nós mesmos. Jesus deveria se envergonhar dele mesmo? Ele deveria ficar embaraçado sobre o que disse e o que fez quando esteve sobre a Terra? Ele deveria pedir desculpar por sua posição e ministério atual? O que ele tem feito de errado?

Não, a fé cristã é o único sistema de crença verdadeiro e racional. Mesmo o zênite da inteligência e habilidade humana não podem se comparar a ela, visto que como a Escritura diz, até a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria humana, e a fraqueza de Deus é mais forte que a força do homem (1 Coríntios 1.25). Para o cristão, essa sabedoria da parte de Deus não é ilusória, mas nos foi dada mediante o evangelho (1 Coríntios 1.18-24), de forma que inclusive temos “a mente de Cristo” (1 Coríntios 2.16). Dessa forma, os não cristãos estão na posição inferior. Eles são os tolos e ímpios. Eles são aqueles que deveriam ficar embaraçados. E quando o Espírito de Deus usa nossa pregação para abrir os seus olhos, isso é o que acontece – eles se envergonham de si mesmos. O Espírito traz convicção aos seus corações, de forma que eles podem finalmente ver a si mesmos pelo que são.

Certo comentarista diz que o Espírito não transforma uma pessoa tímida numa personalidade poderosa, mas que ele nos dá o suficiente para cada situação. Besteira! O mesmo comentarista não diz que Deus nos dá apenas o amor suficiente para cada situação, que ele fará de cada crente nada mais que uma pessoa muito pouco amável. Paulo diz que Deus nos dá um espírito de poder! Ele deu a você um espírito diferente daquele com o qual você nasceu, e trocou sua timidez natural por coragem e força. Talvez a observação desse comentarista seja mais autobiográfica que expositiva.

O Senhor não é um Deus do suficiente, mas um Deus de abundância. Quando Jesus alimentou cinco mil pessoas com cinco pãezinhos, quantos cestos com pedaços de pães sobraram? E quando ele alimentou quatro mil pessoas com sete pãezinhos, quantos cestos com pedaços de pães sobraram? Ainda não entendeu?

 

 

 

Fonte: Reflections on Second Timothy

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto

 

 

 

 

 

John MacArthur

 

Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus. Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus. (1 Coríntios 6.9–11)

Tais fostes alguns de vós. A igreja de Corinto, como as igrejas de hoje, tinha ex-fornicadores, ex-adúlteros, ex-ladrões, e assim por diante. Embora muitos cristãos nunca foram culpados dos pecados particulares listados, todo cristão era impuro antes de ter sido salvo. Todo cristão é um ex-pecador. Cristo veio para o propósito de salvar pecadores (Mt 9.13). Essa é a grande verdade do cristianismo: nenhuma pessoa pecou de maneira tão profunda ou prolongada que não possa ser salva. “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5.20). Mas alguns tinham deixado de ser assim por um tempo, e estavam voltando ao seu antigo comportamento.

Paulo usa mas (alla, a mais forte partícula adversativa grega) três vezes para indicar o contraste da vida cristã com a vida mundana que ele tinha acabado de descrever. Mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificado. Não fazia diferença o que eles eram antes de serem salvos. Deus pode salvar um pecador de qualquer e todo pecado. Mas faz uma grande diferença o que um crente é após a salvação. Ele deve viver uma vida que corresponda à sua limpeza, sua santificação e sua justificação. Sua vida cristã deve ser pura, santa e justa. A nova vida produz e requer um novo tipo de vida.

Lavados fala de nova vida, de regeneração. Jesus “nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo” (Tito 3.5). Regeneração é a obra de re-criação de Deus. “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2Co 5.17). “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus” (Ef 2.10). Quando uma pessoa é lavada por Cristo, ela nasce de novo (João 3.3-8).

Santificados fala de novo comportamento. Ser santificado é ser feito santo interiormente e ser capaz, no poder do Espírito, de viver exteriormente uma vida justa. Antes da pessoa ser salva ela não tem nenhuma natureza santa e nenhuma capacidade de viver de maneira santa. Mas em Cristo recebemos uma nova natureza e podemos viver o novo tipo de vida. O domínio total do pecado é destruído e substituído por uma vida de santidade. Mediante a sua pecaminosidade carnal os coríntios estavam interrompendo essa obra divina.

Justificados fala de uma nova posição perante Deus. Em Cristo somos vestidos de Sua justiça e Deus vê em nós agora a justiça do Seu Filho, e não o nosso pecado. A justiça de Cristo é creditava em nossa conta (Rm 4.22–25). Somos declarados e, na nova natureza, feitos justos, santos, inocentes e sem culpa, pois Deus é “justo e justificador daquele que tem fé em Jesus” (Rm 3.26).

Os crentes de Corinto tinham experimentado uma transformação em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus. O nome de Deus representa a sua vontade, o seu poder e a sua obra. Por causa da submissão voluntária de Cristo à vontade do Pai, sua morte na cruz em nosso favor, e sua ressurreição dentre os mortos, ele fez provisão para a nossa lavagem, santificação e justificação.


Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto – janeiro/2012

Fonte: Grace to You

John MacArthur

John MacArthur

 

 

 

 

 

QUANTOS CAMINHOS HÁ PARA A SALVAÇÃO?

 

"Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé que teve Abraão, o qual é pai de todos nós". Romanos 4:16.

INTRODUÇÃO

Alguém me disse outro dia, que ouviu um homem dizer do púlpito, que ia pregar sobre dezessete modos diferentes de salvação. Dá para se fazer, carnalmente, um espetáculo num esforço humano de se apresentar várias maneiras de se ser salvo. Se mal interpretar alguns versículos pode fazer isto. Por exemplo, lemos que "pela graça sois salvos por meio da fé". Efésios 2:8. Lemos também que Cristo está chegando "Como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus". 2 Tessalonicenses 1:8. Então temos aqui a salvação através da obediência. "Porque em esperança fomos salvos". Romanos 8:24. "Tendo sido, pois, justificados pela fé". Romanos 5:1. "Que também, como uma verdadeira figura, agora vos salva, o batismo". 1 Pedro 3:21. "Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé". Tiago 2:24. "Não, vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis". Lucas 13:3. "Se alguém não ama ao Senhor Jesus Cristo, seja anátema. Maranata"! 1 Coríntios 16:22. "Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue , seremos salvos por ele da ira". Romanos 5:9. Bem, isto parece dizer que há várias maneiras de se ser salvo. Vamos resumi-las: pela graça; pela obediência; pela esperança; pela fé; pelas obras; pelo batismo; pelo arrependimento; pelo amor por Jesus Cristo; justificados pelo sangue.

Nosso texto nos dá toda a verdade sobre o caminho da salvação, no que diz respeito à causa e ao modo. Há uma maneira de se ser salvo e é através da fé em Jesus Cristo.

MOTIVO DA SALVAÇÃO

O motivo da salvação é a graça de Deus. Somo salvos pela graça, o que significa que não há nenhum mérito humano nela. Quanto à causa da salvação, somos salvos somente pela graça. E cada aspecto e passo da salvação é pela graça. Isto significa que ao nos salvar, Deus agiu de acordo com Sua graça e não de acordo com nossas obras ou qualquer outra coisa em nós. Cada passo em direção da glória é pela graça de Deus. "Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus, que está comigo". 1 Coríntios 15:10.

Tudo o que Deus faz por nós para nos preparar para o céu é uma questão de graça e não de dívida. Nossa eleição foi pela graça. "Assim, pois, também agora neste tempo ficou um remanescente, segundo a eleição da graça. Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra maneira a obra já não é obra". Romanos 11:5-6. Nossa justificação é pela graça. "Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus". Romanos 3:24. Nossa chamada é pela graça. "Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça", Gálatas 1:15. Nossa glorificação é pela graça. "Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo". 1 Pedro 1:13. Quanto ao motivo da nossa salvação, só pode ser a graça de Deus. Se misturar qualquer coisa do homem a ela, vai destrui-la. "Não aniquilo a graça de Deus". Gálatas 2:21.

A BASE DA SALVAÇÃO

A base da salvação é o sangue de Cristo. Somos salvos por Cristo, mas o Cristo da cruz. "Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado". 1 Pedro 1:18-19. "Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira". Romanos 5:9. "Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo a riqueza da sua graça". Efésios 1:7. Toda a obra como alicerce da salvação foi feita por Jesus Cristo quando "se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo". Hebreus 9:26. E foi em graça que Ele pagou a dívida do nosso pecado.

RECEBIMENTO DA SALVAÇÃO

O recebimento da salvação é pela fé. "Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé que teve Abraão, o qual é pai de todos nós". Romanos 4:16. Se Cristo é o Salvador e a salvação é pela graça, ela só pode ser pela fé. "Porque pela graça sois salvos por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus". Efésios 2:8. Se a salvação é pela graça não pode haver mérito humano nela. Se qualquer ser humano merecesse, então o homem poderia se vangloriar do que tinha feito.

Suponha que eu seja o juiz num tribunal. Você cometeu um crime pelo qual a pena é a morte. Devo ser um juiz justo; jurei defender a lei. Não poderia defender a lei e manter minha honra e a justiça da minha corte, se o soltasse sem nenhuma consideração à lei, seria um juiz injusto. Suponha que eu o ame e queria salvá-lo da morte; então debito seus pecados a meu filho e a justiça da minha corte o sentencia à morte pelo crime que você cometeu. Será que existe um jeito para você escapar da morte, a não ser pela fé no que meu filho fez ao morrer por você? Será que ia escapar se chorasse, ou orasse, ou trabalhasse ou pagasse? Seu choro, oração e obras talvez mostrassem seu interesse e ansiedade, mas só escaparia da morte baseado na morte de meu filho em seu lugar. E se dependesse destas suas obras totalmente ou só em parte, não estaria confiando na morte de meu filho.

CONCLUSÃO

Deus em Sua graça maravilhosa planejou um modo para o pecador condenado pela santa justiça de Deus ser salvo. O Deus gracioso deu Seu Único Filho para morrer e pagar por completo, pelo pecador, as exigências justas de Sua santa lei. O único caminho para um pecador receber esta grande salvação é pela fé em Jesus Cristo. Pela graça de Deus, Jesus Cristo pagou tudo. "Porque pela graça sois salvos por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie". Efésios 2:8. Arrepende-se de seus pecados, e fuja para Jesus Cristo e receba esta tão grande salvação, que é completa e de graça.

 

 

 

 

 

Autor: C. D. Cole 

 

 

 

 

 

Fanáticos ou Defensores da Verdade?

 
 
 

 

 
Em tempos como o nosso é fácil alguém parecer fanático, se mantém uma firme convicção sobre a verdade e quando se mostra cuidadoso em ter certeza de que sua esperança procede do céu. Nenhum crente pode ser fiel e verdadeiro nesses dias, sem que o mundo lhe atribua a alcunha de fanático. Mas o crente deve suportar esse título. É uma marca de honra, embora a sua intenção seja envergonhar. É um nome que comprova estar o crente vinculado ao grupo de pessoas das quais o mundo não era digno, mas que, enfrentando a ignomínia por parte do mundo, fizeram mais em benefício deste do que todos aqueles que viviam ao seu redor. O mundo sempre sofre por causa dos homens que honra. Os homens que trazem misericórdia ao mundo são os que ele odeia.
 
Sim! Os antigos reformadores eram homens fanáticos em sua época. E foi bom para o mundo eles terem sido assim. Estavam dispostos a morrer, mas não comprometeriam a verdade. Submeter-se-iam a tudo por motivo de consciência, mas em nada se sujeitariam aos déspotas. Sofreriam e morreriam, mas temiam o pecado. Esse fanatismo trouxe liberdade para a sua própria terra natal, como bem demonstra o exemplo dos reformadores escoceses. O legado deixado por esses homens . cujo lar eram as cavernas na montanha e cuja única mortalha era a neve, que com freqüência envolvia seus corpos quando morriam por Cristo . é uma dádiva mais preciosa do que todas as oferecidas por reis que ocuparam o trono de seus países ou por todos os nobres e burgueses que possuíam suas terras. Sim, eles eram realmente fanáticos, na opinião dos zombadores cépticos e perseguidores cruéis; e toda a lenha com a qual estes poderiam atear fogueiras não seria capaz de queimar o fanatismo desses homens de fé.
 
Foram esses implacáveis fanáticos, de acordo com a estimativa do mundo, que encabeçaram a cruzada contra o anticristo, quando na época da Reforma desceu fogo do céu e acendeu em seus corações o amor pela verdade. Esses homens, através de sua inabalável determinação, motivados por fé viva, venceram em épocas de severas provações, durante as quais eles ergueram sua bandeira em nome de Cristo. Um lamurioso Melanchthon teria barganhado o evangelho em troca de paz. A resoluta coragem de um Lutero foi necessária para evitar esse sacrifício. Em todas as épocas, desde o início da igreja, quando a causa da verdade emergiu triunfante sobre o alarido e a poeira da controvérsia, a vitória foi conquistada por um grupo de fanáticos que se comprometeram solenemente na defesa dessa causa.
 
Existe hoje a carência de homens que o mundo chame de .fanáticos.. Homens que possuem pulso fraco e amor menos intenso pouco farão em benefício da causa da verdade e dos melhores interesses da humanidade. Eles negociarão até sua esperança quanto à vida por vir em troca da honra proveniente dos homens e da tranqüilidade resultante do comprometimento do evangelho. Há muitos homens assim em nossos dias, mesmo nas igrejas evangélicas e na linha de frente do evangelicalismo; homens que se gloriam de uma caridade indiscriminada em suas considerações, de um sentimento que rejeita o padrão que a verdade impõe; homens que aprenderam do mundo a zombar de toda a seriedade, a queixarem- se da escrupulosidade de consciência e a escarnecer de um cristianismo que se mantém através da comunhão com os céus! Esses têm os seus seguidores. Um amplo movimento emergiu afastado do cristianismo vital, de crenças fixas e de um viver santo. As igrejas estão sendo arrastadas nessa corrente. Aproxima-se rapidamente o tempo em que as únicas alternativas serão ou a fé viva ou o cepticismo declarado.
 
Uma violenta maré se abate sobre nós nessa crise, e poucos mostram-se zelosos em resistir. Não podemos prever qual será o resultado nas igrejas, nas comunidades e nos indivíduos, tampouco somos capazes de tentar conjeturá-lo sem manifestar sentimentos de tristeza. Contudo, uma vitória segura é o destino da causa da verdade. E, até que chegue a hora de seu triunfo, aqueles que atrelaram seus interesses à carruagem do evangelho perceber ão que fazem parte de um grupo que está diminuindo, enquanto avançam até àquele dia; seu sentimento de solidão se aprofundará, enquanto seus velhos amigos declinarão à negligência, a indiferença se converterá em zombaria, e as lamúrias se transformar ão em amarga inimizade. Eles levarão adiante a causa da verdade somente em meio aos escárnios dos incrédulos e às flechas dos perseguidores.
 
Mas nenhum daqueles que amam a verdade . aqueles cujos olhos sempre descansaram na esperança do evangelho . deve acovardado fugir das provações. Perecer lutando pela causa da verdade significa ser exaltado no reino da glória. Ser massacrado até à morte, pelos movimentos de perseguição, significa abrir a porta da prisão, para que o espírito redimido passe da escravidão ao trono. Em sua mais triste hora, aquele que sofre por causa da verdade não deve recusar a alegria que os lampejos da mensagem profética trazem ao seu coração, quando brilham através das nuvens de provação. O seu Rei triunfará em sua causa na terra e seus amigos compartilharão da glória dEle. Todas as nações sujeitar-se-ão ao seu domínio. As velhas fortalezas de incredulidade serão aniquiladas até ao pó. A iniqüidade esconderá sua face envergonhada. A verdade, revelada dos céus, receberá aceitação universal e será gloriosa no resplendor de seu bendito triunfo aos olhos de todos.
 
John Kennedy

 

 

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(Dedico este texto em especial à minha amada Sarah Cazella, sua família, e ao amigo Fábio Fino. A dor pela Amanda faz de vocês parecidos com Jesus)

Só acredito num evangelho que me torne cada vez mais humano.

E uma das faces da humanidade que me chama a atenção em Jesus, é a sua capacidade de sofrer, de se comover, de chorar.

Como não chorar diante da notícia de que um amigo querido morreu? Jesus não negou a dor, não esbravejou palavras “de vitória”, sequer declarou que não sentia nada… Ele, o Deus encarnado, chorou, movido por um profundo sentimento de que “não era pra ser assim”…

Lembro-me agora do Júlio, amigo querido, bombeiro, especialista em primeiros-socorros… dedicou sua vida a ajudar o próximo, a salvar vidas, no entanto, um câncer fulminante primeiro lhe arrancou parte do aparelho digestivo e mais tarde, numa metástase cruel, fez com que seu cérebro “derretesse”…  No seu velório, fui chamado a dar “uma palavra” como amigo, logo depois que dois pastores já haviam dado suas “lições sobre a morte”… Contrariando as palavras até então dadas, olhei firme para a mãe e a esposa do meu amigo, e disse: “Chorem! Gritem de raiva! Questionem! Deus não ficará chateado… Ele sabe a dor que vocês estão sentindo! Não era pra ser o Júlio… não ele, tão novo, tão querido, tão amigo…”

A morte não é uma coisa boa. Sei que talvez muitos queiram refutar dizendo as palavras de Paulo, “para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro.” Minha resposta? Ora, vão catar coquinhos!!! A morte pode ser até boa para quem parte, como fim do sofrimento e dor, mas vá explicar isso para uma mãe prestes a perder a filha adolescente, também vítima de um câncer violento e cruel…

Penso agora na Amanda Silva. Amanda tem 17 anos e está internada há algum tempo no Instituto do Câncer, em São Paulo. Descobriu o câncer há um ano e nesse período a doença foi devastadora. Conheci Amanda faz um mês, em sua casa ainda, menina de sorriso fácil e lindo. Já estava debilitada, mas ainda trazia esperança de dias melhores. Hoje parece que essas esperanças foram embora, os médicos já “lavaram as mãos”, Amanda não sente dor por causa das doses, cada vez mais necessárias e maiores de morfina. Estive com ela na sexta e no sábado. Espero estar com ela amanhã…

Amanda se tornou especial para mim por causa de outra pessoa especial, minha namorada Sarah, que a conhece desde pequenina, assim como também outros amigos que, como a Sarah, sentem a dor de ver a Amanda “indo embora” a cada dia… O rosto já desfigurado, pernas e braços inchados, respiração ofegante (quando não por aparelhos)… tudo isso só aumenta a dor de ver a linda menina sendo vencida pela terrível doença.

Não tenho o que dizer. Para a Sarah, eu digo sempre: Chore! Questione! Brigue com Deus… Ele não ficará chateado…  Tanto para ela quanto para os amigos, o que tenho a oferecer é o ombro e o chorar junto. Não tento “defender” Deus… nem mesmo dar uma “explicação teológica” pra tudo isso. Creio num milagre? Sim! E crerei até o final… Mas, e se o milagre não chegar (“hoje o meu milagre vai chegar” pode até vender bastante, mas não encontra eco no chão do sofrimento humano)? Chorarei novamente… terei raiva da morte mais uma vez…

Escrevo também no dia em que recebi a notícia da morte do “seu” Jair, pai de duas queridas amigas de Teresópolis. Um infarto fulminante e em poucos segundo, o pai que levava a filha em casa já não vivia mais. Hoje foi seu enterro. Consegui falar com a Adriana (uma das filhas) e orar para que Deus console a família. Darei o abraço amigo assim que chegar lá…

Deus nos fez humanos… com lágrimas nos olhos… o próprio Deus, encarnado, chorou…

Choremos! Gritemos! Lutemos com Deus! Não deixe que tirem de nós o privilégio de experimentar o Consolador (aliás, interessante uma das “faces” de Deus ser a de “Consolador”… parece que Ele sabia que sofreríamos…) O choro sempre foi realidade na vida daqueles que se dispuseram a “ser gente”, a “se dar pelos outros”, portanto, que ao expressar a dor, saibamos que temos um Deus que “sabe o que é padecer”…

Paz, mesmo em meio ao sofrimento, é o que desejo a vocês.

José Barbosa Junior – São Paulo – 07/12/11

 Em tempo: Hoje mesmo, 07/12, a Amanda não resistiu ao câncer e descansou… a dor é grande… os questionamentos… e a raiva que sinto da morte

 

Junior

 

 

 

Não perca a sua identidade

O CAPÍTULO 5 DO SEGUNDO LIVRO DOS REIS CONTA A HISTÓRIA DE UM GRANDE MILAGRE. UM HOMEM IMPORTANTE FOI CURADO DE UMA TERRÍVEL ENFERMIDADE. MUITAS COISAS PODERIAM SER DITAS DESTA HISTÓRIA, MAS QUERO ESCREVER SOBRE UMA MENINA, UM PRÉ-ADOLESCENTE, QUE MESMO ESTANDO COMO ESCRAVA EM UMA TERRA DISTANTE, TALVEZ MORANDO COM QUEM HAVIA MATADO SEUS PAIS, NÃO SE ESQUECEU DE QUEM ELA ERA.

 

ELA TINHA VERDADE EM SUA VOZ POR CAUSA DA CONVICÇÃO DE QUEM ERA.

 

NOTEM QUE INTERESSANTE:

  • A MENINA FALA, A MULHER ACREDITA, FALA COM O MARIDO, QUE ACREDITA, QUE FALA COM O REI QUE ACREDITA… QUANTA CREDIBILIDADE!
  • AS PESSOAS DÃO CRÉDITO AO QUE VOCÊ DIZ?

 

 

 

ELA SABIA QUE NÃO ERA QUALQUER MENINA:

ELA ERA DA TERRA DE ISRAEL, DO POVO DE DEUS, POR ISSO:

  • ELA NÃO TINHA PERDIDO SUA IDENTIDADE
  • ELA NÃO TINHA PERDIDO SUA FÉ
  • ELA ABENÇOOU UMA NAÇÃO

 

SE EXISTE UMA COISA QUE O DIABO VAI TENTAR, É FAZER VOCÊ ESQUECER O PROPÓSITO PARA O QUAL FOI VOCÊ CRIADO. VOCÊ É COROA DA CRIAÇÃO, FOI CRIADO PARA O LOUVOR DA GLÓRIA DE DEUS, PARA VIVER COMO UM PRÍNCIPE, COMO UM HERDEIRO.  VOCÊ É DE ISRAEL!

COMO É TRISTE VER COMO ESTÃO VIVENDO, ALGUNS QUE FORAM CRIADOS PARA A GLÓRIA DE DEUS. EXISTEM ALGUNS QUE NÃO PODEM SE MISTURAR… NÃO SABEM O QUE É SER SAL… PERDEM LOGO A IDENTIDADE, A FÉ, A SANTIDADE, SÃO ENGOLIDOS E DEVORADOS PELOS MODISMOS QUE INVADIRAM ESSA SOCIEDADE PERVERSA, QUE CAMINHA LONGE DE DEUS. AQUELA MENINA NÃO… ELA SABIA DE ONDE ELA ERA, QUEM ELA ERA E QUEM ERA O SEU DEUS! A SITUAÇÃO DIFICIL EM QUE ELA SE ENCONTRAVA NÃO A DERROTOU, NEM A FEZ PARAR DE ACREDITAR. SUA FÉ CONTAGIOU ATÉ OS INIMIGOS, QUE NÃO DUVIDARAM DA PALAVRA DELA.

SE VOCÊ ESTÁ ASSIM, PERDENDO A FÉ E A IDENTIDADE, DEUS TE CONVIDA A MERGULHAR NO RIO DELE E SER UMA BÊNÇÃO.

 

 

A HISTÓRIA TERMINA COM O MILAGRE ACONTECENDO: A CURA DE UM LEPROSO

 

 

No amor do Mestre,

 

Pr. Cláudio Carvalho

 

Paciência

 
 

(Tiago 1:3) - Sabendo que a prova da vossa fé opera a paciência.
(Tiago 1:4) - Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma.
 
(Tiago 5:11) - Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso.
 
Paciência é uma virtude de manter um controle emocional equilibrado, sem perder a calma, ao longo do tempo. Consiste basicamente de tolerância a erros ou fatos indesejados. É a capacidade de suportar incômodos e dificuldades de toda ordem, de qualquer hora ou em qualquer lugar. É a capacidade de persistir em uma atividade difícil, tendo ação tranqüila e acreditando que você irá conseguir o que quer, de ser perseverante, de esperar o momento certo para certas atitudes, de aguardar em paz a compreensão que ainda não se tenha obtido, capacidade de ouvir alguém, com calma, com atenção, sem ter pressa, capacidade de se libertar da ansiedade. A tolerância e a paciência são fontes de apoio seguro nos quais podemos confiar. Ser paciente é ser educado, ser humanizado e saber agir com calma e com tolerância. A paciência também é uma caridade quando praticada nos relacionamentos interpessoais.
 
Não procurei saber qual a etimologia da palavra paciência, porém me lembra a mistura de duas palavras distintas que são: paz e ciência. Acredito que só seja possível chegar a um nível de paciência colocando em prática e entendendo o que são e como funcionam essas duas palavras.
Sabemos que paz não é o fato de não existir problemas em nossas vidas, pois isso seria tédio, acredite, um pouco de problema não faz mal a ninguém, quando não vem para nos ensinar muita coisa. Só podemos adquirir a paz através de Deus, Ele somente, pode nos dar a verdadeira paz, não a paz que o mundo nos dá mas sim a verdadeira.
Ciência já não é tão simples assim de definir, uma vez que existem vários aspectos sobre o que realmente ela é. Mas vamos entender aqui que a ciência é um campo sistemático de estudo ou o conhecimento que se obtém dessa ação.
(Tiago 1:4) - Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma.
Esse versículo nos traz exatamente o quanto é importante a paciência, a ponto de dizer que se temos essa característica nós podemos ser completos sem nos faltar coisa alguma.
Só tem paciência aquele que se submete a conhecer a Deus através do estudo de suas Escrituras, e estudo sistemático e diário da palavra. Deus diz na bíblia que o seu verdadeiro servo é aquele que sabe manusear ( utilizar de forma correta ) e estudar as Suas escrituras ( ciência ).
Como podemos alcançar a paz verdadeira que vem de Deus se não conhecemos o dono dessa paz, e por acaso o dono dessa paz nos daria essa se não nos importamos em conhece – lo em Espírito e em Verdade?
Meu amigo, se você esta precisando de paz esta na hora de conhecer o Dono dela. Utilize da ciência, do estudo sistemático da riqueza que é a palavra de Deus, assim você acaba também ganhando de ficar livre das armadilhas do inimigo de vossa alma e poderá proclamar as maravilhas do reino de Deus, pois poderia alguém proclamar um reino ou o Dono dele se não o conhecesse?
Estamos na era do conhecimento e informação, nunca foi tão fácil ter acesso a informação. Faça uso de informações e da ciência para conhecer a palavra de Deus. Assim você conhecerá a Deus que pode lhe dar a verdadeira paz.
Só conhecendo a Deus podemos ter paciência pois sabemos em quem temos esperado, a palavra de Deus diz que a paciência gera a experiência e a experiência a esperança. Quanta coisa ganhamos com a paciência. Conheça hoje Esse Deus maravilhoso e espere apenas Nele, e poderá desfrutar dos benefícios que ele tem para você.
Que Essa mensagem vá e produza o efeito para o qual está sendo mandada.
 
 
Deus abençoe a ti e aos teus!
 
 
Gladsson G. Couto
Apenas um servo

 

 

 

 

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08/03/2012 14:33

DEVOCIONAL ABBA - JESUS NÃO É PREVISÍVEL... Bp. Lucas Eugênio

JESUS NÃO É PREVISÍVEL “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus...” Isaias 55:8.    É bom sabermos que Deus tem pensamentos (planos/ideias) em relação a nós. E que não estamos largados, entregues ao nosso próprio...
26/06/2011 13:57

ESTUDOS BÍBLICOS - VISÃO ABBA - Estudo: Você ainda carrega a cruz?

  VOCÊ AINDA CARREGA A CRUZ? Bp. Lucas Eugenio        Nasci em um lar evangélico, portanto, ouço falar de cruz desde minha tenra idade. A cruz, ou carregá-la, era a resposta para todo tipo de sofrimento. “ É a cruz irmão. É assim mesmo!" “Todos nós temos a...

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